Aécio Neves – Entrevista – Visita aos estádios Mineirão e Independência

Local: Belo Horizonte 

Assuntos: visita aos estádios Mineirão e Independência, anúncio de partida da seleção brasileira em Belo Horizonte, Copa das Confederações, mensalão/PT 

O senhor considera uma vitória pessoal a garantia do jogo da seleção brasileira no Mineirão?
Acho que mais do que isso. Nenhum estado brasileiro investiu tanto no futebol, quanto o estado de Minas Gerais. O Independência, uma obra decidida no meu governo e concluída pelo governador Anastasia, é um novo palco para o futebol mineiro vencer. Está aí o Atlético, tendo vitórias importantes, e espero que o meu Cruzeiro também chegue  no seu momento, e o próprio América se reerga e se fortaleça com o Independência. E o que o Marin disse é o seguinte: está, na verdade, retribuindo a Minas Gerais investimentos que o Estado fez ao futebol.
O Mineirão será o primeiro estádio brasileiro a ser entregue atendendo, na plenitude, as exigências da Fifa. E eu vou antecipar um pouco a minha conversa particular com ele, obviamente ele tem de comunicar isso também a outros parceiros de outros estados, mas estou seguro que vamos trazer uma etapa importante da preparação da seleção brasileira para Minas Gerais na véspera da Copa das Confederações, o que pode ser um sinal até para que a gente tenha um espaço também com a seleção na Copa do Mundo. Mas tudo começa com a Copa das Confederações.
Então, além de um jogo que eu quero que seja um grande clássico, com uma grande seleção europeia ou com a Argentina, estamos tendo cautela na definição da data, mas posso antecipar que será entre março e abril. Obviamente, a partir do calendário das seleções que estão disputando as eliminatórias para a Copa do Mundo, mas vamos ter aqui um momento de grande festa e de reconhecimento ao trabalho que Minas Gerais fez.
Portanto, fico muito orgulhoso não apenas de ver o Mineirão já quase pronto. O Independência que é hoje um brinco, um estádio extraordinário, e o Brasil reconhecendo este nosso esforço. Vamos ter aqui a seleção brasileira jogando, vamos ter aqui a seleção brasileira se preparando. Isso significa turismo, significa imprensa nacional e internacional em Belo Horizonte. Empregos na rede hoteleira, empregos na área de serviços, para os taxistas, enfim, um grande momento.
Tudo isso existe pela articulação do Governo do Estado com a Prefeitura Municipal. As obras de infraestrutura estão aí, e acho que Minas Gerais está, sim, de parabéns e todo  nós temos que estar muito orgulhosos.


Hoje começa o julgamento do núcleo político do mensalão. Na sua visão o STF tem cumprido o papel? Como o senhor vê esse julgamento?


Acho que o STF está fazendo um julgamento absolutamente técnico e acredito que o Brasil sobe de patamar no que diz respeito a essas questões éticas, às questões morais. Acho que é um demarcador de águas, esse julgamento. Sempre disse, aqueles que forem culpados devem pagar, os que forem inocentes devem ser inocentados, mas sem qualquer tipo de pressão. O Supremo deve julgar com absoluta imparcialidade. E o que estamos vendo, efetivamente é que, durante um determinado período, do governo do PT, houve sim a utilização de recursos públicos para atender aos bens, aos interesses de um partido político. Disse recentemente, e aqui repito, o PT inverteu a lógica de que os partidos políticos devem estar a serviço de um projeto te país. O PT colocou o país a serviço do seu projeto partidário, do seu projeto de poder, infelizmente.


O Marcos Valério deu uma declaração, há uma entrevista na revista Veja dizendo que Lula seria o chefe do mensalão. O que o senhor pensa sobre esse assunto?

Vejo com muita cautela. Não tenho informações além daquelas que li. Acho apenas que esse episódio vai ter ainda desdobramentos. Vamos aguardá-los com cautela. Não torço para que todos sejam punidos apenas por serem meus adversários. Acho que independente de partidos políticos, quem agiu com irresponsabilidade, quem utilizou o mandato, o poder público para benefícios pessoais ou partidários, deve pagar até para que possamos ter, nas novas gerações, um comportamento ético diferente desse que assistimos até aqui.

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