Local: Brasília – DF
Assunto: cassação do mandato do senador Demóstenes Torres
Senador, o que sr. achou da sessão de hoje?
Hoje foi um dia extremamente triste para o Senado. O resultado foi aquele que se esperava. Houve uma quebra de confiança do senador Demóstenes para com os seus pares, mas é um dia muito triste. Não gostaríamos de estar aqui fazendo o que tivemos que fazer. Mas cabe a nós, senadores, garantirmos a respeitabilidade da instituição, as suas prerrogativas. Nesse momento era natural que fosse esse o resultado, por mais que nenhum de nós, hoje, comemore absolutamente nada.
O senhor considera que as provas eram fortes, do envolvimento dele com o contraventor? Não é uma decisão só política do Senado?
Não. Ela se baseou fortemente também em tudo que aqui chegou. E o próprio estereótipo que ele representava aqui gerou uma decepção muito grande em boa parte dos senadores. O sentimento que a gente colhe é esse, um sentimento de decepção muito grande de alguém que se proclamava arauto da moralidade. Ninguém gosta disso aqui, ninguém está feliz hoje. É um clima de velório absoluto. Ninguém comemora nada. Mas nós temos a nossa responsabilidade. Eu acho que o senado votou pela preservação da instituição.
Mais pela preservação da instituição do que pela culpa do senador?
Mas exatamente pelos indícios fortes de uma ligação incorreta com o contraventor, obviamente nós votamos para preservar a instituição, mas a partir das vinculações dele.
O senhor pode abrir seu voto?
Meu voto foi o mesmo da Comissão de Constituição e Justiça.