Aécio Neves critica gestão da presidente Dilma em discurso no Senado

O senador Aécio Neves (PSDB/MG) fez duras críticas à gestão da presidente Dilma Rousseff durante discurso, nesta quarta-feira (28/03) no Senado. Aécio Neves disse que, vencido o primeiro ano de gestão da presidente, o governo não realizou as mudanças prometidas aos brasileiros e não apresenta um projeto ao país.

O senador afirmou que, em lugar de uma gestora implacável, a presidente tem se mostrado incapaz de dar soluções aos problemas que o Brasil vive em todos os setores. “Para onde quer que se olhe, o cenário é desolador”, afirmou Aécio Neves.

Confira abaixo trechos do discurso do senador Aécio:

Sobre a presidente Dilma Rousseff:

“Vendeu-se a imagem de uma gestora impecável e impositiva, que por si só seria capaz de tomar heroicamente as rédeas do país e transformar em realidade os tantos sonhos prometidos em vão”.

“É a mesma presidente que, recentemente, nas páginas da Veja desta semana, navega, impassível e eqüidistante, em meio às trovoadas e à verdadeira tempestade que se forma à sua volta e, aos poucos, engolfa o seu governo”.

“A presidente estaria refém do seu próprio governo. É como se não tivesse sido a autoridade central nos oito anos da administração anterior. É como se ela não houvesse, de próprio punho e com a sua consciência, colocado de pé o atual governo, com as suas incoerências e incongruências irremediáveis”.

“Uma parte importante do mandato presidencial simplesmente esvaiu-se. Perdeu-se o momento mais propício – de popularidade em alta e de expectativas intactas – para aprovar as medidas necessárias de ajuste”.

“A mão pesada do poder da presidência baixou sobre cada um dos suspeitos, como se não fosse a mesma mão que antes os nomeara e os conduzira para o governo. Aí descobrimos o inacreditável: havia ministros diversos de Lula e uns poucos de Dilma”.

Sobre o governo do PT:

“Para onde quer que se olhe, o cenário é desolador”.

“O país não tem projeto. Responde estritamente às emergências, institucionalizando o regime do improviso”.

“Multiplicam-se números, multiplicam-se promessas, a maioria delas impossíveis de serem cumpridas”.

“O governo perdeu a capacidade de propor, assim como já havia perdido o compromisso com o diálogo democrático. Impõe a estados e municípios cada vez mais obrigações, ignorando as dificuldades por que passam, e alheio à crise de governabilidade que já assola vários deles”.

“Os escândalos se sobrepuseram em recorde de ministros caídos sob grave suspeição, enquanto avançou à luz do dia – e sem quaisquer constrangimentos – o gravíssimo aparelhamento partidário da máquina governamental”.

Sobre a economia:

“Na economia, alcançamos o impensável: deixamos de liderar o processo de crescimento da América Latina e, na contramão dos nossos vizinhos, puxamos o desempenho de todo o continente para baixo. Não há outra definição: nossa posição é irreconhecível. Na América do Sul, acreditem, fomos o país que menos cresceu”.

“Voltamos à era pré-JK, aos longínquos anos 50”.

“Ainda não se sabe ao certo a motivação de mais uma recente reunião convocada pela presidente com os lideres empresariais nacionais, para tratar do tema. Se todos conhecem o problema e não há nada de novo no front, só um motivo a justificaria: a mesma pirotecnia de sempre com que se pretende ocupar o vazio e disfarçar a leniência do atual governo”.

“Se nada for feito, e rápido, para desatar os nós políticos e gerenciais que emperram a máquina pública, o Brasil vai perder a maior janela de oportunidades de sua história”.

Sobre a base do governo no Congresso:

“A falta de respeito ao Congresso se transformou em marca registrada das atuais relações entre Executivo e Legislativo”.

“Onde estão as reformas constitucionais? Discutimos a recomposição do Pacto Federativo? Reformamos o rito das medidas provisórias? Revisamos os royalties do petróleo e do minério? Renegociamos as dívidas dos governos estaduais? Nada.”

“A esmagadora maioria congressual, montada ao custo que todos conhecemos, não se sabe a que serviu nesses últimos 15 meses. Serviu para aprovar um sem número de medidas provisórias”.

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