Local: Cuiabá– MT
Assuntos: encontro com lideranças em Mato Grosso, CPI Mista, mensalão, eleições 2012 e 2014
Visita a Cuiabá.
Estou muito feliz de retornar a Cuiabá acompanhado do presidente Sergio Guerra, trazido por esta extraordinária liderança emergente do Congresso Nacional, presidente do meu partido no Estado, Nilson Leitão, e acompanhado de inúmeras lideranças do PSDB, o ex-prefeito Wilson (Santos), e temos sim dois objetivos muito claros. O primeiro deles é discutir a nova cara do PSDB, de que forma o PSDB se apresenta ao país como projeto nacional. O PSDB é responsável pela grande agenda que ainda está em curso no Brasil que foi construída ainda no governo do presidente Fernando Henrique, com a estabilidade econômica, com a modernização da economia, com o início dos programas sociais, com a Lei de Responsabilidade Fiscal. De lá prá cá não houve inovações, não aconteceram iniciativas ousadas e cabe ao PSDB se apresentar novamente ao país como aquele partido que tem responsabilidade com o novo, responsabilidade com as transformações. Essa será parte da nossa palestra, das discussões que trataremos aqui. Mostrar qual o novo discurso do PSDB. E, por outro lado, vamos falar sim de eleições. O PSDB aqui tem um nome extraordinário colocado à disposição da população de Cuiabá que é o companheiro Guilherme Maluf. Temos um entusiasmo enorme com as suas possibilidades, com o seu perfil. Ele é a cara do novo PSDB, que acredita em gestão pública eficiente, como instrumento de diminuição das nossas diferenças sociais. Eu digo sempre, até porque as políticas assistencialistas por si só não resolvem as amarguras do Brasil, não diminuem as nossas vergonhosas diferenças sociais. Eu digo sempre que não existe nenhuma ação de maior alcance social do que a boa aplicação do dinheiro público, com transparência e com eficiência. E vou falar um pouco da minha experiência de oito anos como governador de Minas Gerais, onde inovamos e introduzimos métodos do setor privado na administração pública. Avaliação de desempenho, estabelecimento de metas e avaliação de resultados em todas as áreas. Portanto, o PSDB se revigora, se apresenta de cabeça erguida como o partido que tem uma responsabilidade enorme com os avanços que ainda hoje acontecem no Brasil. Não estaríamos avançando, como avançamos, se não tivéssemos tido lá atrás, com a oposição ferrenha do PT, a coragem de estabilizar a economia com o Plano Real, de aprovar a Lei de Responsabilidade Fiscal, de modernizar a economia com as privatizações que possibilitaram, hoje, por exemplo, a universalização do acesso à telefonia para todos os brasileiros. Então, o PSDB está extremamente animado. O presidente Sergio Guerra tem feito um trabalho em nível nacional também extraordinário de mobilização e de motivação do partido. E acho que vamos nos apresentar não apenas nas eleições de 2012, mas de 2014, como aquele partido que tem condições de encerrar esse ciclo de governo do PT que, neste momento, já é perverso para o Brasil, porque o PT perdeu a capacidade de iniciativa. O PT deixou de ser um partido a serviço do país para termos hoje, infelizmente, a equação inversa. O que assistimos no Brasil, é um país a serviço de um partido e de um projeto unicamente de poder.
Como o senhor vê todos os escândalos que estão acontecendo, principalmente agora, mais uma CPI no Congresso Nacional. O senhor assinou, o senhor é a favor?
Primeiro, com enorme tristeza, como cidadão brasileiro, e com muita preocupação. Porque o que nós da oposição queremos é apuração de todas essas ilicitudes, de todas estas denúncias. A oposição, toda ela, assinou a CPI. Nós, senadores, a nossa bancada federal, o deputado Nilson Leitão, todos nós assinamos porque queremos não apenas essa apuração, como já queríamos outras. Queríamos uma CPI da Saúde, por exemplo, queríamos uma CPI das ONGs, que não nos levasse a esse desatino que virou a relação do governo federal com essas organizações não governamentais. Mas nessa, especificamente, queremos uma apuração dura, profunda, doa a quem doer. Não podemos permitir que a base do governo utilize essa CPI como instrumento apenas para atacar adversários. E é muito importante que a sociedade, que a imprensa e que todos nós estejamos vigilantes.
Em relação à Presidência da República, com José Serra, como vai se definir isso?
Cada coisa a seu tempo. A nossa prioridade agora é o fortalecimento do partido a nível municipal. Somos o segundo partido no País com o maior número de prefeituras, atrás apenas do PMDB. Vamos aumentar, crescer nessas eleições. E a partir do resultado eleitoral, aí sim, vamos construir o caminho para definir quem será o candidato do PSDB. Mas, antes de definir a candidatura, é preciso que os brasileiros e, aqui, os cuiabanos, os mato-grossenses, enfim, brasileiros de todas as regiões, entendam com muita clareza o que pensa o PSDB. Saibam discernir, por exemplo, o que faríamos em relação à saúde, e que o atual governo não está fazendo, em relação a vários outros temas. É preciso que, antes da definição do candidato, haja a definição do que esse candidato representa. E eu, pessoalmente, ao lado do presidente Sérgio Guerra, do secretário Rodrigo de Castro, secretário-geral que está aqui também, defendemos as prévias partidárias como instrumento de mobilização das nossas bases. Um caminho também inverso ao que faz hoje o PT. O PT é hoje um partido que toma suas decisões única e exclusivamente a partir da vontade da sua liderança maior, seja para candidato à Presidência da República, seja para candidatos a governos, a prefeituras. O PSDB indicará seus candidatos a governos e candidatos também a Presidência através de prévias partidárias, que deverão ocorrer entre o final de 2013 e o início de 2014.
O senhor acha que o PT pode usar a CPI para mascarar o escândalo do mensalão?
É impossível. Isso é impossível de acontecer. São duas coisas distintas e só STF tem a nossa confiança que vai fazer o que precisa ser feito. Vai investigar o mensalão, ou vai julgar o mensalão, a partir das provas, das denúncias. E temos a expectativa de que isso não seja empurrado mais uma vez. A declaração do ministro Ayres Britto, e ontem tive a oportunidade de estar com ele – o novo presidente do Supremo, que toma possa hoje –, nos dão a segurança de que o mensalão será julgado ainda antes do mês de julho e isso é muito importante para a credibilidade do próprio poder Judiciário brasileiro.
Quem perde mais com a CPI, PT ou a oposição?
Prefiro ver de outra forma. Espero que ganhe o País, que ganha a boa política. A política é essencial para as transformações que qualquer sociedade precisa ver. E os maus políticos não devem estar na vida pública. Portanto, essa CPI deve ser um instrumento saneador da vida pública. O que estamos atentos, até porque somos minoria na CPI, nós da oposição, é para que o governo não a utilize como instrumento única e exclusivamente da guerra partidária. Da disputa com adversários. Aí sim, ela não cumprirá o seu papel. Mas vamos estar vigilantes para que isso não ocorra.