Aécio Neves volta a criticar incapacidade da presidente Dilma para tirar o país da crise

“O que há hoje é um sentimento de indignação crescente na sociedade brasileira e nós, homens públicos, temos de ser os interpretes desses sentimentos”, diz presidente do PSDB

Foto : George Gianni

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, voltou a criticar, em viagem a Recife (PE), a incapacidade do governo Dilma Rousseff para tirar o Brasil da crise econômica e social que se encontra. O tucano desembarcou, na manhã desta sexta-feira (27/11), na capital pernambucana para participar do seminário “Caminhos para o Nordeste – Mobilidade Urbana”, promovido pelo PSDB e Instituto Teotônio Vilela. O encontro, que faz parte da comemoração de 20 anos do ITV, tem percorrido várias capitais do país.

“A presidente da República, mesmo tendo terceirizado o governo, distribuído ministérios como se distribui bananas vencidas em uma feira livre, ela não consegue ter a liderança do Congresso Nacional necessária a impor para valer uma agenda que permita ao Brasil acreditar ou caminhar para a retomada do crescimento”, apontou Aécio, ressaltando que o apoio da base governista pela distribuição abusiva e irresponsável de cargos públicos desqualifica a gestão pública no país.

Durante a coletiva, o senador cobrou novamente um pronunciamento oficial da presidente Dilma pela prisão do líder do seu governo no Senado, o senador Delcídio Amaral, do PT, e de subordinados ao Planalto. “Não é esperável que uma presidente da República que respeite aqueles que ela governa não vá para a televisão, ou convoque uma coletiva, ela que gostava tanto de cadeia de rádio e televisão, para dizer o que vem acontecendo. Qual é a posição da presidente Dilma em relação ao que está acontecendo?”, questionou Aécio.

Ao comentar o encontro que teve anteriormente ao evento com o ex-governador de Pernambuco, o deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), o presidente do PSDB disse que o sentimento de ambos é que a presidente Dilma Rousseff perdeu as condições de governar o Brasil.

“No momento de grave crise como este, no momento em que o líder do seu governo e do seu partido é preso, quem aqui ouviu uma palavra da presidente da República? Nenhuma palavra. Como se ela não tivesse qualquer responsabilidade, por exemplo, com a nomeação desses ex-diretores da Petrobras que estão hoje presos, condenados. Como se não tivesse sido ela a retirar esse senhor (Nestor) Cerveró de uma diretoria da Petrobras, por boas razões não deve ter sido, mas o colocou em uma outra diretoria de uma subsidiária extremamente importante”.


Crime de responsabilidade

Ainda na coletiva, Aécio destacou um novo embate no Congresso. Segundo o tucano, a presidente da República cometeu novamente crime de responsabilidade por não ter alcançado as metas de superávit previstas no Orçamento aprovado.

“Isso é obrigação do governante. O que faz o governo? Mobiliza suas bancadas, nomeia um aqui, nomeia outro ali, para que possa ser alterada essa meta. Para que ela não incorra novamente em crime de responsabilidade”, afirmou.

O senador disse que, pela primeira vez na história do país, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) abriu uma investigação em relação à campanha presidencial por indícios de que houve utilização de dinheiro de propina no pleito.

“É possível que no desdobramento dessas investigações, outras denúncias nessa direção ocorram, e isso pode fazer com que, além do crime de responsabilidade que a presidente cometeu, segundo o Tribunal de Contas, aquilo que se estabeleceu chamar de ‘pedaladas fiscais’, pedaladas feitas pela presidente da República, pode ser que agora, no campo eleitoral, daqui a pouco, o TSE se depare com a comprovação de crimes cometidos pela presidente da República”, ressaltou o tucano, defendendo que apenas com o fortalecimento das instituições, o país sairá da crise moral, social e econômica.


Nordeste

Ainda em Recife, o senador Aécio Neves disse que Pernambuco poderá se tornar a nova porta de entrada do PSDB para o Nordeste e ressaltou a importância de discutir os principais problemas da região. “Temos que ter a preocupação clara de falar para essa região, para os problemas que essa região vem vivendo e mostrar que esse modelo que está não se sustenta mais. Somos o caminho mais seguro para a recuperação econômica e social também no Nordeste brasileiro”.

Questionado sobre as eleições no próximo ano, o senador afirmou que o PSDB dará uma atenção especial a Pernambuco e está aberto ao diálogo. “Cada um tem a sua forma de fazer e de ver a política. Política para mim é a arte do diálogo. O que eu posso garantir para vocês é que as definições em relação a candidaturas, seja do Recife, seja de outras cidades do Estado, serão tomadas pelo PSDB”.

Após a entrevista, o Aécio fez uma rápida visita ao prefeito de Recife, Geraldo Júlio (PSB), onde conversou sobre ações implantadas pelo município para combater a epidemia de microcefalia que atinge a cidade, além do future do país.

No encontro, o prefeito anunciou ao tucano que fará uma homenagem ao seu avô, o presidente Tancredo Neves, e o ex-governador pernambucano Miguel Arraes ao nomear duas creches que serão inauguradas em março do próximo ano. Antes de embarcar para Brasília, Aécio almoçou em um restaurante no Marco Zero, no Centro Antigo de Recife, acompanhado do presidente estadual do PSDB-PE, deputado estadual Antônio Moraes; os deputados federais Betinho Gomes, Bruno Araújo, Daniel Coelho (PE) e Raimundo Gomes de Matos (CE); o vereador de Recife, André Régis; e lideranças políticas pernambucanas.

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