Brasil vive crise social sem precedentes, afirma Aécio Neves

O senador lembrou que a crise afeta principalmente os mais pobres, justamente aqueles que governos populistas, como o da presidente Dilma Rousseff, dizem defender

Foto : George Gianni

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, disse nesta quarta-feira (04/11) que o Brasil vive uma crise social sem precedentes em sua história contemporânea.

Ao falar no plenário do Senado sobre a piora do cenário econômico no país, como a alta do desemprego e da inflação, o senador lembrou que a crise afeta principalmente os mais pobres, justamente aqueles que governos populistas, como o da presidente Dilma Rousseff, dizem defender.

“Não bastasse a gravíssima crise econômica, não bastasse a crise moral sem precedentes que faz com que a atividade política seja hoje criminalizada, independentemente dos bens ou dos maus poderem neste instante ser separados, a grande crise, a crise real é a crise social. Essa também sem precedentes na nossa história contemporânea”, afirmou Aécio.

Confira os principais trechos do pronunciamento do senador Aécio Neves, em aparte do discurso do senador Tasso Jereissati (PSDB):

“O senador Tasso tinge com tintas de inquestionável realismo o quadro econômico e fiscal do país. E, além disso, as suas consequências no cotidiano dos brasileiros. Na verdade não foi fácil a caminhada até aqui, porque o que o governo do PT conseguiu, ao longo dos últimos anos de perdas, de deterioração do ambiente econômico e político do país, é uma obra que só se constrói com inúmeros e sucessivos erros, com uma incompetência generalizada em várias áreas da administração pública e também com uma indisfarçável arrogância que não permitiu o bom debate em relação a inúmeras questões vitais a vida dos brasileiros, como, por exemplo, a crise por que passa hoje o setor de energia.

Faço uma rápida e realmente breve análise em relação ao perfil dos governos com viés populistas, porque em determinados momentos todos eles se encontram, no momento da fragilização, no momento do fracasso, como ocorreu recentemente, e vem ocorrendo de forma até mais profunda que aqui, na Venezuela e em outras partes do mundo, há sempre uma tendência da divisão de classes.

A defesa para o indefensável acaba sendo como volta a ocorrer no Brasil aquela mesquinha tentativa de dividir o Brasil entre nós e eles. Nós, somos aqueles que defendemos os mais pobres, os desassistidos. E eles são aqueles que têm como como prioridade defender os interesses das elites. Mas são exatamente os mais pobres, os desassistidos, os primeiros a pagar as contas da irresponsabilidade fiscal, da incompetência e do populismo. É o que acontece hoje no Brasil.

Não bastasse a gravíssima crise econômica, não bastasse a crise moral sem precedentes que faz com que a atividade política seja hoje criminalizada, independentemente dos bens ou dos maus poderem neste instante ser separados, a grande crise, a crise real é a crise social. Essa também sem precedentes na nossa história contemporânea com inflação sem controle, com o desemprego já atingindo apenas este ano mais de 1 milhão de famílias no Brasil.

V.Exa. falava do ambiente externo, de comércio exterior, e vejo que a fragilidade é tamanha, que comemora-se agora o superávit na balança comercial obtido neste mês. Mas, como, pergunto. Com o decréscimo das importações.

Tivemos, apenas nesses dez meses do ano de 2015, um decréscimo das nossas importações em torno de 22% e um recuo nas nossas exportações um pouco menor, obviamente pela questão cambial, em torno de 15%. Isso faz com que haja agora um superávit na nossa balança comercial alcançado pela pior das equações. Exatamente como consequência da retração da nossa economia. Importarmos cada vez menos e exportamos menos mesmo com quadro cambial para exportações favorável.

Portanto, o pronunciamento do senador Tasso traz luzes àquilo que precisa ser debatido no Senado Federal. E para isso a oposição nunca se furtou. Falo também como presidente, com muita honra, do partido de Vossa Excelência. As propostas que interessam ao Brasil, que permitirão ao Brasil retomar o ciclo de crescimento sustentável, não passam pelo aumento de carga tributária e tampouco pela supressão de novos direitos dos trabalhadores. É preciso que o governo resgate a confiança e a credibilidade perdidas.

Enquanto a presidente da República não tiver coragem de olhar nos olhos dos brasileiros e dizer dos equívocos que cometeu, até para que a partir daí saibamos que eles não vão ser repetidos, reiterados no futuro, continuaremos a viver esse quadro de degradação econômica e social. Infelizmente também de degradação moral. Cumprimento Vossa Excelência, que honra os quadros do PSDB e a boa política ainda praticada no país”.

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