Debate ambiental é urgente

Maior desastre da indústria da mineração no país, o rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG), prestes a completar um ano, gerou de imediato um debate acalorado sobre a questão ambiental. Os números da tragédia foram colossais. O susto foi colossal. O Brasil pareceu acordar para essa grave dimensão da nossa realidade.

Pelo seu alcance, a tragédia deveria ter se imposto como um marco nas políticas públicas que regem a questão ambiental. Infelizmente, isso não aconteceu. Acossado pela gravidade da crise política e econômica que assolou o país ao longo deste ano, com desdobramentos que culminaram com o impeachment da presidente, o debate ambiental submergiu. É essencial retomá-lo.

Não podemos esquecer Mariana. É urgente colocar o meio ambiente como protagonista da agenda pública.

A interrupção do debate foi danosa, pois são inúmeras as deficiências crônicas do país em áreas tão interligadas como a saúde, o meio ambiente e o saneamento básico.

Ainda hoje, mais de 100 milhões de brasileiros não têm acesso aos serviços de coleta de esgotos (e do total coletado, apenas 40% recebem tratamento). Em ranking internacional de saneamento básico divulgado em 2014, o Brasil ocupava o 112º lugar entre 200 nações.

No ritmo atual de obras no setor, segundo estudos da CNI (Confederação Nacional da Indústria), a universalização dos serviços de coleta e tratamento de esgoto só será alcançada em 2054. Sem investimento, agrava-se o quadro da saúde pública. É uma realidade vergonhosa: cerca de 2.000 crianças morrem por ano no Brasil, vítimas de diarreia, por causa de deficiências nas redes de saneamento.

O Congresso tem a obrigação de tratar as questões do setor com mais celeridade. Não faltam desafios a serem enfrentados. Veja-se o caso dos lixões, uma triste paisagem brasileira.

Em 2015, foram jogadas em áreas públicas do Brasil 125 milhões de toneladas de resíduos, considerando apenas o despejo irregular de entulho e de lixo hospitalar. São milhões de brasileiros expostos aos efeitos da destinação inadequada do lixo.

A questão ambiental precisa voltar ao centro dos debates. Como contribuição à necessidade de modernizar as regras da atividade mineral, apresentei ao Senado projeto de lei que regulamenta a contratação do seguro ambiental e amplia o poder de fiscalização e controle dos órgãos públicos do setor. A dor de Mariana não pode ser esquecida.

Os prejuízos causados nunca serão esquecidos. Mas é preciso aprender e avançar. A mudança do atual modelo de desenvolvimento para um padrão sustentável é a nossa maior oportunidade econômica, comercial e de mudanças sociais do século 21.

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A vida não espera

Aécio Neves – Folha de S. Paulo – 14/12/2015

A juventude brasileira termina o ano assustada. Poucas vezes o país viveu uma derrocada tão brutal como a atual, atingindo em cheio os planos das novas gerações.

Enquanto as questões políticas mobilizam a opinião pública, os jovens que chegam ao mercado de trabalho estão encontrando as portas fechadas. Só nos últimos 12 meses, mais de 1 milhão de brasileiros perderam seus empregos. Grande parte dos novos desempregados tem até 24 anos de idade.

Com o PIB deste ano em queda livre, economistas já preveem recessão até 2017, o que significa para milhões de brasileiros o caos num futuro próximo.

Não bastasse isso, a tragédia ambiental que se abateu sobre Mariana e se estendeu pelo Rio Doce até o oceano deixou um rastro de destruição que contamina o presente e o futuro. Em seu lugar surgiu uma paisagem devastada. Quantas gerações serão necessárias para nos recuperarmos desse desastre ambiental?

Parte inestimável da nossa flora e fauna morreu, e, com ela, o território de trabalho e emprego que abastecia centenas de municípios. Os expulsos de suas terras certamente seguirão a sina de engrossar o contingente urbano saturado de infortúnios. E em especial os jovens.

Nas cidades, são também eles os principais alvos da violência. Entre os 55 mil assassinados por ano no Brasil, são os jovens as vítimas preferenciais. São vidas e dores invisíveis escondidas pela frieza das estatísticas.

Uma juventude anônima que se esgota antes da hora. Este é o Brasil da ausência do Estado, onde as prioridades do governo não dialogam com a realidade.

Este mesmo Brasil está hoje diante de uma outra tragédia que comove e revolta. Milhares de novas gestantes vivem sob o signo do medo, em função da epidemia do zika –o vírus causador de microcefalia nos bebês. O mosquito transmissor é responsável pela maior epidemia de dengue de nossa história. Já são mais de 1,5 milhão de casos notificados, 811 pessoas morreram neste ano.

Na falta de saneamento e na negligência com a saúde pública, prolifera não apenas o mosquito que mata, mas, igualmente, a nossa vergonha. Os meninos e meninas que já nascem com má-formação do cérebro serão para sempre o retrato cruel de nossa incompetência em lidar com prioridades e emergências.

E neste cipoal de notícias ruins, temos como pano de fundo uma grave crise de governabilidade, fruto dos erros e omissões de um modelo de gestão que vive seus estertores. Mais cedo ou mais tarde, dentro dos trâmites constitucionais e democráticos, esta crise será resolvida.

