Aécio Neves – Entrevista em São Paulo sobre o PSDB

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista neste sábado (25/01), em São Paulo, e comentou sobre os partidos de oposição nas eleições deste ano. Aécio Neves também criticou o discurso da presidente Dilma Rousseff no Fórum Econômico Mundial, em Davos, por tentar encobrir a realidade econômica do país.

 

 Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre presidente do Solidariedade, deputado federal Paulinho da Força.

Uma grande liderança nacional e, espero, um grande parceiro na grande travessia que o Brasil precisa fazer. Tenho uma alegria enorme em ter o Paulinho como um dos meus grandes amigos, uma liderança política extremamente relevante. E para nós, do PSDB, é sempre uma alegria tê-lo próximo. Paulinho está próximo a nós, o Solidariedade, aqui em São Paulo, em especial, que é o mais importante estado da Federação, mas em muitos outros estados, a começar por Minas Gerais. Hoje é muito mais uma visita muito mais social, pessoal, não é nem o senador, é o amigo Aécio, e tenho certeza o amigo Geraldo, trazendo seu abraço ao companheiro Paulinho.

 

Sobre declarações do ex-presidente Fernando Henrique.

Muito positivas. Quando se diz a verdade, é sempre positivo. O presidente Fernando Henrique é hoje um dos construtores mais importantes dessa caminhada do PSDB. E eu reconheço no Eduardo Campos virtudes extremamente importantes, porque simplesmente o fato de sair da base do governo e vir para militar no campo da oposição tem que ser saudado por nós como algo extremamente relevante. Não há nenhum reparo a fazer.

 

Sobre declaração de que Marina Silva quer criar a Rede e não eleger o governador Eduardo Campos.

Não consigo fazer ainda essa avaliação. Acho que a Marina fez uma opção, por estar ao lado do Eduardo, e também saúdo a chegada da Marina no campo oposicionista, que na verdade já vem acontecendo há alguns anos. O que é relevante hoje para o quadro nacional é que duas importantes figuras do campo governista, ex-ministros do governo do PT hoje estão militando no campo da oposição. Nós, do PSDB, como líderes do principal partido de oposição, só podemos saudar isso como algo extremamente positivo para o processo. Acho que a Marina é hoje uma opção, ao lado do Eduardo, nós saudamos. Agora, a decisão que eles vão tomar de chapa é uma decisão interna e cabe a nós respeitar. O PSDB é oposição, oposição sem adjetivos. Oposição a tudo que está aí. Oposição no comportamento ético, oposição à ineficiência do governo, oposição a essa visão ideológica, atrasada, que tem nos levado para quase um gueto em relação à política externa.

Infelizmente, assistimos ontem a presidente da República em Davos falando de um país que, infelizmente, não é o nosso. Infelizmente também as palavras não têm o dom mágico de mudar a realidade. A presidente fala que o Brasil é um país que respeita contratos ao mesmo tempo em que assistimos a mais violenta intervenção que o setor elétrico, por exemplo, já assistiu, para falar apenas em um setor. A presidente fala que o Brasil sempre busca alcançar o centro da meta inflacionária. Ela vai terminar o seu último ano de mandato lutando e contendo preços como de combustíveis, como de transportes, como de tarifas de energia, para não ultrapassar o teto da meta. Portanto é um Brasil, o do discurso da presidente, que não tem conexão com o Brasil real. Continuamos a ser um país que gera desconfiança em razão, sobretudo, da manipulação dos nossos números fiscais.

 

A inflação será um dos discursos da oposição durante a campanha?

Vimos uma pesquisa recente, feita em cerca de 10 capitais, onde a cesta básica, em todas elas, e o Paulinho convive com isso diariamente, ultrapassou 10%. No caso de Salvador (BA), chegou a 17% de aumento nos últimos doze meses. Onde não está a inflação? Infelizmente, a fantasia da propaganda oficial não consegue mascarar, não consegue mudar a realidade. Hoje, infelizmente, o Brasil está no final da fila daqueles que querem investir e a situação interna se agrava a cada dia. Seja na maquiagem para se alcançar o superávit primário, seja, infelizmente, na maquiagem para se alcançar um saldo  mínimo na balança comercial. Enfim, infelizmente, o que estamos assistindo hoje no Brasil é uma desconfiança generalizada. Por isso acredito que é hora da oposição voltar a governar o Brasil.

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