Aécio rebate governistas e afirma que irresponsabilidade do PT levou Brasil ao caos econômico e social

O presidente do PSDB destacou que Dilma Rousseff venceu as eleições há um ano, mas até hoje não iniciou seu segundo mandato

Foto : George Gianni

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, rebateu, nesta terça-feira (27/10), líderes da base do governo Dilma Rousseff no Congresso que tentaram responsabilizar as oposições pelo caos político que o Brasil atravessa. Em discurso, no Senado, Aécio afirmou que os graves problemas econômicos e sociais são hoje resultado da irresponsabilidade do governo do PT, que ignorou todos os alertas feitos pelos partidos opositores nos últimos anos de que o país caminhava para uma recessão.

“O que trouxe o Brasil a esse nível inédito de desconfiança por parte daqueles que fazem a roda da economia girar foi a irresponsabilidade do governo do PT. O que nós estamos fazendo é o que cabe à oposição fazer, porque quando se vence uma eleição, deve-se governar, o que este governo, infelizmente, perdeu as condições de fazer. E quando se perde, tem-se que fiscalizar. É o que estamos fazendo. Não vejo por que isso incomoda tanto aqueles que estão no governo”, afirmou Aécio Neves ao rebater discurso do senador Lindbergh Farias (PT-RJ).

O presidente do PSDB destacou que Dilma Rousseff venceu as eleições há um ano, mas até hoje não iniciou seu segundo mandato. Pesquisa CNT/MDA divulgada hoje mostrou que 80,7% da população desaprovam a presidente Dilma Rousseff e 70% avaliam negativamente o seu governo.

“Um ano já se foi e até hoje, infelizmente, a pauta do governo da presidente Dilma é apenas uma: se sustentar no poder por mais uma semana, por mais quinze dias. Nem que, para isso, tenha que fazer o que está fazendo com os cargos públicos, distribui-los”, disse o senador Aécio Neves.


Leia o pronunciamento do senador Aécio Neves:

“Ouvi com atenção o senador Lindbergh trazer um assunto que nada tem a ver com o que estamos discutindo hoje no Senado, mas devo dizer que não vejo no senador Lindbergh autoridade alguma para dar qualquer lição às oposições. Não foi a briga política que levou o Brasil ao caos econômico e a uma crise social sem precedentes.

O que nos levou ao caos no qual nos encontramos hoje, com perspectiva de crescimento negativo este ano de mais de 3% do PIB, com mais de 1 milhão de postos de trabalho sendo tirados dos brasileiros, com inflação se aproximando dos 10%, para não falar na de alimentos, que já ultrapassou em muito esse patamar. O que trouxe o Brasil a esse nível inédito de desconfiança por parte daqueles que fazem a roda da economia girar foi a irresponsabilidade do governo do PT.

O que nós estamos fazendo é o que cabe à oposição fazer, porque quando se vence uma eleição, deve-se governar. O que este governo, infelizmente, perdeu as condições de fazer. E quando se perde, tem-se que fiscalizar. É o que estamos fazendo. Não vejo por que isso incomoda tanto aqueles que estão no governo. Agora, não divida conosco uma responsabilidade que não é nossa.

Se V. Exª se sente confortável com os indicadores de pesquisa, quero lhe dizer que, nesse ponto de vista, nesse aspecto, nós temos uma grande convergência, porque eu também me sinto extremamente confortável com todas elas, inclusive com uma que acaba de me chegar às mãos, publicada no dia de hoje, que me coloca treze ou quatorze pontos percentuais acima do ex-presidente Lula.

Mas, falar de pesquisa eleitoral a três anos das eleições, se é que o governo conseguirá chegar até lá – e seria até bom que pudesse chegar até lá –, é desviar o foco das questões centrais.

Vocês venceram as eleições, tiveram a maioria dos votos. Governem o Brasil, não busquem transferir àqueles que perderam as eleições responsabilidades que só podem ser daqueles que venceram as eleições. Apresentem uma agenda para o Brasil. Nós jamais nos negamos a discuti-la. Nós jamais nos negamos a estar aqui debatendo cada um dos projetos que chegam a esta Casa.

Somos brasileiros, queremos que o país supere essas gravíssimas dificuldades nas quais estamos mergulhados hoje, mas não as superaremos se não tivermos um governo que aponte para o futuro, um governo que demonstre credibilidade, confiança, que inspire nos brasileiros a possibilidade de ultrapassarmos essa crise.”

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