Aécio Neves – Entrevista Coletiva no Encontro Regional da Amazônia Oriental

O senador Aécio Neves concedeu entrevista coletiva, nesta quinta-feira (05/12), em Belém (PA), onde participou do Encontro Regional do PSDB – Amazônia Oriental. Aécio Neves falou da alegria de estar mais uma vez ao Pará e comentou sobre o anseio de mudança por parte da população brasileira.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre o Encontro Regional da Amazônia Oriental

É com uma alegria muito grande que venho mais uma vez ao Pará, chego mais uma vez em Belém pelas mãos do meu grande companheiro, governador Simão Jatene, do prefeito Zenaldo Coutinho, dos senadores Mário Couto e Flexa Ribeiro, dos parlamentares que nos acompanham. Uma expectativa muito positiva de que estamos construindo, em conversas como essa, um novo projeto para o Brasil. Um projeto ético, eficiente e ousado. Um projeto que seja inclusivo, que tenha uma visão de políticas regionais que o atual governo não vem tendo. Tenho absoluta convicção de que nessas conversas, ouvindo as lideranças que aqui estão, como o governador, o prefeito e tantos outros aos quais me referi, o PSDB vai cumprir o seu papel.

O papel do PSDB é apresentar ao Brasil um novo modelo de gestão, mais generoso com os estados e com os municípios. Mais firme no controle da inflação e na busca da retomada do crescimento da nossa economia. Mais moderno do ponto de vista das parcerias com o setor privado, que são essenciais ao desenvolvimento da nossa infraestrutura. E também com propostas de políticas sociais que permitam a superação, e não apenas a convivência com a pobreza, que parece ser a marca do atual governo. Estou muito otimista que vamos iniciar um novo ciclo de governo no Brasil a partir de 2015, como disse, onde as obras comecem e terminem e onde os potenciais de cada uma das nossas regiões possam se desenvolver sem sobressaltos.

 

As pesquisas mostram que boa parte da população quer mudança. Como o sr. vê isso?

Esse é o dado que encontramos em todas as pesquisas e é o dado relevante para esse momento do processo eleitoral, quando, obviamente,  a presidente da República, que na verdade tem sido uma candidata full time à Presidência da República, tem muito maior espaço na mídia, além da propaganda oficial bilionária que assistimos todos os dias. O fato concreto é que o atual governo fracassou. Fracassou na gestão da economia, gerando incertezas enormes para que os investimentos pudessem retornar ao Brasil, e o PIB desse terceiro trimestre divulgado essa semana é uma demonstração clara que aquilo que estamos falando já há um bom tempo, a perda da credibilidade do Brasil pela ineficiência da política econômica, pela falta de transparência, pelo excesso de intervencionismo, tem feito um mal enorme ao Brasil.

Cabe a nós do PSDB e, obviamente, aos outros candidatos do campo oposicionista, mostrarmos para a população brasileira que podemos fazer essa mudança. Eu não tenho dúvida que, quem tem história, quem tem quadros qualificados, quem já demonstrou ter, como demonstra permanentemente o governador Jatene e o prefeito Zenaldo (Coutinho), ousadia e competência para fazer as coisas acontecerem,  é o PSDB. Estaremos no segundo turno e vamos vencer as eleições. Estou confiante em relação a isso.

 

Que discussões serão tratadas aqui?

Eu diria uma questão específica que nos une há muito tempo, o estado do Pará e o meu estado Minas Gerais. Somos estados irmãos na nossa principal matriz econômica. Há muito anos, desde que era governador, e Simão (Jatene) faz isso durante toda a sua vida, outras lideranças aqui também, temos lutado por um novo marco regulatório do setor mineral. Infelizmente o governo do PT vem adiando isso sucessivamente. Apenas agora, há pouco tempo, enviou uma proposta ao Congresso e voltou a adiar a votação dessa proposta.

O governador Simão esteve há poucos dias em Brasília acompanhado do governador Antonio Anastasia para cobrar do presidente da Câmara dos Deputados a colocação dessa matéria em votação, mas infelizmente, mais uma vez, a maioria governista já parece que manda para o ano que vem. Já há um novo período de perdas para os nossos estados. Apenas para dizer um número aqui, os royalties de petróleo beneficiaram estados e municípios produtores de petróleo no ano passado – e olha que o petróleo na maioria das vezes é produzido fora da área territorial dos estados –, distribuiu R$ 35 bilhões no ano passado. Os royalties minerais distribuíram apenas R$ 1,8 bilhões, sendo que apenas 500 e poucos milhões vieram para o Estado do Pará. Isso é injusto, isso é inaceitável. E essa é uma questão que, para o PSDB, é crucial.

 

Obras inacabadas

Sobre outros aspectos, temos aqui inúmeras obras extremamente importantes do ponto de vista do escoamento das produções, as várias produções da região, que são esses iniciados e inconclusos. Eu me lembro muito bem do presidente Lula, na véspera da eleição, acompanha da sua candidata, inaugurando as eclusas do Tucuruí. Depois não se enfrentou o problema que tinha de ter sido enfrentado. Na verdade, o Brasil é hoje, e nesta região não é diferente, um grande cemitério de obras inacabadas.

O PSDB demonstrou, seja no governo do Pará, seja no governo de Minas, de São Paulo, ou tantos outros, que sabe fazer. Então, é hora de tirarmos este software pirata que está aí em execução hoje no Brasil e retornarmos ao software original. E é por isso que estamos aqui hoje, ouvindo até muito mais do que falando porque na nossa proposta haverá um capítulo especial para a Amazônia Oriental que será formulado por essas lideranças às quais aqui me referi, capitaneadas pelo governador Simão Jatene.

 

Sobre o programa do PSDB

É fundamental, até porque o PSDB tem uma tradição, e no Pará isso é uma realidade, em Belém também é uma realidade, de cumprir os seus programas. Diferentemente daqueles que estão no governo que, ao assumir abandonaram o seu discurso, felizmente no primeiro governo fizeram isso porque o presidente Lula absorveu os primados, os pilares da política macroeconômica realizados no governo do presidente Fernando Henrique.

Na verdade, o PT quando copia o PSDB, acerta. Quando o PT segue a sua cartilha, erra. Foi assim, na política macroeconômica, nos pilares da meta de inflação, câmbio flutuante e superávit primário, quando abandona o Brasil vai mal. O PT quando segue os programas sociais do PSDB, como o Bolsa Escola e o Bolsa Alimentação e o transforma no Bolsa Família, acerta. O PT quando deixa de demonizar o setor privado e passa a fazer parcerias com o setor privado nas concessões, por exemplo, acerta.

Por isso que eu tenho dito: vamos deixar o software pirata e colocar o software original. Posso dizer o seguinte, no governo do PSDB, o Pará e toda essa região. Toda a região Amazônica terá um papel fundamental não apenas para receber benesses do governo, mas para formular as políticas públicas de integração dessa região ao desenvolvimento nacional.

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