Aécio Neves – Entrevista em Manaus

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves chegou, na tarde desta sexta-feira, a Manaus (AM), onde foi recebido por lideranças tucanas e concedeu uma entrevista à imprensa. Para os jornalistas, o senador  falou sobre a importância da viagem à região amazônica, sobre as obras inacabadas do governo federal,  sobre a agenda que será apresentada pelo PSDB e sobre as eleições de 2014.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

 

Sobre viagem a Manaus

Vim aqui hoje conversar com companheiros de Manaus, da região amazônica, na busca da construção de um novo projeto ético, eficiente do ponto de vista da gestão, ousado e responsável na condução da economia e que possa permitir que o Brasil volte a crescer de forma sustentável e o restabeleça a confiança hoje perdida em relação ao Brasil. O Brasil se tornou um grande cemitério de obras inacabadas e é preciso que esse ciclo se encerre para que outro possa se iniciar.

 

Sobre recomendação do TCU para paralisação de obras

O Brasil é um cemitério de obras inacabadas não por culpa do TCU, mas por culpa da ausência de planejamento, de projetos que não são feitos adequadamente. As grandes obras, os grandes eixos de integração nacional estão todos eles com sobrepreços enormes. O governo do PT quer nos fazer crer que é natural planejar uma obra e apresentar um projeto absolutamente distante daquilo que vai ser executado. A paralisação dessas obras é fruto da incapacidade gerencial do governo. Vemos um governo que não tem o que entregar, ansioso pelo final da presidente.

 

Sobre agenda a ser apresentada pelo PSDB em dezembro

Vamos discutir aquilo que consideramos essencial para o país. Seja no campo econômico, para retomarmos um crescimento vigoroso. O Brasil crescerá esse ano apenas mais que a Venezuela na América do Sul. Do ponto de vista da gestão, uma agenda onde o setor privado não seja visto como inimigo do governo, mas como um parceiro necessário. Queremos no campo social muito mais do que o PT, que parece se contentar com a administração da pobreza. Queremos medidas que permitam efetivamente a sua superação. E vamos também falar de políticas regionais, obviamente, também da região amazônica. Avanços potenciais enormes que temos aqui, o avanço da infraestrutura, seja em rodovias, seja em hidrovias.

Minhas viagens têm muito esse objetivo. Colher subsídios, informações com aqueles que vivem os problemas e têm, a partir de suas experiências, propostas para apresentar. Poderia deixar para o ano que vem, mas resolvi antecipar e apresentar à discussão da sociedade conjunto de ideias que chamo hoje de agenda para o futuro.

 

Eleições 2014

Estamos em um momento da construção da nossa unidade. Ela é real hoje. Há um sentimento claro no PSDB, um ânimo que não se via em outros momentos do partido, porque temos uma responsabilidade enorme. Confio firmemente nisso. Para o bem do Brasil, temos que encerrar esse ciclo de governo do PT. Mais quatro anos de governo do PT farão muito mal ao Brasil. O PT abdicou de ter um projeto de transformação de país para ter exclusivamente um projeto de poder. O PSDB terá na hora certa um candidato, mas nesse momento considero mais produtivo que o PSDB apresente ao Brasil o que o diferencia do atual governo, deixe claro seu pensamento em relação à Federação, por exemplo, que está aniquilada.

Quando à questão estadual, o PSDB tem a tradição da descentralização e da autonomia da direção estadual do partido para decidir, tomar as decisões.

 

Resultados de pesquisas

Existe hoje no Brasil quase que um monólogo. Só quem fala é a presidente da República, com uma campanha milionária e presença maciça nos meios de comunicação. Estamos a praticamente um ano da eleição. Hoje o que há de relevante, o que é isonômico, você encontra em todas as pesquisas, é que mais de 60% das pessoas não querem votar na atual presidente da República nas próximas eleições. Mesmo ela tendo 100% de conhecimento e essa exposição avassaladora, com uso, a meu ver, impróprio de cadeia de rádio e televisão, quando lhe convém, para fazer propaganda de governo, algo que não existia antes. Fui governador do meu estado por duas vezes. Para você ter uma posição confortável para a reeleição, a presidente tinha que estar em uma posição com muitos pontos superiores ao que está hoje.

Share on FacebookTweet about this on TwitterShare on Google+