Aécio Neves – Entrevista sobre a votação do impeachment

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva, nesta terça-feira (10/05), em Brasília. Aécio falou sobre votação do impeachment da presidente da República no Senado e um eventual governo Temer.

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Qual a expectativa do senhor para a votação de amanhã?

Um momento único na história do país. Acho que todos nós, por muito tempo, vamos nos lembrar não apenas desse dia, mas de tudo que permitiu que o Brasil chegasse a esse impasse e a necessidade de virar essa página da história. O impeachment ocorre claro do ponto de vista legal pelo crime de responsabilidade cometido pela presidente da República e comprovado tanto no relatório da Câmara quanto no do Senado, mas também pelos equívocos, pelos desacertos, pela mentira generalizada, pela corrupção institucionalizada que tomou conta do país. Acho que o sentimento que eu, hoje como político já com alguns anos de mandato aqui mesmo nessa Casa, é de que a sensação que levará, a meu ver, à aprovação do afastamento da presidente da República, portanto, à admissibilidade, é de que a presidente perdeu as condições de liderar o Brasil para sairmos da crise. Então, eu acho que esse sentimento, por mais que ele não possa constar do documento ou do voto de cada um, ele é um sentimento que não se abstrai, ele está no contexto dessa decisão. A presidente não consegue mais governar o Brasil. O Brasil precisa voltar a gerar emprego, voltar a crescer para tentar melhorar a vida de sua gente.


Qual a expectativa do senhor para um eventual governo Temer?

Precisamos ver a cara desse governo. Temos responsabilidade para com o país e vamos ajudar esse governo. Vamos ajudar independente de qualquer participação no governo. Foi o que tenho dito e, inclusive, disse hoje mais uma vez ao vice-presidente Temer. Ele terá uma oportunidade histórica e tem que se colocar à altura desse desafio. A expectativa é um governo de cara nova, ousado e corajoso para impor uma agenda para o Brasil que esses 14 anos de PT não foi capaz de apresentar.

Apresentamos a ele um conjunto de propostas que acho podem ser a inspiração para essa agenda e tenho dito a ele, você não pode perder essa oportunidade histórica e não pode errar na largada. Eça de Queiroz dizia que a primeira impressão é a única que existe, não é só a primeira que fica. Disse isso a ele, a única que existe para ele. Então ele tem que acertar na largada. Vai ter o nosso apoio, vai ter o apoio do PSDB. Falam muito: Ah, mas e 2018? Não importa para nós. Temos responsabilidade com o Brasil. Vamos ajudar o governo Michel e vamos nos preparar para 2018.


O que ele falou para o senhor?

Estou vendo evoluções em determinadas negociações. Quando ele diz que vai cortar, muda uma posição anterior e diz que vai cortar 10 ministérios, eu diria que ele cortasse 15. É preciso cortar um pouco mais. É preciso dar uma sinalização clara de que as coisas mudaram no Brasil. Porque existe uma grande expectativa em relação ao seu governo, não saberia dizer ainda se ela é positiva ou negativa. Certamente, mais para positiva, porque todo mundo quer que dê certo. Ele não pode frustrar essa expectativa.

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