Aécio Neves critica tentativa do PT de fragilizar Procuradoria-Geral e Imprensa

Para o senador, essa postura pode causar danos à democracia brasileira

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou, nesta quinta-feira (10/05), que a tentativa de lideranças do PT de desqualificar os trabalhos da Procuradoria-Geral da República e da imprensa coloca a democracia brasileira em cheque. A declaração foi dada em entrevista antes de palestra ministrada pelo senador durante o 29º Congresso Mineiro de Municípios, realizado em Belo Horizonte.

Aécio Neves disse que a estratégia de criar constrangimentos ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e a veículos de imprensa durante as apurações da CPI Mista do caso Cachoeira terá a reação dos partidos de oposição. O senador disse que a CPI não pode ser utilizada para prejudicar o julgamento do escândalo do mensalão, denunciado pela imprensa em 2005 e envolvendo nomes do PT.

“Querer usar a CPI para mascarar a apuração em relação ao mensalão, ou para criar constrangimentos ao procurador-geral, terá a nossa objeção mais radical. O PT, infelizmente, deixa cair a máscara e mostra que o objetivo da CPI era um combate que nada tinha a ver com a elucidação das denúncias. Fica aí um alerta para a sociedade, porque o que está em jogo nisso é a própria democracia. No momento em que tivermos uma procuradoria-geral da República, o próprio Ministério Público fragilizado, e a imprensa cerceada, temos a democracia em cheque”, afirmou Aécio.

O senador alertou para a importância de que a imprensa possa exercer seu trabalho de forma independente. Para ele, o PT insiste em atacar setores da mídia que criticam o partido.

“O PT foca em algo que sempre foi um objetivo de algumas de suas lideranças que é o cerceamento da liberdade de imprensa. O PT busca atacar a mídia já que a mídia o contraria. E mais uma vez, o presidente nacional do PT nos fez o favor de deixar isso claro dizendo que setores da mídia, há muito tempo, não compactuam com o projeto de poder do PT. E é bom que não compactuem. É bom que sejam independentes esses setores da mídia”, disse o senador Aécio.

Poupança

Aécio Neves falou, ainda, sobre as mudanças feitas pelo governo na remuneração das cadernetas de poupança. O senador disse que é importante que haja de fato uma queda rápida na taxa de juros, para que as novas regras não prejudiquem os poupadores.

“Temos feito estudos com economistas extremamente qualificados. Achávamos que havia outras possibilidades de impedir uma migração de investimentos para a poupança, através da desoneração de algumas outras aplicações. Foi uma posição da presidente com o objetivo de uma redução abrupta na taxa de juros. É preciso que isso aconteça. Se isso não acontecer, terá sido um tiro no pé. A poupança é a aplicação hoje mais simplificada e, por isso mesmo, a preferida pelos pequenos poupadores. E criar complicadores à poupança sem a consequência imediata, rápida, de uma queda vigorosa na taxa de juros, é um problema a mais que o governo está criando”, observou Aécio.

Exclusão do Semiárido mineiro

Aécio Neves voltou a criticar a exclusão dos Vales do Jequitinhonha, do Mucuri e do São Mateus de futuros benefícios fiscais concedidos ao Nordeste brasileiro, conforme prevê o projeto de LDO enviado essa semana, ao Congresso, pelo governo federal.

Nele, o governo estende os benefícios antes negados aos municípios Norte de Minas, mas deixa de fora 75 cidades dos vales. Todas elas integrantes da Área Mineira da Sudene.

“Mais uma vez, o governo federal mostra desconhecimento em relação à realidade de Minas. O governo corrige em parte, talvez inspirado por nossas iniciativas, incluindo em benefícios que serão dados ao Nordeste a região Norte de Minas. Mas, surpreendentemente, excluem o Vale do Jequitinhonha, o Mucuri, e o São Mateus, como se eles não existissem para atração desses benefícios”, alertou o senador.

Aécio Neves apresentou ontem uma emenda estendendo os incentivos fiscais a todos os municípios da Área Mineira da Sudene.

Share on FacebookTweet about this on TwitterShare on Google+