Aécio Neves afirma que depoimento de procurador do MP contra Dilma “foi devastador”

REPÓRTER:

Em entrevista coletiva, nesta quinta-feira, o senador Aécio Neves, do PSDB de Minas Gerais, afirmou que o depoimento do representante do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Júlio Marcelo de Oliveira, foi devastador, e que agora entende porque a defesa da presidente Dilma se opôs tanto ao depoimento do procurador. Júlio Marcelo tinha sido convocado pela acusação como testemunha, mas após questionamentos da defesa da presidente afastada, o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, decidiu que ele deveria falar como informante. Durante a oitiva, o procurador afirmou que as pedaladas fiscais e as outras ações do governo Dilma foram parte de um “grande plano de fraude fiscal”, autorizado pela presidente da República nos anos de 2014 e 2015.

SONORA DO SENADOR AÉCIO NEVES

“O depoimento do procurador foi devastador. O argumento da defesa de que a presidente não tinha qualquer responsabilidade sobre isso, de que eram decisões da área econômica, caiu por terra. O que ficou claro nesse depoimento, com argumentos técnicos extremamente consistentes, é que a presidente da República, de forma deliberada, cometeu crime de responsabilidade, afrontou a Constituição e a pena no Brasil a quem comete crime de responsabilidade não é a prisão, mas sim o encerramento do seu mandato, o afastamento das suas funções e a sua inelegibilidade. E, dentro de poucos dias, o Brasil terá um novo governo e, quem sabe, a possibilidade de recuperar a esperança do seu próprio futuro.”

REPÓRTER:

Aécio Neves ainda destacou que a democracia brasileira ficará mais sólida após o processo de impeachment.

SONORA SENADOR AÉCIO NEVES

“O que estamos fazendo aqui é garantindo o cumprimento da Constituição e respeitando a democracia. A democracia no Brasil, ao contrário do que apregoam alguns dos apoiadores da presidente Dilma, sairá muito mais forte após o desfecho desse processo.”

REPÓRTER:

O senador tucano também defendeu que seja aplicada isonomia no tratamento das testemunhas convocadas pela defesa. Aécio disse que os indicados pela defesa de Dilma Rousseff já demonstraram ter vínculos com a presidente afastada, participando até de manifestações políticas. Os parlamentares ainda devem ouvir mais cinco testemunhas: uma de acusação e quatro de defesa.

De Brasília, Shirley Loiola.

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