Aécio Neves – Entrevista – Apoio do PSDB a Pedro Taques

Local: Brasília – DF

Assuntos: Presidência do Senado

Sobre a decisão do PSDB de apoiar o senador Pedro Taques (PDT-MT) para a Presidência do Senado.

O PSDB se reuniu e considerou que, nesse momento, a candidatura de Pedro Taques atende à necessidade de renovação do Congresso Nacional. Atende melhor à necessidade de que tenhamos uma Casa independente, pautada não apenas pelas vontades do Executivo, mas pelos interesses da sociedade. Foi uma ampla discussão interna, mas consensualmente o PSDB optou por votar na candidatura do senador Pedro Taques.

Inclusive os senadores de Goiás?

Em especial os senadores de Goiás, que explicitaram sua posição. Essas especulações não têm o menor sentido e estaremos unidos na posição que passa a ser agora a posição do PSDB, de apoio à candidatura do senador Pedro Taques, já que o PMDB optou por apresentar um nome – que respeitamos do ponto de vista pessoal –, mas que consideramos que, para a instituição, nesse momento não é o mais adequado.

Foi de maioria, não foi de unanimidade?

A partir do momento da tomada de uma decisão, a decisão é de todos e todos seguirão a decisão tomada pelo PSDB.

Foi uma divisão grande?

Não, praticamente unanimidade. Aqueles que tinham algumas ponderações em relação à questão da proporcionalidade, que sempre foi algo relevante para nós, compreenderam no final que acima dela está a questão da instituição, do Senado da República. Portanto, estaremos firmes amanhã, dando nosso apoio, hipotecando nosso apoio publicamente hoje e amanhã através do nosso voto.

Sobre cargo na Mesa pela proporcionalidade.

Não acredito que, qualquer que seja o próximo presidente do Senado, queira ter uma Mesa que represente apenas a base do governo. Aqui não é uma extensão do Palácio do Planalto. Vamos sim garantir e reivindicar os espaços que temos direito e com nomes que possam atender ao interesse da Casa. Mas, se esse for o preço a pagar, para mim ele é absolutamente irrelevante.

Sobre decisão do PSDB.

A decisão não foi minha. Houve aqui uma discussão interna e há sim uma questão política colocada. Acho que mais que a questão relativa a denúncias, e não cabe a mim aqui julgá-las, percebemos que a candidatura do senador Pedro Taques pode dar maior independência às ações do Senado Federal. Não podemos permitir que o Senado seja, repito eu, uma extensão do Palácio do Planalto. É preciso que tenha uma pauta própria, é preciso que prestigie todos os senadores de forma isonômica, independente de serem da base ou não. Todos estão aqui porque representam igualmente seus estados, mas isso não vem acontecendo até aqui. O senador Pedro Taques tem esses compromissos e o PSDB está encaminhando a ele até hoje à noite um conjunto de sugestões para que ele possa incorporar já no dia de amanhã, no sue pronunciamento, a sua proposta eleitoral. Tomamos de forma muito confortável essa decisão e, repito, é a que me parece mais adequada para um partido como o PSDB.

Sobre projeto para Presidência em 2014.

Repito que não foi uma decisão isolada do senador Aécio. Manifestei minha posição oficial já há alguns dias. E a maioria da bancada caminha na mesma direção, com o mesmo sentimento, de que, alem da prerrogativa do partido majoritário, tem que pesar algumas outras questões, que acho que não foram, talvez, analisadas pela maioria do PMDB como poderiam ser. Quero aqui reiterar que não há nenhuma manifestação pessoal contra o senador Renan. Mas prevaleceu aqui aquilo que consideramos mais importante para o Senado da República; a sua independência, a sua altivez. O Senado tem que se colocar acima de qualquer questionamento, de qualquer ordem, para poder fazer o seu trabalho. Não queremos um Senado permanentemente questionado sobre as mais variadas questões, que provavelmente aconteceria com a outra candidatura.

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