Senadores brasileiros de oposição embarcam nesta quinta-feira (18/07) para Caracas (Venezuela) em visita de solidariedade aos líderes políticos mantidos presos pelo regime de Nicolás Maduro. A viagem foi confirmada hoje pelo presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves.
“Estamos determinados a irmos à Venezuela, cumprindo uma missão de caráter até mesmo humanitário, para reforçar uma pressão que é hoje do mundo. Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas anunciou uma posição a favor da liberdade imediata e incondicional dos presos políticos. Vamos fazer coro a várias nações democráticas e a lideranças de vários países do mundo já que o governo brasileiro tem sido absolutamente omisso nessa questão. E essa omissão tem, de alguma forma, estimulado a escalada autoritária nesse país irmão”, afirmou Aécio Neves em coletiva à imprensa, em Brasília.
O convite para a visita foi feito aos parlamentares brasileiros pelas famílias de Leopoldo Lopez, líder da oposição venezuelana preso há mais de um ano, e de Antonio Ledezma, prefeito de Caracas detido em fevereiro deste ano em pleno exercício do cargo. Lopez mantém greve de fome há mais 20 dias.
Aécio Neves afirmou que os senadores de oposição cumprem o papel que o governo brasileiro tem se recusado a fazer em repúdio às violações cometidas pelo regime Maduro aos diretos humanos e às liberdades democráticas.
“Nós mesmos, quando vivemos aqui sob as trevas do regime autoritário, não foram poucas as manifestações de outros países, de lideranças democráticas de várias partes do mundo que vieram aqui se solidarizar com presos políticos brasileiros. O que me causa enorme estranheza – e falo como presidente do PSDB e senador da República – é o governo brasileiro não estar utilizando, exercendo o papel que tem do ponto de vista econômico, geográfico, populacional, a força que tem na região para ajudar que a Venezuela atue no respeito às liberdades democráticas, em respeito aos seus opositores. Vamos cumprir um papel que deveria estar sendo cumprido pelo governo do PT, pelo governo brasileiro ao longo de todos esses últimos anos”, criticou.