Aécio Neves propõe interrupção do recesso do Congresso em janeiro para discussão do impeachment

O senador destacou que o principal debate a ser feito pelo Congresso é sobre a legalidade das manobras fiscais feitas pelo governo nas contas públicas

Foto : George Gianni

O senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, apresentou, nesta terça-feira (08/12), ao presidente do Senado, Renan Calheiros, proposta para que o recesso parlamentar seja interrompido em meados de janeiro para que o Congresso discuta, sem afogadilho, o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

“A convocação prevista hoje na Constituição é para 2 de fevereiro, mas anteciparíamos aí pelo menos 15 dias essa convocação. Portanto, não deixaríamos o país em suspenso, mas ao mesmo tempo permitiríamos que houvesse uma mínima organização da sociedade, daqueles movimentos que querem acompanhar este processo. Se houver por parte do presidente Renan um entendimento de que este é um bom caminho, me dispus a conversar com os líderes da oposição”, afirmou o senador, em entrevista à imprensa no Senado.

Aécio Neves destacou que o principal debate a ser feito pelo Congresso Nacional é sobre a legalidade das manobras fiscais feitas pelo governo nas contas públicas. As chamadas pedaladas fiscais foram condenadas por unanimidade pelos ministros do TCU. Com a aceitação do pedido de impeachment será a vez de o Congresso decidir.

“Esta é uma Casa política. É uma Casa de negociação. E a nossa proposta é de um equilíbrio para que possamos antecipar o fim do recesso para meados, por volta do dia 15 do mês de janeiro, e aí, poderíamos, nós todos, aqueles que apoiam a presidente da República e aqueles que apoiam o impeachment, retomar a discussão no que é central. Houve ou não cometimento crime de responsabilidade pela presidente da República?”, disse o senador.

Aécio afirmou ainda que pretende levar a sugestão para outros partidos de oposição.

“Esta é uma posição que tem uma convergência dentro do PSDB e espero poder levá-la, se houver a concordância do presidente Renan, aos outros partidos de oposição que preferem o início desta discussão pós-fevereiro. Portanto, cumprido o recesso total. Acho que poderíamos encontrar um meio termo antecipando o retorno dos parlamentares para em torno de 15 de janeiro”, informou o senador.

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