O senador Aécio Neves disse, na tarde de hoje (06/10), em entrevista coletiva, que a ação política do governo e do advogado-geral da União contra o TCU é um acinte. “O que estamos fazendo aqui é defender o Tribunal de Contas, a sua autonomia e a sua independência”, afirmou Aécio.
Entrevista coletiva
O senador Aécio Neves disse, na tarde de hoje (06/10), em entrevista coletiva, que a ação política do governo e do advogado-geral da União contra o TCU é um acinte. “O que estamos fazendo aqui é defender o Tribunal de Contas, a sua autonomia e a sua independência”, afirmou Aécio.
Líderes da oposição se reúnem com presidente da TCU
“Hoje, os presidentes e líderes dos principais partidos de oposição fazem uma visita em defesa do Tribunal de Contas da União (TCU), que vem sendo atacado de forma vil e até mesmo grosseira pelo poder Executivo. O que estamos assistindo é uma tentativa de intimidação de uma Corte que tem uma função constitucional e, entre elas, a de julgar as contas da presidente da República. Na ausência de argumentos técnicos aceitáveis, o governo parte para a intimidação”, afirmou o senador Aécio Neves, que participou de visita de líderes da oposição ao Tribunal de Contas da União (TCU), esta tarde (06/10), em desagravo às ameaças feitas pelo governo federal ao ministro Augusto Nardes, relator das contas do governo federal, às vésperas do julgamento das manobras (pedaladas) fiscais praticadas do governo em 2014.
Governo Dilma tenta intimidar TCU porque não tem como justificar as pedaladas fiscais, afirma Aécio
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, classificou nesta terça-feira (6/10) de vil e grosseira a tentativa do governo federal de intimidar o Tribunal de Contas da União (TCU), na véspera do julgamento das chamadas “pedaladas fiscais”, manobra usada pela presidente Dilma Rousseff para esconder o rombo nas contas públicas em 2014.
Aécio e os principais líderes da oposição no Congresso se reuniram com o presidente do TCU, ministro Aroldo Cedraz, para manifestar solidariedade e rechaçar a pressão política contra o tribunal, comandada pelos ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e do Planejamento, Nelson Barbosa, e pelo Advogado-Geral da União (AGU), Luís Inácio Adams.
“Hoje os presidentes e líderes dos principais partidos de oposição fazem uma visita em defesa do Tribunal de Contas da União, que vem sendo atacado de forma vil e até mesmo grosseira pelo poder Executivo. O que estamos assistindo é uma tentativa de intimidação de uma Corte que tem uma função constitucional e, entre elas, a de julgar as contas da presidente da República. Na ausência de argumentos técnicos aceitáveis, o governo parte para a intimidação”, afirmou o senador Aécio Neves, em entrevista à imprensa após a reunião.
Aécio foi ao TCU acompanhado dos líderes do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima, e na Câmara, Carlos Sampaio; e dos presidentes do PPS, Roberto Freire; do DEM, Agripino Maia; do Solidariedade, Paulinho da Força; dos líderes do DEM no Senado, Ronaldo Caiado, e na Câmara, Mendonça Filho; do líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno; do senador tucano Álvaro Dias; e do deputado federal Arthur Maia, do Solidariedade.
Maquiagem fiscal
A investida contra o TCU começou no domingo, quando os ministros e o advogado-geral da União, ligado à presidente da República, pediram o afastamento do ministro Augusto Nardes, relator das contas do governo no tribunal. Apesar da manobra, o presidente do TCU manteve o julgamento marcado para esta quarta-feira (07/10).
“Esse governo do PT não satisfeito em destruir a economia do país, não satisfeito em mergulhar-nos em uma das mais graves crises sociais da nossa história contemporânea, agora pretende solapar as nossas instituições com as ameaças que faz ao Tribunal de Contas. Não permitiremos que isso ocorra”, defendeu Aécio.
O presidente nacional do PSDB afirmou ainda que o advogado-geral da União lidera a operação de intimidação contra o TCU e tem se notabilizado pela defesa de ilegalidades cometidas pelo governo federal, agindo como um advogado da presidente Dilma Rousseff. Aécio criticou o governo petista por politizar um julgamento de natureza técnica.
“A politização veio exatamente do governo federal, da AGU. O advogado-geral há muito deixou de ser advogado-geral para ser um assessor político da presidente da República, inclusive atacando a oposição. Estamos assistindo talvez à mais triste página na história da Advocacia-Geral da União. O advogado-geral deve tradicionalmente aconselhar o presidente da República para que os seus atos tenham a garantia da legalidade. O que estamos assistindo é o advogado-geral defender, de forma permanente e reiterada, ilegalidades”, afirmou o senador.
Papel das oposições
Aécio ressaltou que o papel das oposições neste momento é garantir a independência do TCU e de outras instituições que investigam casos de corrupção no governo federal e na campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff. O TSE decide hoje a abertura de investigações sobre os recursos usados na campanha eleitoral da presidente Dilma. O pedido de investigação foi feito pelo PSDB à Justiça eleitoral.
“O nosso papel é blindar as nossas instituições. Seja o Tribunal de Contas, seja o Tribunal Superior Eleitoral que, hoje à noite, deve retomar o julgamento de uma ação investigativa em relação às contas da presidente da República. Nós, da oposição, não vamos definir qual será o desfecho dessa crise, mas o nosso papel é garantir que as nossas instituições funcionem na sua plenitude, que ajam com independência, que ajam com a coragem que têm agido até agora”, ressaltou.
