“Há muito a fazer e eu espero continuar contribuindo”, diz Aécio em entrevista

Completados 36 anos de vida pública, o ex-governador e deputado federal Aécio Neves se prepara para um novo mandato como deputado federal. Em entrevista, disse que Minas Gerais precisa voltar a ter voz nacional e assumiu o compromisso de, eleito mais uma vez, trabalhar no Congresso pela aprovação das reformas que o país aguarda.

Estamos na reta final da campanha eleitoral. Qual a expectativa do sr. para essas eleições?

Eu estou muito feliz de disputar um novo mandato na Câmara dos Deputados, Casa que já presidi e onde pude fazer transformações que mudaram em definitivo a atividade legislativa em nosso país. Como presidente da Câmara, aprovamos o Pacote Ético, que implantou o Conselho de Ética da Casa, acabamos com a imunidade que protegia parlamentares de responderem na Justiça por crimes comuns, demos total transparência à tramitação dos projetos de lei. Os desafios de hoje são outros e cabe ao Legislativo atuar em favor da agenda que interessa a sociedade, independentemente daqueles que serão eleitos nos estados e na presidência da República. Há muito a fazer e eu espero continuar contribuindo como deputado federal para as grandes causas que interessam aos brasileiros.

As pesquisas mostravam o sr. na liderança das intenções de voto para o Senado. O que fez o sr decidir em disputar um novo mandato na Câmara dos Deputados?

Tenho 36 anos de mandatos consecutivos por Minas Gerais. Na Câmara ou no Senado meus compromissos são os mesmos. Minha decisão foi tomada junto com meu partido, o PSDB. Consideramos como mais importante, neste momento, a construção de uma chapa para a disputa pelo governo de Minas, encabeçada pelo ex-secretário e ex-deputado Marcus Pestana. Para isso, fechamos uma aliança com o PDT, cedendo a vaga do Senado ao vereador Bruno Miranda e tendo Marcus Pestana como uma alternativa corajosa para romper com essa perversa polarização nas eleições para governador.

O sr. pensa em voltar ao Governo de Minas?

O que mais ouço hoje por onde ando são lembranças do nosso governo, em razão da transformação que pudemos fazer em todas as regiões de Minas. A grande verdade é que depois muito pouca coisa aconteceu. O governo do PT teve resultados trágicos para o estado, para os municípios e para os cidadãos. O governo atual é razoável, mas não está a altura do que significa governar Minas Gerais. Vai muito além de pagar a folha em dia ou de manter os serviços funcionando. Essas são obrigações básicas de todo governante. Governar Minas é atuar para liderar uma agenda nacional. É ter voz em todos os debates importantes para o Brasil. Acredito que vai chegar a hora de o nosso Estado retomar esse lugar, mas se serei eu novamente a conduzi-lo, o tempo é que vai dizer.

A eleição nacional caminha para ser decidida entre o ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro, o que muda no Congresso?

Eu não vejo hoje em nenhum dos dois campos políticos condições de aglutinação no Congresso para fazer o que é necessário. Temos um ambiente político altamente polarizado e é exatamente por isso que entendo que será meu papel, ao lado de outros companheiros no Congresso, viabilizar no campo do centro as reformas necessárias ao país. Sem radicalismos de nenhum dos dois lados.

Em Minas, qual avaliação o sr. faz do desempenho do candidato do PSDB?

Eu lamento ver também em Minas Gerais uma disputa polarizada. Marcus Pestana é, sem dúvida, o mais preparado dos candidatos na disputa no estado e tem na chapa o vice-governador Paulo Brant. O PSDB tem um importante legado e o nosso recado aos mineiros é o de que podemos ter novamente uma realidade muito melhor em todo estado, com uma gestão capaz, inovadora em todos os campos, como já fizemos na educação, na saúde, nas estradas e nos investimentos que mudaram a vida das pessoas. Ainda faremos muito mais.

Fotos: MARCUS DESIMONI / NITRO

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