Aécio Neves critica relação do governo do PT com partidos aliados

“Um governo autoritário que não quer aliados, quer vassalos. Um governo que não quer partidos para compartilhar um projeto de Brasil, quer aliados para vencer as eleições”, diz senador

Foto : George Gianni

O senador Aécio Neves criticou, nesta quarta-feira (12/10), a relação política mantida pelo governo federal do PT com os partidos que compõem sua base de apoio. Em entrevista coletiva concedida à imprensa no Senado Federal, Aécio Neves afirmou que a crise que atinge os trabalhos do Congresso Nacional nos últimos dias é resultado da ação autoritária de um governo que quer aliados para obter vantagens eleitorais, e não desenvolver um projeto para o Brasil.

Para Aécio Neves, o grande objetivo do governo do PT é obter maior de tempo na propaganda eleitoral gratuita, que vai ao ar durante as eleições, por meio da distribuição de dinheiro e cargos públicos para aliados.

“Essa crise é consequência daquilo que anunciávamos há muito tempo, de um governo autoritário que não quer aliados, quer vassalos. Um governo que não quer partidos para compartilhar um projeto de Brasil, quer aliados para vencer as eleições. Isso tudo é consequência da arrogância com que o PT vem conduzindo o governo até aqui, e agora colhe esses frutos. Todo esse esforço do governo, à custa de cargos públicos e dinheiro público, especialmente através de emendas, para manter o PMDB na base, pode ter um ganho para o governo, que são os minutos a mais no tempo de televisão. Porque a base do PMDB, do PMDB histórico, da resistência, da democracia, do PMDB que quer ver avanços no Brasil, essa o PT já perdeu”, disse o senador.

Aécio Neves cobrou que o governo e o Congresso retomem a discussão de assuntos de interesse da sociedade brasileira, como as deficiências em áreas sociais e o baixo crescimento da economia.

“É preciso propostas, uma discussão séria sobre a crise no setor elétrico, sobre o crescimento pífio da nossa economia, sobre a tragédia da nossa segurança pública, com a omissão e a passividade do governo, a crise na saúde. Não há espaço no Brasil para essa discussão mais. A agenda do governo é a agenda eleitoral única e exclusivamente. É ela que toma conta da presidente da República. E o Brasil tem problemas seríssimos a serem enfrentados que, infelizmente, não vêm tendo a atenção que deveriam estar tendo por parte do governo. É um final triste de um governo que perdeu a capacidade de ousar e de transformar para se contentar única e exclusivamente com um projeto de poder”, disse o presidente tucano.

 

A presidente da República foge do povo, diz Aécio

O senador Aécio Neves também destacou a decisão da presidente Dilma Rousseff de não discursar nas partidas de abertura e de encerramento da Copa do Mundo, como divulgado pela imprensa ontem. Durante o carnaval, a presidente já havia cancelado agenda anunciada em Salvador (BA) com receio de receber vaias. Para o senador, ambas as decisões demonstram que presidente tem evitado ficar frente a frente com a população.

“Na verdade existem dois Brasis. O Brasil virtual, da propaganda virtual, onde distribui-se fotografias com sorrisos da presidente da República, e o Brasil real, aquele em que a presidente da República foge do povo, como fugiu no carnaval e pretende, ou de alguma forma prepara-se, para aparecer camuflada nos jogos da Copa do Mundo. Esses dois Brasis serão colocados frente a frente na propaganda eleitoral. O Brasil tem problemas seriíssimos a serem enfrentados que, infelizmente, não vêm tendo a atenção que deveriam estar tendo por parte do governo. É um final triste de um governo que perdeu a capacidade de ousar e de transformar para se contentar única e exclusivamente com um projeto de poder”, afirmou Aécio Neves.

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