Aécio Neves – Entrevista coletiva em Brasília

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, em entrevista coletiva, nesta quarta-feira (18/12), em Brasília, falou sobre a reestatização da Petrobras. Aécio Neves alertou para a necessidade de se profissionalizar as principais empresas públicas, como a Petrobras e Eletrobras, e também comentou sobre os programas Bolsa Família e Mais Médicos.

 

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre as declarações da presidente Dilma

Em primeiro lugar é bom que a presidente saiba que as coisas boas desse governo, que não são muitas, obviamente, serão não só mantidas, mas aperfeiçoadas em um futuro governo do PSDB. Mas a presidente se equivoca algumas vezes nas suas declarações. A primeira delas quando, mais uma vez, a la Goebbels, transforma-se a repetida mentira achando que ela possa virar verdade. Repete-se infinitamente uma mentira achando que ela pode se transformar em verdade.

Como a nossa presidente anda muito antenada nas redes sociais, sugiro que ela vá no Youtube e coloque “presidente Lula segundo turno das eleições de 2002 e bolsa esmola.” Ela vai ver que foi exatamente o seu tutor, o presidente Lula, quem chamou os programas de transferência de renda de bolsa esmola, ou de esmola. Ao contrário do que ela disse se referindo ao Bolsa Escola e o Bolsa Alimentação que, na verdade, foram a matriz do Bolsa Família.

Ela se equivoca mais uma vez ao dizer que votamos contra o Mais Médicos. Não. Votamos a favor, mas buscamos aprimorá-lo, o que, infelizmente não conseguimos fazer. Mas faremos no governo do PSDB. Não temos nenhum preconceito contra médicos de fora e muito menos os cubanos. Ao contrário, acho que até os cubanos, por viverem sob a égide de um regime autoritário, deveriam receber uma solidariedade ainda maior dos brasileiros.

O que defendo é que, em primeiro lugar, eles possam ficar no Brasil para serem submetidos ao Revalida em benefício das pessoas que eles vão atender, e que recebam, integralmente, o salário pago pelo governo brasileiro. O que não ocorrerá em um governo do PSDB é o financiamento de um regime autoritário com recursos do Tesouro a pretexto de garantir recursos para um programa social.

Aquilo que recebem o médico português, o médico espanhol ou argentino, deve receber também o médico cubano. Acho que a discriminação quem faz hoje é o governo federal ao permitir que esses médicos recebam R$ 1500,00 / 2000,00 e tendo suas famílias ainda sem condições de visitá-los.

Portanto, as boas coisas, elas serão por nós, permanentemente, aprimoradas. E quando falo em reestatização da Petrobras, obviamente, uma figura de linguagem, se não entenderam, explico de forma muito clara. É a profissionalização da Petrobras. É de novo a meritocracia comandando a Petrobras, a Eletrobras, as principais empresas públicas.

No caso da Petrobras, ela tem de deixar de ser um instrumento da política econômica do governo, na verdade para fazer frente à incompetência do governo em controlar a inflação, que tem tirado a Petrobras de ser o grande instrumento do desenvolvimento, do crescimento econômico do Brasil, para ser utilizada de forma, a meu ver, perversa com os brasileiros, com os seus acionistas estimulados por este governo, que a transformou na empresa não-financeira mais endividada do mundo, tendo o seu endividamento triplicado, perdeu cerca de 35% do seu valor de mercado e começa a acontecer o inimaginável, atrasar o pagamento de fornecedores.

A lógica governista do PT, o aparelhamento da máquina pública do PT está sucateando as nossas empresas. É por isso que o PSDB tem dito: reestatizar a Petrobras é restabelecer a meritocracia na empresa, dar a ela novamente o papel de alavanca prioritária mais importante do desenvolvimento e crescimento econômico do Brasil e não submetê-la mais a este garrote da área econômica que fragilizou muito a nossa empresa e que sequer é, hoje, a maior empresa petroleira da América do Sul. Perde já para a colombiana.

 

Ouça a entrevista do senador:

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