Até lá, há um país que não pode permanecer paralisado, esperando indefinidamente por soluções e perspectivas. Responsabilidade não se adia. A realidade não espera. A vida não espera.

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Tragédia em Mariana – Próximos Passos

O senador Aécio Neves este em Mariana (MG), neste domingo (08), para visitar os moradores do distrito de Bento Rodrigues, vítimas do rompimento de duas barragens de minério de ferro. Em entrevista coletiva, Aécio explicou quais são os próximos passos dos parlamentares mineiros, no auxílio às famílias atingidas.

Tragédia em Mariana (MG) – Fiscalização

O senador Aécio Neves este em Mariana (MG), neste domingo (08), para visitar os moradores do distrito de Bento Rodrigues, vítimas do rompimento de duas barragens de minério de ferro. De acordo com Aécio, a fiscalização sempre foi realizada no estado. É fundamental apurar as responsabilidades e buscar alternativas para a reconstrução da vida de todas as famílias atingidas.

Entrevista em Mariana (MG)

“Vim trazer o que eu posso trazer neste momento, que é solidariedade a essa tragédia que se acometeu sobre Mariana e sobre Minas Gerais. Talvez o maior desastre ambiental que se tem notícia em nossa história. Conversei com aqueles que estão atuando nas buscas, conversei também com algumas famílias de desaparecidos e que cobram da empresa que sejam dadas informações. Neste momento de consternação, a informação é essencial”, afirmou o senador Aécio Neves em entrevista neste domingo (08), após visita aos moradores do distrito de Bento Rodrigues, vítimas do rompimento de duas barragens de minério de ferro no município de Mariana (MG).

O ex-governador de Minas e deputados conversaram com as famílias de desaparecidos e com representantes da empresa Samarco, proprietária das barragens. Acompanharam o senador Aécio, o ex-presidente da Câmara de Atividades de Infraestrutura do Conselho Estadual de Política Ambiental, Castor Cartelli, os deputados federais Rodrigo de Castro e Paulo Abi-Ackel, o deputado estadual João Leite, e o presidente da Câmara Municipal de Mariana, vereador Antonio Freitas.

Aécio visitou o centro de operações da Defesa Civil após o sobrevoo da área atingida, conversou com representantes da Defesa Civil e acompanhou o atendimento às vítimas e familiares no centro de recebimento de donativos.

Aécio Neves concede entrevista coletiva em Mariana

“Vim trazer o que eu posso trazer neste momento, que é solidariedade a essa tragédia que se acometeu sobre Mariana e sobre Minas Gerais. Talvez o maior desastre ambiental que se tem notícia em nossa história. Conversei com aqueles que estão atuando nas buscas, conversei também com algumas famílias de desaparecidos e que cobram da empresa que sejam dadas informações. Neste momento de consternação, a informação é essencial”, afirmou o senador Aécio Neves em entrevista neste domingo (08/11), após visita aos moradores do distrito de Bento Rodrigues, vítimas do rompimento de duas barragens de minério de ferro no município de Mariana (MG).

O ex-governador de Minas e deputados conversaram com as famílias de desaparecidos e com representantes da empresa Samarco, proprietária das barragens. Acompanharam o senador Aécio, o ex-presidente da Câmara de Atividades de Infraestrutura do Conselho Estadual de Política Ambiental, Castor Cartelli, os deputados federais Rodrigo de Castro e Paulo Abi-Ackel, o deputado estadual João Leite, e o presidente da Câmara Municipal de Mariana, vereador Antonio Freitas.

Aécio visitou o centro de operações da Defesa Civil após o sobrevoo da área atingida, conversou com representantes da Defesa Civil e acompanhou atendimento às vítimas e familiares no centro de recebimento de donativos. Ele anunciou para essa semana uma reunião da bancada federal de Minas em apoio ao atendimento das famílias atingidas e ao município de Mariana.

“Vim trazer o que eu posso trazer neste momento, que é solidariedade a essa tragédia que se acometeu sobre Mariana e sobre Minas Gerais. Talvez o maior desastre ambiental que se tem notícia em nossa história. Conversei com aqueles que estão atuando nas buscas, conversei também com algumas famílias de desaparecidos e que cobram da empresa que sejam dadas informações. Neste momento de consternação, a informação é essencial”, afirmou o senador Aécio Neves em entrevista neste domingo (08), após visita aos moradores do distrito de Bento Rodrigues, vítimas do rompimento de duas barragens de minério de ferro no município de Mariana (MG).

O ex-governador de Minas e deputados conversaram com as famílias de desaparecidos e com representantes da empresa Samarco, proprietária das barragens. Acompanharam o senador Aécio, o ex-presidente da Câmara de Atividades de Infraestrutura do Conselho Estadual de Política Ambiental, Castor Cartelli, os deputados federais Rodrigo de Castro e Paulo Abi-Ackel, o deputado estadual João Leite, e o presidente da Câmara Municipal de Mariana, vereador Antonio Freitas.

Aécio visitou o centro de operações da Defesa Civil após o sobrevoo da área atingida, conversou com representantes da Defesa Civil e acompanhou o atendimento às vítimas e familiares no centro de recebimento de donativos.

Ouça a entrevista do senador: