Local: Curitiba – PR
Assuntos: Ordem Estadual do Pinheiro, prévias no PSDB, eleições 2014
Senador, como é receber esta honraria do Paraná?
Estou extremamente honrado. A história de Minas e do Paraná se confundem, recebo esta homenagem também como homenagem aos mineiros. E, vindo da mão de Beto Richa, talvez da nossa geração o mais completo administrador e homem público, simboliza não apenas um registro do nosso passado, digo sempre que Beto e eu somos herdeiros de histórias políticas muito importantes no Brasil. Ele com José Richa, eu com Tancredo, e acho que o futuro espera essa nossa parceria para enfrentarmos outros desafios. Então, estou hoje, no Paraná, muito feliz. Me lembro que a primeira vez em que estive aqui foi exatamente acompanhando Tancredo, recém-eleito governador de Minas Gerais. Uma visita ao governador José Richa, no início do processo de redemocratização do Brasil. Três décadas se passaram e o destino me permite estar aqui ao lado do Beto como governador, tendo sido eu por oito anos governador de Minas Gerais, olhando para o futuro e querendo um Brasil com muito melhores expectativas ou melhores oportunidades do que o Brasil de hoje. Estou muito feliz, muito honrado e agradecido ao povo do Paraná por essa homenagem.
Senador, o fato de a juventude do PSDB ter dado apoio às prévias, que é um pedido seu, uma colocação sua, isso pode significar um apoio à sua candidatura?
Tudo a seu tempo. O PSDB tem a responsabilidade de apresentar, antes do que um nome, um projeto para o Brasil. Um projeto novo, ousado, que crie um contraponto com esse absurdo e perverso aparelhamento da máquina pública que estamos assistindo no Brasil, com os consequentes desvios e ineficiência. O PSDB tem que dizer ao Brasil o que pensa em relação ao financiamento da saúde, o que pensa em relação à Federação, porque estados e municípios estão se fragilizando a cada dia, e a concentração de receitas nas mãos da União é perversa com os brasileiros. Hoje, mais de 65% de tudo o que se arrecada está nas mãos da União. O PSDB tem que falar de um novo Pacto Federativo, tem que falar de ação solidária em relação à segurança pública, onde o governo federal é absolutamente omisso. Então, antes de indicar quem será o nosso candidato, temos que dizer às pessoas o que deve fazer o brasileiro votar no PSDB e não na continuidade do que está aí. A juventude tem um vigor enorme no partido hoje e sempre defendi as previas como instrumento de mobilização no PSDB. Ela estimula o partido, permite o debate, também, de ideias. Então, foi muito oportuna e importante essa posição da juventude, que o partido encampará, e vamos olhar para frente com muita coragem. E dizendo principalmente o seguinte: se o Brasil é hoje um país melhor, e ele é um país melhor que o de algumas décadas atrás, é porque cada um, a seu tempo, construiu um tijolo nessa construção. Não haveria o governo do presidente Lula se não tivesse havido o governo do presidente Fernando Henrique, com a estabilidade da economia, com o Plano Real, com a Lei de Responsabilidade Fiscal, com a modernização da economia, também com as privatizações, das telecomunicações, por exemplo, com o Proer. Essas conquistas que o PSDB tem que resgatar para, a partir delas, construir a nova agenda do futuro. O PT não tem agenda para o Brasil. O PT tem hoje, exclusivamente hoje, uma agenda de poder. A manutenção do poder é a prioridade absoluta do PT. A agenda que está em curso, hoje, é uma agenda de 20 anos atrás, proposta por nós. E nós temos que, novamente, apresentar a agenda dos próximos 20 anos.
O Paraná comemora 158 anos de emancipação de São Paulo. O senhor acha que esse é o caminho para o PSDB também, se emancipar um pouco do poder de São Paulo e mudar o eixo das decisões?
Olha, o PSDB nasceu muito forte em São Paulo pela força das suas lideranças. E sempre será muito forte em São Paulo. Mas, o bom é que hoje nós somos fortes também em outros estados. Aqui, no Paraná, é o mais bem acabado exemplo disso. E é muito importante, para termos um projeto viável de governo, um projeto de país, que estejamos fortes em São Paulo, mas em todos os outros estados, como Minas e no Paraná, o que ocorre hoje. Então, o Paraná é absolutamente vital, a liderança do Beto é essencial, para que possamos virar essa página e fazer, quem sabe, um favor ao PT. É importante o Brasil ter um partido de massas. Quem sabe, vamos permitir que o PT faça um estágio na oposição a partir de 2014, até para que ele possa reencontrar-se com os seus valores e com as suas ideias que abdicou, que esqueceu após chegar no governo. Vamos trabalhar muito forte e com a liderança de Beto Richa tenho certeza de que o PSDB terá grandes chances de vencer as eleições.