Aécio Neves e líderes de partidos reúnem-se contra restrições a novas candidaturas

Partidos de oposição e da base governista organizam movimento para adiar mudanças nas legendas somente após eleições de 2014

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) reuniu-se, esta terça-feira (23/04), com a ex-ministra Marina Silva e os líderes do PSDB, PMDB, PSB, PDT, PPS e PSOL para organizar, no Senado, um movimento em repúdio às novas regras que o governo federal tenta aprovar no Congresso para impedir candidaturas adversárias nas eleições de 2014.

Aécio Neves criticou a mudança de atitude do governo federal que apoiou a criação de partidos aliados, mas que agora cria dificuldades para as novas legendas, prejudicando diretamente a candidatura de Marina Silva. O projeto de lei 4470/12, que trata da criação de novos partidos, foi aprovado pela bancada do governo Câmara dos Deputados, semana passada, e será votada em breve pelo Senado.

“Estamos iniciando no Senado um grande movimento em favor da democracia. Não é razoável que o governo estimule a criação de partidos políticos para lhe dar apoio e impeça na mesma legislatura a criação de outros partidos políticos que têm outra visão de país. Na verdade, é o ‘Pacote de Abril’ moderno que o governo do PT impõe ao Brasil. Vamos reagir porque não é justo que a população brasileira seja cerceada de opções do nível de Marina Silva, Eduardo Campos e outras que possam surgir legitimamente”, disse.

Ao citar o Pacote de Abril, o senador referiu-se ao conjunto de leis editado em 1977, após o fechamento do Congresso, para assegurar que o regime militar garantisse maioria no Legislativo nas eleições do ano seguinte. No Pacote de Abril, foi criada a figura do “senador biônico” – eleito indiretamente – entre outras medidas. Para Aécio Neves, a manobra que o governo federal faz agora, assim como no Pacote de Abril, revela temor em relação ao resultado das próximas eleições.

Novas regras a partir de 2015

O senador Aécio Neves afirmou que a restrição para criação de partidos é importante, desde que adotada a partir das eleições de 2014.

“Defendemos que a partir da próxima legislatura existam sim amarras e limites para criação de partidos políticos. Não poderia imaginar que o governo do PT chegasse aonde chegou. É uma violência com a democracia. Não é um movimento da oposição. É um movimento da cidadania. Espero que possamos, no plenário do Senado Federal, rejeitar a proposta de urgência que deve ser apresentada pelo governo do PT. Repito, isso só demonstra que a presidente da República tem enorme temor em relação a quem vai enfrentar nas próximas eleições,” disse Aécio Neves.

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