O senador Aécio Neves falou com os jornalistas, nesta segunda feira (25/08), em Belo Horizonte, sobre as eleições de 2014 em Minas Gerais, o ITV-MG, a visita da presidente Dilma a Minas e os encontros regionais do PSDB.
Leia a entrevista completa:
Sobre posse do ex-ministro Pimenta da Veiga no ITV-MG.
Isso é apenas a posse do companheiro Pimenta na presidência do ITV estadual. Fiz um convite ao deputado Eduardo Barbosa, que vai coordenar a agenda social do PSDB. Inclusive, na próxima semana, vamos lançar, no Congresso, o portal social do PSDB, onde vamos apresentar propostas de políticas na área social que signifiquem avanços no sentido de ultrapassar a pobreza no Brasil, não apenas administrar a pobreza como parece ser a prioridade do PT. E, no momento em que o deputado assume essa função nacional, o ex-companheiro, ex-deputado, ministro, prefeito Pimenta da Veiga assume a presidência do ITV com a missão também de mobilizar o partido, preparar o partido no estado. Tanto para as eleições estaduais como para as eleições nacionais. A candidatura será definida no momento certo, e temos vários quadros aqui em Minas, felizmente, em condições de dar continuidade ao belo governo que faz o governador Anastasia.
Ele entra nesse quadro a partir de agora?
Pimenta sempre foi um dos quadros mais expressivos do PSDB. Pimenta foi fundador do PSDB, presidente do PSDB e sempre será um nome à disposição do partido como outros que estão colocados. Não temos pressa, a política tem o seu tempo certo. Não adianta querermos trazer esse tempo para o nosso tempo, das nossas conveniências. Mas estou extremamente feliz de ver que os companheiros do partido se reúnem cada vez de forma mais vigorosa, repito, para dar continuidade ao extraordinário governo que Anastasia vem fazendo em Minas Gerais e para apresentarmos ao Brasil o que é nossa responsabilidade, porque o PSDB não tem a opção de apresentar uma proposta alternativa, tem o dever de fazer isso, e é o que estamos fazendo. Sendo fortalecidos em Minas Gerais, nossa proposta se fortalece nacionalmente.
Sobre visita da presidente Dilma a Minas pela terceira vez em 3 semanas.
Nós somos conhecidos pela nossa hospitalidade. Ela tem que ser muito bem recebida, espero que com coisas novas, com pensamentos novos, não apenas requentando promessas antigas. Minas Gerais tem demandas estruturais, os estados brasileiros têm demandas estruturais. A situação dos estados, dos municípios, hoje é extremamente grave. Minas ainda caminha bem pelo exemplo, pela correção, pela eficiência com que conduz o Estado o governador Anastasia e a sua equipe. Mas nenhum item da agenda federativa, talvez essa fosse uma oportunidade importante para a presidente falar, nenhum item da agenda federativa desde a renegociação da dívida dos estados, do fim da tributação do Pasep, a proposta que aprovamos na Comissão de Justiça (do Senado), na semana passada – que ela já havia vetado, mas aprovamos novamente conta posição do líder do governo -, que impede que o governo federal continue a fazer as desonerações com a parcela de tributos de estados e municípios. Então, são essas as respostas que queremos. As visitas são sempre bem vindas, mas o governo está acabando, estamos no 11º ano de governo do PT, 10 anos atrás o governo federal investia 56% de tudo que se gastava com saúde pública, hoje investe 10% a menos, apenas 45%. Está aí o problema da segurança, grave e agravado ainda mais pelo tráfico de drogas e o governo federal participando com apenas 13% desses recursos, ficando os estados e municípios com 87%. As questões estruturais, as questões que realmente mudariam a face do Brasil, fortalecendo estados e municípios, não vêm tendo resposta por parte da presidente da República. É hora de ela não apenas vir a Minas – repito, ela sempre será bem recebida -, mas deixar algo mais do que apenas a sua visita.
Sobre prévias e encontros regionais do PSDB.
O estatuto do PSDB prevê isso. Eu não mudei de opinião. Eu sempre defendi. Basta que haja uma solicitação à Executiva que vai – obviamente não é a presidência – decidir como isso pode acontecer, quais os instrumentos que ela tem, até para que isso possa ocorrer. Agora, o que tenho feito como presidente do partido é organizar o partido no Brasil inteiro. Estivemos nesse último final de semana no interior de São Paulo com uma receptividade extraordinária. Vocês podem ter visto. Vamos fazer uma agenda enorme também nas cinco regiões do Brasil. Começamos dia 13, em Curitiba, reunindo todos os militantes, vereadores, prefeitos, parlamentares, governadores da região Sul. Depois vamos fazer o mesmo na região Nordeste, depois no Norte e depois no Centro-Oeste, além das visitas nossas na região. Estou cumprindo meu papel, que me foi delegado pela praticamente unanimidade do partido, de conduzir o PSDB para o futuro. O futuro somos nós, o passado são os que estão no governo.
Sobre eleições em Minas Gerais.
Em Minas Gerais, o que vem vencendo as últimas eleições é o modo de governar. Ético, transparente e eficiente. A população mineira que me elegeu, generosamente por dois mandatos em primeiro turno, que elegeu o governador Anastasia, aposta nisso. Eficiência, resultados, metas, em um modelo de gestão que hoje é reconhecido não apenas no Brasil, mas no mundo inteiro. Não há um estado brasileiro em que eu ande onde não ouço alguém dizer que buscou inspiração em algumas das propostas nossas. É o Estado que fez o maior investimento em infraestrutura da sua história, que tem hoje a melhor educação fundamental do Brasil, a melhor saúde do Sudeste, mas que precisa continuar avançando. O candidato que encarnar isso, o candidato, independente de indicadores de pesquisa – até porque se formos preocupar com isso, certamente não seria Anastasia o governador do Estado se fôssemos olhar as pesquisas de um ano atrás. Isso, para mim, não traz a menor preocupação. Vamos ter um nome qualificado, preparado, pronto para o debate e que encare a continuidade das mudanças, porque Minas precisa, continuamente, de mudanças. E é o que vem ocorrendo no governo Anastasia.