Aécio Neves – Entrevista – Congresso do PSDB

Local: Brasília – DF

Assuntos: campanhas municipais, PSDB no Brasil e MG, ex-presidente Lula.

Sobre encontro do PSDB

Estamos nos preparando com absoluta consistência para as eleições municipais. Já somos o segundo maior partido brasileiro em número de prefeituras, em número de municípios. São mais de 800 municípios administrados pelo PSDB. São oito estados administrados pelo PSDB, que representam alguma coisa em torno de 50% do PIB e 50% da população brasileira. Cito esses números para mostrar apenas a nossa representatividade. Mas queremos mais. O PSDB, que se organiza no seu movimento sindical, no seu movimento de juventude, no seu movimento das mulheres, agora passa a conversar sobre estratégias eleitorais. Qual o discurso que vai emoldurar as candidaturas do PSDB por todo o Brasil. A minha mensagem hoje é que nós, além dos temas locais, que obviamente devem prevalecer nas eleições municipais, o PSDB é um partido que se diferencia da maioria dos outros partidos no cenário político brasileiro, porque temos um projeto nacional. Portanto, os pré-candidatos do PSDB devem estar falando sobre questões relativas ao financiamento da saúde pública, ao financiamento da segurança pública, à gestão pública de qualidade e às grandes reformas, aos grandes gargalos que o País ainda não venceu. Portanto, aos candidatos do PSDB será sugerida a incorporação nas suas campanhas também de grandes temas nacionais que tenham a ver com a vida dos cidadãos. Estamos todos muito animados e acho que o PSDB sai das eleições municipais maior do que já é hoje.

Meta do PSDB nas eleições.

Queremos aumentar o nosso número de municípios. O PSDB, com seus aliados em Minas Gerais, vai vencer mais de 80% dos 853 municípios mineiros. Essa é a meta que temos. Mais de 80% em Minas Gerais, o PSDB com aliados. Porque temos uma base muito ampla. Não queremos e não achamos correto que o PSDB solitariamente tenha a hegemonia. Somos o maior partido em número de prefeituras, temos cerca de 150 hoje e queremos aumentá-las, mas o conjunto da base de sustentação do PSDB que me apoia desde a minha primeira eleição que apoia o governador Anastasia, a nossa base tem uma meta de vencer em mais de 80% dos municípios em Minas Gerais. Acho que é um dos estados em que o PSDB estará mais forte, mas vejo com muita alegria que não é apenas mais São Paulo, Minas Gerais. O PSDB amplia as suas possibilidades em todo o Brasil. e o que estou dizendo, que acho um grande diferencial nosso e uma mensagem que trago hoje, é que, além dos temas locais, que deverão, obviamente, conduzir as eleições municipais, o PSDB deve ter a responsabilidade de agregar aos temas locais cinco ou seis grandes questões nacionais, porque somos um partido diferente de boa parte dos partidos que estão hoje no espectro político partidário brasileiro. Nós temos um projeto nacional. Então, aos nossos candidatos, será demandado falar sobre questão de saúde pública e seu financiamento, questão da segurança pública e seu financiamento, essa concentração absurda de receitas tributárias nas mãos do governo federal, portanto, de um novo Pacto Federativo. Questões relativas à própria gestão do Estado, à gestão eficiente, que é uma marca do PSDB. Então, acho que devemos buscar uma certa homogeneidade no discurso do PSDB em relação às questões nacionais. Isso criará um diferencial em relação aos nossos candidatos. E a direção nacional está se dispondo inclusive a preparar documentos, aprofundar essas discussões, acoplá-las às realidades locais e regionais. Então acho que o PSDB vive um grande momento. O seu movimento de juventude provavelmente é o mais sólido entre todos os partidos políticos do Brasil. Da mesma forma, o movimento das mulheres também de fortalece muito. Iniciamos um processo também de inserção sindical mais forte, através do movimento sindical. E, hoje, vamos falar com os principais prefeitos, que são a vitrine, a cara do PSDB. Estou muito animado. O PSDB sai das eleições municipais mais forte do que entra nas eleições municipais.

Sobre o encontro do ministro Gilmar Mendes com o ex-presidente Lula. Como o PSDB está vendo?

Se confirmados os relatos do ex-ministro Gilmar Mendes, é algo grave. Eu venho de uma formação política em que preza muito a liturgia dos cargos, o limite de atuação de cada um. Vivemos hoje em um Brasil onde a democracia foi conquistada pelo sacrifício de tantos e ninguém pode tudo, ninguém está acima da lei. Obviamente, temos que aguardar que o próprio presidente se manifeste com serenidade. Felizmente, temos no Brasil instituições muito sólidas, que não me parecem abaladas por essa crise, mas, acho que é muito grave, em um momento em que um ex-presidente da República busca interferir numa decisão de um tribunal. Mas tenho absoluta confiança que o Supremo Tribunal Federal vai julgar o caso do mensalão e outras demandas que lá cheguem com isenção, com valores, enfim, de forma técnica, como deve ser. Mas é um fato que, realmente, gera constrangimentos, especialmente para os aliados do presidente.

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