Visita ao TCU
“Na ausência de argumentos que possam justificar os atos cometidos pela presidente da República, acham que, atacando o Tribunal, podem fazer a sua defesa. Não podem. O Tribunal de Contas fará amanhã o julgamento das contas da presidente da República e a lei no Brasil é para ser cumprida por todos, em especial, por quem deveria dar o exemplo que é a presidente da República. Se ilegalidades foram cometidas, e o Tribunal é quem vai dizer isso, aqueles que a cometeram têm de responder por elas”, afirmou Aécio Neves, que participou de visita de líderes da oposição ao Tribunal de Contas da União (TCU), esta tarde.
Aécio Neves – Entrevista coletiva sobre a intervenção do governo no TCU
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu etrevista coletiva nesta terça-feira (06/10), em Brasília. Aécio falou sobre o julgamento das contas do governo Dilma e intervenção do governo no TCU.
Leia a transcrição da entrevista do senador:
Sobre visita ao TCU.
Hoje os presidentes e líderes dos principais partidos de oposição fazem uma visita em defesa do Tribunal de Contas da União, que vem sendo atacado de forma vil e até mesmo grosseira pelo poder Executivo. Na verdade, o que estamos assistindo é uma tentativa de intimidação de uma corte que tem uma função constitucional e, entre elas, a de julgar as contas da presidente da República. Na ausência de argumentos técnicos aceitáveis, o governo parte para a intimidação.
Estamos assistindo talvez à mais triste página na história da Advocacia-Geral da União. O advogado-geral da União deve tradicionalmente aconselhar o presidente da República para que os seus atos tenham a garantia da legalidade. O que estamos assistindo é o advogado-geral da União defender, de forma permanente e reiterada, ilegalidades. Portanto, não viemos aqui interferir no mérito da decisão que deverá ser tomada, mas apenas garantir que o Tribunal de Contas possa fazer aquilo que faz com que a sua existência se justifique: atuar com independência, com isenção, com base em pareceres técnicos.
Lamentavelmente esse é mais um exemplo que deve ser condenado com veemência. Repito, na ausência de argumentos que possam, de alguma forma, justificar os atos cometidos pela presidente da República, acham que, atacando o Tribunal, podem fazer a sua defesa. Não podem. O Tribunal de Contas amanhã fará o julgamento das contas da presidente da República e a lei no Brasil é para ser cumprida por todos, em especial por quem deveria dar o exemplo que é a presidente da República. Se ilegalidades foram cometidas, e o Tribunal é quem vai dizer isso, aqueles que a cometeram têm de responder por elas.
A possibilidade de o governo recorrer ao Supremo para impedir o julgamento, isso é “tapetão”?
É um governo que demonstra de forma muito clara que não tem mais argumentos. Ao governo foram dados prazos que jamais foram dados a qualquer outro processo para que se defendesse, para que enviasse as suas justificativas. Ao perceber que não existe justificativa para as ilegalidades cometidas, o governo ameaça sim com chicanas. O que se pretende fazer, ou o que se pretendeu fazer, e acredito não terá êxito, é apenas retardar a decisão do Tribunal de Contas. Levar essa questão ao Supremo é mais uma vez adiar esta decisão.
Quem tem a qualificação técnica para fazer a análise que vem fazendo com mais de uma dezena de auditores participando destas discussões, examinando a fundo cada um dos procedimentos da presidente da República é o Tribunal de Contas. Esse recurso já é uma confissão pública de derrota. E contra fatos não existem argumentos que não sejam outros fatos. O governo não teve argumentos para se contrapor aos pareceres técnicos do Tribunal de Contas e, por isso, apela. Como disse ontem, parece funcionar como um time de futebol que está vendo que vai perder de goleada e para o jogo e pede para trocar o juiz. Felizmente no Brasil as nossas instituições funcionam. E viemos aqui para dizer ao Tribunal de Contas da nossa solidariedade e que não aceitaremos essas tentativas de intimidação do governo.
Como que a oposição vai agir até o julgamento?
O nosso papel é blindar as nossas instituições. Seja o Tribunal de Contas, seja o Tribunal Superior Eleitoral que hoje à noite deve retomar o julgamento de uma ação investigativa em relação às contas da presidente da República.
Nós, da oposição, não vamos definir qual será o desfecho dessa crise, mas o nosso papel é garantir que as nossas instituições funcionem na sua plenitude, que ajam com independência, que ajam com a coragem que têm agido até agora. Esse governo do PT não satisfeito em destruir a economia do país, não satisfeito em mergulhar-nos em uma das mais graves crises sociais da nossa história contemporânea, com inflação, com desemprego em alto, com juros escorchantes. Não satisfeito em gerar a maior crise moral também da nossa história republicana com o assalto às nossas principais empresas, agora pretende solapar as nossas instituições com as ameaças que faz ao Tribunal de Contas. Não permitiremos que isso ocorra.
A tese da AGU é de que o Tribunal estaria politizando o julgamento que é técnico. A presença da oposição no TCU politiza um julgamento que é técnico?
Não. A politização veio exatamente do governo federal, da AGU. O advogado-geral há muito deixou de ser advogado-geral para ser um assessor político da presidente da República, inclusive atacando a oposição. O que estamos fazendo aqui hoje é defendendo o Tribunal de Contas contra uma ação política escancarada do governo federal e de seus ministros.
O que assistimos neste último domingo é um acinte. Ministros se reunindo para ameaçar não apenas o relator, mas o Tribunal de Contas. Esse parecer já é público há muito tempo, o governo já o conhece há muito tempo. No Senado Federal já tivemos oportunidade de, com a presença de representantes do Tribunal, debater essa questão. Não há novidade para ninguém. O que estamos fazendo aqui é defender o Tribunal de Contas, a sua autonomia e a sua independência.
