O senador Aécio Neves afirmou, nesta terça-feira (03/02), que a presidente Dilma Rousseff proporcionou vergonhoso início de ano para o Legislativo. Em entrevista à imprensa no Senado, Aécio fez duras críticas ao jogo de “toma lá, dá cá” oficializado pela presidente na reabertura dos trabalhos legislativos.
“Assistimos ontem ao mais vergonhoso início de uma sessão legislativa da história contemporânea do país. A mensagem trazida pelo chefe da Casa Civil da presidente da Republica foi uma só: a presidente da República vai pessoalmente nomear os membros do segundo escalão do governo com base no apoio político. É o “toma lá, dá cá” mais franco da história política recente do país”, criticou Aécio Neves.
A declaração é uma resposta ao anúncio feito pelo ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, na reabertura do Congresso na segunda-feira (02/02). O petista afirmou que a presidente Dilma negociará pessoalmente a nomeação de cargos de 2º escalão com base no apoio parlamentar.
O presidente do PSDB também criticou a mensagem oficial enviada pelo Planalto ao Congresso. No texto, o governo Dilma ignora a atual crise econômica enfrentada pelo país, com inflação saindo de controle, contas públicas no vermelho e a retração da indústria.
“No momento em que se esperava uma admissão de culpa, de responsabilidades e até um pedido de desculpa aos brasileiros pelos desatinos do primeiro mandato, ela apresenta aos brasileiros um país que não é real, como se estivesse ainda em cima de um palanque. E o ministro da Casa Civil diz com todas letras que a presidente vai se dedicar pessoalmente às nomeações do segundo escalão com base no apoio político. Eu pergunto, quem vai governar o Brasil?”, questionou Aécio Neves.
Para Aécio, o governo sai bastante fragilizado da eleição das duas mesas diretoras do Congresso. “O que ficou claro nesse início de legislatura é que a presidência da República conta, na Câmara dos Deputados, mesmo com essa distribuição sem limites de cargos públicos, com cerca de 130 parlamentares. Jamais, no período pós-democratização, um governo termina tão fragilizado. Fragilizado na sua sustentação política e fragilizado no seu discurso”, afirmou.