Aécio Neves – Entrevista coletiva

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva, nesta terça-feira (23/02), em Brasília. Aécio falou sobre apoio às manifestações de 13 de março, reunião com líderes da oposição, rito do impeachment, STF e nova fase da Lava Jato.

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre as manifestações no dia 13 de março.

Os partidos de oposição, com as presenças dos líderes na Câmara e no Senado, definiram de forma absolutamente clara que caminharão juntos daqui para frente, seja na estratégia parlamentar legislativa e, obviamente, também nas ações políticas. Estamos distribuindo uma nota de absoluto apoio dos partidos com representação no Congresso Nacional, os partidos de oposição, às manifestações programadas para o próximo dia 13 de março, organizadas por movimentos da sociedade civil, sempre com essa ressalva. Estaremos conclamando nossos companheiros de todas as regiões do país, em todos os municípios do país para que se façam presente nesse momento de profundo agravamento da crise política, econômica, social e moral que vem devastando o Brasil. E tenho muita confiança de que teremos manifestações muito consistentes e muito representativas neste dia 13.


Sobre STF e TSE.

Por outro lado, uma representação de líderes oposicionistas na Câmara dos Deputados está solicitando ao presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Lewandowski, uma audiência para cobrar agilidade na definição do rito final para tramitação do processo de impeachment para que ele possa ter o seu curso natural na Câmara dos Deputados. E, acatando uma sugestão feita pelo senador Agripino, uma representação de líderes desses partidos estarão solicitando também à ministra Maria Thereza uma audiência no Tribunal Superior Eleitoral para, pessoalmente, levar a ela aquilo que hoje já foi, do ponto de vista formal, pelo sistema eletrônico, já protocolado no Tribunal Superior Eleitoral, que é o pedido de juntada na investigação que lá ocorre em relação às ilicitudes cometidas na campanha eleitoral da última fase da Operação Lava Jato, solicitando inclusive que seja ouvido o sr. Zwi, conhecido operador do esquema de corrupção na Petrobras.

Pedimos que ele seja ouvido como uma das testemunhas da acusação. E o compromisso formal e final é de que estaremos semanalmente nos reunindo e traçando uma estratégia cada vez mais articulada e mais vigorosa no sentido de dar ao Brasil o início de um novo tempo. A nossa constatação, de todos, sem exceção, é de que, com Dilma na Presidência da República, o Brasil não encontrará, em um espaço de tempo curto, as condições mínimas de retomada do crescimento, de redução do desemprego e de melhoria nos indicadores econômicos e, principalmente, sociais que vêm trazendo infelicidade à vida de milhões e milhões de brasileiros.


Há alguma estratégia eleita para impeachment ou a anulação da eleição?

O que queremos é que ambas as questões avancem, e elas não são excludentes. Acho até que elas se complementam. Existe no Tribunal Superior Eleitoral uma ação de investigação aberta pela maioria dos ministros daquela Corte, e é preciso que o governo comece a se defender não politicamente, não atacando a oposição, mas das acusações formais que são feitas. E esse episódio das últimas horas é um fato de extrema gravidade que, tenho certeza, será analisado pelos ministros. Aqui não há qualquer tipo de pressão espúria. O que queremos e que haja alguma agilidade para que essa sensação hoje da sociedade brasileira de desgoverno absoluto possa ser superada.

E existe aqui trancado um processo de tramitação do impeachment da presidente da República em razão das decisões do Supremo Tribunal Federal que precisam, quaisquer que sejam as decisões finais, ser comunicadas à Câmara dos Deputados a partir dos embargos que ali foram apresentados. A decisão é fundamental para que o processo volte a tramitar. O que temos é que garantir que as instituições continuem a funcionar, sejam tribunais, seja o Congresso Nacional. Não escolhemos caminho. Na nossa constatação, repito, é que, com a presidente Dilma no governo, não há mais a confiança mínima necessária à retomada do crescimento e ao enfrentamento dessa crise sem precedentes na qual o seu governo e o seu partido mergulharam o Brasil.


Sobre pedido de inclusão no processo do TSE das informações da nova fase da Lava Jato.

O que pedimos é a juntada dessas novas informações, informações extremamente graves, em relação ao pagamento por um operador da Petrobras, conhecido da polícia, conhecido do Ministério Público, chamado Zwi (Skornicki) que teria pago, em contas no exterior, o marqueteiro da campanha.

O que queremos é que ele seja ouvido também no TSE para que diga de forma clara quem orientou esse pagamento. Porque razão alguém que operava propina da Petrobras e distribuía, segundo a sua própria declaração, esse recurso para diretores da empresa, pagaria alguém que trabalhava na campanha eleitoral. Estamos absolutamente serenos. Vamos observar o encaminhamento dessas questões com absoluta cautela, mas é preciso que o Tribunal observe e analise em profundidade essas novas denúncias.

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