O aparelhamento político e a falta de comprometimento com a ética e com a decência na administração dos recursos públicos são os principais legados que o PT deixará para os brasileiros. Essa é a avaliação do presidente nacional do PSDB e pré-candidato do partido à presidência da República, senador Aécio Neves (MG).
“Se me perguntarem qual o mais perverso legado desse período do governo do PT, diria que foi o absoluto pouco comprometimento com a ética e com a decência na administração dos recursos públicos. Nesse governo, o que era proibido é ser pego. O que estamos assistindo em várias áreas do governo é a complacência com o equívoco. Isso é o filho danoso e perverso do aparelhamento da máquina pública”, criticou o tucano durante debate promovido pelo Estadão em São Paulo, nesta segunda-feira (02/06).
O evento organizado pelo Estadão reuniu cerca de 300 empresários em um hotel da capital paulista. O encontro foi acompanhado pelo diretor do Grupo Estado, Francisco Mesquita Neto, pelo presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, entre outros líderes empresariais. A entrevista com Aécio faz parte de um ciclo de debates sobre o Brasil com os principais pré-candidatos a presidente. Convidada pelo Estadão, a presidente Dilma Rousseff não compareceu.
Ao comentar os atrasos e as promessas não cumpridas pelo governo federal em relação à Copa do Mundo e a outros projetos, Aécio disse que a presidente Dilma virou refém do gigantismo da máquina pública, hoje com 39 ministérios.
“O aparelhamento do Estado brasileiro, que hoje atende a um projeto de poder e não de país, é o mais nocivo de toda a nossa história republicana. O aparelhamento alcançou instituições como o IPEA, a Embrapa, o IBGE e está em toda a administração pública. O que acontece no Brasil é vergonhoso. A ausência de limites deste governo deve, sim, ser motivo de preocupação não apenas da oposição, mas de toda a sociedade brasileira”, avaliou Aécio Neves.
O tucano defendeu a adoção de critérios técnicos para a ocupação de cargos públicos como forma de melhorar a eficiência da gestão pública e de combater os desvios.
“Quando você não qualifica, não estabelece critérios para a indicação das pessoas, não acompanha a ação das pessoas, é um sinal de que tudo pode. Essa será uma revolução a ser feita. Resgatar na sociedade brasileira o respeito ao setor público, a partir de uma ação responsável dos agentes públicos. Quero viver, rapidamente, a partir de 2015, em um país onde ética e eficiência possam caminhar juntas”, disse Aécio Neves ao final de sua apresentação.