“A vitória do Fuad é a vitória do equilíbrio. Não tenho dúvida de que vamos ter uma nova configuração do quadro partidário brasileiro. Espero e torço e trabalho muito por isso. Vamos fortalecer o centro democrático”, diz Aécio em encontro com o prefeito reeleito Fuad Noman, nesta segunda-feira (04/11), em Belo Horizonte.
O ex-governador e deputado federal Aécio Neves e o presidente do PSDB em Minas Gerais, deputado Paulo Abi-Ackel, se reuniram com o prefeito, na Prefeitura de BH, para cumprimentá-lo pela reeleição. O PSDB integrou a coligação de partidos que apoiou a reeleição do prefeito.
Seguem principais trechos da entrevista do deputado Aécio Neves.
Sobre o apoio do PSDB à candidatura do prefeito Fuad:
Hoje viemos aqui, eu e o deputado Paulo Abi-Ackel, que é o presidente regional do PSDB e secretário-geral nacional do PSDB, trazer um abraço ao meu amigo Fuad. Tenho orgulho muito grande de ter, de alguma forma, repatriado o Fuad, que estava servindo em Brasília, servidor público extraordinário que ele é. Em 2002, logo depois da nossa vitória, eu convidei o Fuad a voltar para Minas Gerais. Foi extraordinário secretário de Fazenda do nosso governo, depois secretário de Obras. Então, temos uma relação antiga de respeito mútuo. Essa foi uma das razões, e de confiança, que fez com que o PSDB, logo no início da campanha, optasse por estar ao lado do prefeito.
Quero chamar a atenção para algo que é pouco dito aqui. A eleição de Fuad não é uma eleição apenas importante para Belo Horizonte. Na verdade, essa eleição derrotou os extremos no Brasil. O discurso de ódio, o discurso radical, não foi vitorioso praticamente em parte alguma. E a vitória do Fuad é a vitória do equilíbrio, do centro democrático, daquilo que percebemos que precisa se fortalecer no Brasil. Não tenho dúvida de que daqui a alguns poucos anos vamos ter uma nova configuração do quadro partidário brasileiro. Espero e torço e trabalho muito por isso. Vamos fortalecer o centro democrático.
Sobre o encontro desta segunda-feira:
Quando eu encontro com o Fuad, com o Paulo (Abi-Ackel), com outras lideranças nacionais – disse a ele que estava conversando com o ACM Neto (União Brasil) na Bahia, que teve uma grande vitória, que o partido trouxe logo no início também apoio ao Fuad, a gente vê a necessidade de construirmos, não só uma federação do ponto de vista estatutário, mas uma nova união das forças que querem que o Brasil ande para frente.
Sobre a polarização na política:
Esse radicalismo paralisou o Brasil e vem fazendo muito mal ao Brasil. Então, vim cumprimentar o Fuad porque ele conseguiu derrotar aqui os extremos. Como? Com agressividade? Não. Com serenidade, com o seu trabalho, com a sua história, mostrando entregas à população de Belo Horizonte. Então, chamo a atenção para o prefeito de Belo Horizonte que é, a meu ver, hoje, uma figura política de grande importância nacional. E fortalecê-lo na sua próxima administração é fortalecer o projeto de centro democrático no Brasil.
Sobre planos do PSDB para o futuro, 2026?
Costumo dizer que o tempo do político, como dizia o velho Tancredo, pertence muito mais ao destino do que à nossa própria vontade pessoal. O PSDB está se reorganizando. O PSDB passa por momento de dificuldade a partir de equívocos graves que cometeu no passado recente, ao não ter, por exemplo, candidato à presidência da República nas últimas eleições. Mas estamos nos reorganizando no Brasil inteiro e acredito que o PSDB estará, em 2026, pronto para liderar esse campo do centro democrático, com outras alianças, com outros aliados.
As conversas têm sido intensas no Brasil inteiro. Tenho me dedicado muito a isso. Ao lado do presidente Marconi Perillo, estamos em permanente contato com outras lideranças partidárias. E há essa compreensão: ou nós nos unimos no centro ou vamos novamente permitir que a polarização, que é o radicalismo, que o atraso tome conta da política brasileira. Acho que essa eleição do Fuad e de algumas outras pelo Brasil demonstraram que as pessoas estão cansadas desse confronto permanente que não nos leva a lugar nenhum.
Sobre o atual governo de Minas:
Nós fizemos governos em Minas que viraram referência não só no Brasil, mas no mundo. O Banco Mundial pegou o nosso modelo de gestão como referência para outros estados de outros países. Fizemos governo de excelência, de ousadia. Eu acho que Minas agradece muito aquilo que foi feito. Nós levamos Minas Gerais, os meus dois governos, a ter a melhor educação fundamental do Brasil nas nove séries do ensino fundamental, nas nove séries. Hoje, estamos lá a partir do vigésimo lugar. Isso por si só, não vou falar aqui de feitos do governo, isso por si só resume aquilo que nós fizemos.
Poderíamos falar das estradas que o prefeito Fuad, quando secretário de Estado de Obras, construiu ligando mais de 220 cidades. Esse foi o nosso governo, ninguém tira a nossa marca. Infelizmente, temos hoje um governador que eu considero homem bem-intencionado – eu digo sempre isso –, mas muito distante das necessidades de Minas. O governador de Minas, como governador de São Paulo, como prefeito de São Paulo, como prefeito de Belo Horizonte, são atores políticos nacionais e eu vejo Minas absolutamente ausente dos grandes debates nacionais. Se fala de reforma tributária, não vejo a presença de Minas Gerais. Nós deixamos de ser referência para a discussão de temas federativos, por exemplo, que era uma marca nossa. Temos hoje em Minas um governo que, a meu ver, não vai deixar legado e tampouco acredito que deixará saudades.