Aécio Neves critica relançamento de obras pelo Palácio do Planalto

“Não vale tudo na eleição. Em uma eleição se deve discutir programas”, diz Aécio em resposta à presidente Dilma

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) criticou, nesta quarta-feira (06/03), o relançamento feito hoje pela presidente Dilma Rousseff de um mesmo conjunto de obras de saneamento, mobilidade e pavimentação que totaliza R$ 33 bilhões. O pacote destinado a estados e municípios já foi anteriormente anunciado por duas vezes: em março de 2010 e em janeiro passado, durante encontro com prefeitos no Palácio do Planalto.

Nesta manhã, a presidente Dilma voltou a lançar os projetos durante encontro com governadores. Os R$ 33 bilhões em obras já estavam previstos na segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

“O Palácio do Planalto havia se transformado em um Cabo Canaveral, cada semana um lançamento novo. Mas, dessa vez, o Planalto se superou, porque nem Cabo Canaveral faz relançamentos. Na verdade, a presidente lança hoje um conjunto de obras que já havia lançado em janeiro para os prefeitos que aqui vieram. São os mesmos recursos. Coube até ao ministro das Cidades, agora, reconhecer isso. Queremos que os investimentos venham, cheguem aos municípios, aos estados”, disse Aécio.

Lançado em março de 2010, pouco antes da campanha eleitoral, o governo federal não conseguiu concluir sequer metade das obras prometidas no PAC 2. A repetição do anúncio dos mesmos investimentos esta manhã foi esclarecida posteriormente pelos ministros das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, e do Planejamento, Miriam Belchior.

Promessa eleitoral

Aécio Neves cobrou também que o governo do PT zere o PIS/Cofins das empresas de saneamento do país, que hoje têm sua capacidade de investimento comprometida pelos altos impostos. O senador lembrou que esta foi uma das promessas de campanha da presidente Dilma em 2010.

“Confesso que aguardava que a presidente pudesse cumprir com o compromisso de campanha assumido com todos os brasileiros. No dia 17 de outubro de 2010, praticamente uma semana antes do segundo turno, ela anunciou que zeraria o PIS/Cofins incidente sobre as empresas de saneamento para que elas pudessem investir mais. Hoje, as empresas pagam em tributos praticamente o mesmo que fazem em investimentos. A presidente perde uma enorme oportunidade de resgatar pelo menos um dos muitos compromissos de campanha que ficaram pela estrada”, disse.

Vale-tudo

O senador Aécio Neves lamentou a declaração feita esta semana pela presidente Dilma Rousseff de que se faz “o diabo quando é a hora da eleição”.

Para Aécio, as campanhas eleitorais devem ser pautadas no respeito ao adversário e na apresentação de propostas ao eleitor.

“Não vale tudo na eleição. Em uma eleição se deve discutir programas, apresentar propostas, respeitar o contraditório e deixar que, livremente, a população escolha qual a melhor opção. Nós não entraremos, até porque jamais fizemos isso, em um vale tudo. Seja agora, seja no período eleitoral. Espero sinceramente que tenha sido apenas mais um tropeço da presidente com as palavras, e não uma senha para os aloprados do PT. Sobretudo quando se detém cargo público, é preciso respeitar o adversário. Não apenas no período pré-eleitoral, mas principalmente no período eleitoral”, afirmou o senador Aécio.

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