Local: Brasília
SEM REVISÃO
Assunto: privatização dos aeroportos
O processo de privatização dos aeroportos, que esperamos possa atender a outras regiões do Brasil, deve ser saudado como um avanço, como uma nova visão do PT. Mas, na verdade, consagra a absoluta desconexão entre o que o PT prega e defende, principalmente em campanhas eleitorais, e aquilo que pratica. Já defendíamos esse processo de concessão dos aeroportos com muita clareza há muitos anos. Propusemos ao governo do presidente Lula a concessão do aeroporto Tancredo Neves em Belo Horizonte. PPPs, parcerias público-privadas, por exemplo, nos metrôs das capitais e o PT sempre rechaçava do ponto de vista ideológico, uma visão absolutamente arcaica e atrasada, a parceria privada nestes investimentos. O que lamento é que essa decisão tenha vindo com tanto atraso, tenha trazido tantos prejuízos como traz ainda hoje à população brasileira com o caos em que se transformaram os principais aeroportos do Brasil. E faltou na verdade uma mea culpa. Faltou o PT se desculpar com os brasileiros pelo estelionato eleitoral, principalmente no ano de 2006. Se desculpar, em especial, com nosso candidato, o governador Geraldo Alckmin (SP), que foi satanizado por defender privatizações de determinados setores da economia, e ali foi feita uma enorme injustiça com ele. Na verdade, lamentavelmente, a marca mais vigorosa que fica é essa, a falta de convergência entre o discurso e a prática. Isto serve para inúmeras outras atividades. Estão aí a Lei de Responsabilidade Fiscal e o Proer, que foram combatidos violentamente pelo PT e, hoje, são pilares importantes na política econômica do Partido dos Trabalhadores. Portanto, a grande questão que se coloca é esta: O que será que, efetivamente, pensa o partido dos trabalhadores sobre as mais relevantes questões? É aquilo que interessa aos brasileiros, é aquilo que ele diz na campanha eleitoral ou aquilo que pratica no governo?