Aécio Neves – Entrevista após a entrega das Medalhas JK

 Em entrevista coletiva, após a entrega das Medalhas JK, em Diamantina (MG), o senador Aécio Neves falou, hoje (12/09), sobre a presença do governador de São Paulo no evento, a exclusão de Minas de benefícios dados pelo governo a produtores de cana de açúcar atingidos pela seca e sobre as denúncia de espionagem no Brasil

 

Sobre a presença do governador Geraldo Alckmin na entrega da Medalha JK, hoje, em Diamantina.

Hoje é um dia de muita alegria para nós recebermos não apenas o governador de São Paulo, o estado irmão, mas um grande líder nacional que se orgulha muito e não cansa de dizer isso das suas origens mineiras, que é Geraldo Alckmin. Portanto, esse privilégio veio em uma hora extremamente importante para o Brasil.

O governador Anastasia dizia isso no seu pronunciamento, que em todos os momentos cruciais da vida nacional, São Paulo e Minas Gerais estiveram juntos. E na reconquista da democracia, talvez tenha sido, na nossa história mais recente, o mais marcante desses momentos. Não estamos ainda falando de candidaturas, mas não tenho dúvidas de que o sentimento de São Paulo é o mesmo sentimento de Minas, por mudanças, por governos que olhem mais para o futuro, menos para o marketing, para os slogans, como disse o governador Geraldo Alckmin.

A nossa identidade é profunda no sentimento que temos em relação àquilo que precisa ocorrer no Brasil e da capacidade que Geraldo já demonstrou, Anastasia vem demonstrando, José Serra demonstrou, para ficar em apenas alguns poucos exemplos, da capacidade de gestão. Mas, sobretudo, na sensibilidade para os problemas brasileiros.

Sobre exclusão de Minas de benefícios dados pelo governo a produtores de cana de açúcar atingidos pela seca.

Gostaria hoje de ter apenas boas notícias, mas não tenho. Devo dizer aqui, na porta de entrada do Vale do Jequitinhonha, que ontem, infelizmente, no Senado Federal, assistimos mais uma demonstração do descaso do governo federal para com Minas Gerais. Aprovou-se a Medida Provisória de número 615, editada pela presidente da República, que permite uma remuneração a mais, permite o ressarcimento financeiro aos plantadores de cana da região Nordeste atingidos pela seca.

Absolutamente justa a medida e realmente precisávamos atender os nordestinos defendemos esta proposta. Mas é inconcebível, inexplicável, injustificável que a região mineira da Sudene, onde existem cerca de 70 mil pequenos plantadores de cana-de-açúcar, estamos falando apenas dos pequenos, quase plantadores familiares, estejam fora dessa emenda. Apresentei uma emenda para que fosse corrigido esse equívoco e a maioria do governo não permitiu que ela fosse votada. E a orientação da liderança do governo foi no sentido de não incluir a totalidade da região da Sudene nesse benefício. Isso significa que ficam fora, apenas, os municípios mineiros dos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri e uma parcela pequena do Norte do Espírito Santo.  Mais uma demonstração clara da insensibilidade desse governo para com os interesses de Minas Gerais.

Sobre votação de hoje no STF.

Ainda não posso fazer essa avaliação. Falo mais como cidadão do que como líder da oposição, é que esse processo possa ter um desfecho. Qualquer que seja ele. Eu não aponto culpados, não sou capacitado para isso. Mas que esse processo precisa ter um desfecho até para que o Brasil cuide de outras questões. Absolvendo, aqueles que no julgamento final do Supremo se justifique a absolvição, e condenando aqueles que devam ser condenados. Essa página precisa ser virada e caberá ao Supremo Tribunal Federal definir o melhor momento.

Sobre espionagem no Brasil.

Todos nós estamos vulneráveis. Não se justifica o que foi feito. O Brasil tem se manifestado, e nesse momento não existe oposição e governo, somos todos brasileiros para nos colocarmos de forma absolutamente indignada contra qualquer tipo de espionagem, sobretudo aqueles que dizem respeito a questões de interesse comercial e não em relação a questões de segurança.

Já me manifestei em nota, inclusive, quando surgiram as primeiras denúncias, mas é preciso que o governo federal invista também na sua própria segurança. Assistimos ao abandono de alguns projetos que visavam criar um mínimo de segurança ao país no que diz respeito a essas supostas espionagens. Esse episódio mostra a vulnerabilidade do Brasil. Nesse momento não existe governo ou oposição, existe a nação brasileira, que se sentiu extremamente atingida por essas denúncias de espionagem e aguardamos ainda uma manifestação formal do governo americano.

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