Aécio Neves – Entrevista sobre a homenagem do Congresso aos 20 anos do Real

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista, nesta terça-feira (25/02), em Brasília, sobre a homenagem do Congresso aos 20 anos do Plano Real. Segundo Aécio Neves, o Real foi o maior programa de distribuição de renda da história do Brasil. O senador também falou sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a volta da inflação e eleições 2014.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador: 

Sobre homenagem aos 20 anos do Plano Real no Congresso Nacional

Hoje celebramos aqui no Congresso Nacional o maior programa de distribuição de renda da história do Brasil, que foi o Plano Real. No momento em que tira das costas do trabalhador brasileiro, do assalariado, o imposto inflacionário. É um momento de constatação de que o Brasil não começou em 2003, como alguns governistas gostam de fazer parecer. Foi o momento de demonstrarmos que apenas a união de forças, apenas o esforço coletivo permite que Brasil avance. Foi uma bela festa, uma bela homenagem, àquele que foi o mais sólido plano de estabilidade da moeda feito no mundo.

Apenas me surpreendi de, em uma celebração tão importante para o trabalhador brasileiro, o assalariado brasileiro, como essa do Plano Real, não termos aqui sequer um representante governista. O Brasil precisa de maior generosidade, precisa que haja compreensão de que todos, de alguma forma, contribuíram para que o Brasil de hoje fosse melhor do que era há algumas décadas. Se há um ponto fundamental para essa melhoria da condição de vida da população, melhoria das expectativas do mundo em relação ao Brasil, foi exatamente o Plano Real. Me orgulho muito de estar aqui hoje ao lado do presidente Fernando Henrique, um dos principais construtores dessa extraordinária transição.

 

Sobre ausência do ex-governador José Serra

O PSDB aqui hoje estava amplamente representado pelas principais lideranças. O governador certamente teve algum problema de agenda e não pode vir. A ausência que ecoa em nossos ouvidos, o silêncio que ecoa aos nossos ouvidos é o da ausência do Partido dos Trabalhadores, que foram os maiores beneficiários da estabilidade da moeda.

Não tivesse havido o Plano Real, não tivesse havido a estabilidade da moeda, não teria havido o governo do presidente Lula, com crescimento econômico. Não tivesse havido a Lei de Responsabilidade Fiscal, não teríamos avanços extraordinários na administrações públicas. E tudo isso aprovado com a oposição extremamente vigorosa do PT. Mas, no final, reconheço.

Acho que o PT não se fez presente aqui hoje por constrangimento. Constrangimento daqueles que consideraram, lá atrás, o Plano Real um estelionato eleitoral simplesmente porque não atendia aos interesses da sua candidatura presidencial. Aliás, essa é uma marca do governo do PT em vários momentos da nossa história. Sempre que está em jogo o interesse do Brasil e o interesse do PT o PT fica com o PT.

 

Sobre a importância do Plano Real nas eleições 2014 

Nessas eleições, naturalmente, o risco da perda da estabilidade vai estar presente. Quando temos um inflação em torno de 6% e controlada no custo na energia, no custo de combustíveis e nos transportes públicos. Hoje assistimos a uma pesquisa feita nas dez principais do país, em nenhuma delas a inflação da cesta básica está menor que 10%. Para a dona de casa, para o cidadão comum, a inflação infelizmente voltou. E aí, obviamente, eles vão se lembrar, lá atrás, do esforço que o PSDB fez para debelá-la, para estabilizar a economia. Esse é um que, naturalmente, já está presente na vida das pessoas. E tudo o que está presente na vida das pessoas é natural que esteja presente também no momento de as pessoas escolherem o seu destino.

 

Sobre o apoio do ex-presidente Fernando Henrique à candidatura do partido

As coisas caminham muito bem. Não tenho dúvidas de que o PSDB e as oposições chegarão muito competitivas no tempo certo. E o tempo certo é o momento em que a campanha eleitoral começar. O presidente Fernando Henrique sintetizou de forma muito clara qual o nosso sentimento, o sentimento da grande maioria dos brasileiros. O Brasil quer mudanças. O Brasil quer algo novo. O Brasil está cansado da ineficiência e da incompetência. E em grande parte também da arrogância que são marcas deste governo. Tenho muita confiança de que no momento certo, o PSDB, com a mesma ousadia de quem debelou a inflação, 20 anos atrás, apresentará novos caminhos para o Brasil.

Share on FacebookTweet about this on TwitterShare on Google+