Aécio Neves critica projeto do governo federal que pretende acabar com o Fundo de Amparo ao Trabalhador

"Com essa nova proposta do governo, de criação de um tal de Sistema Único do Trabalho (SUT), ele tira a participação dos trabalhadores e até dos empresários na definição da destinação desses recursos do FAT", diz o senador

Foto : Igo Estrela

Recebido por dezenas de pessoas no Palácio do Trabalhador, em São Paulo (SP), onde assistiu ao confronto entre as seleções do Brasil e Camarões pela Copa do Mundo, nesta segunda-feira (23/06), o presidente nacional do PSDB e candidato à presidência da República, senador Aécio Neves, criticou projeto do governo federal, preparado pelo Ministério do Trabalho, que pretende acabar com o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Para o tucano, trata-se de uma “questão política extremamente grave”. “Eu fui constituinte em 1988, e foi uma das grandes conquistas da Constituinte essa criação do FAT, o Fundo de Amparo ao Trabalhador, que permite recursos para a requalificação do trabalhador, para sua reinserção no mercado de trabalho, para o pagamento do seguro desemprego”, disse.

“Com essa nova proposta do governo, de criação de um tal de Sistema Único do Trabalho (SUT), ele tira a participação dos trabalhadores e até dos empresários na definição da destinação desses recursos do FAT. É mais uma decisão autoritária do governo, sem consulta aos trabalhadores brasileiros, e que retira uma das suas mais importantes conquistas, o que é grave, sem que haja a devida discussão com seus representantes”, afirmou.

“Estamos juntos nessa e concordamos nisso”, acrescentou o presidente da Força Sindical e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres. Segundo ele, o assunto não foi suficientemente discutido.

“É talvez uma bomba relógio que estão pondo no colo dos trabalhadores. Não aceitamos o jeito que isso está sendo feito. Queremos que se discuta, existem realmente problemas dentro do FAT, mas que se discuta com os trabalhadores e com os empresários”, considerou.

 

Equívoco 

Para o presidente nacional do PSDB, o projeto defendido pelo governo federal é um equívoco, e revela um viés autoritário.

“Se o governo já quase quebrou o FAT com essa contabilidade criativa, que é uma das marcas do governo, fazer uma mudança dessas sem a devida discussão com os trabalhadores, com as centrais, é um equívoco, e nós vamos nos opor fortemente a isso”, ressaltou Aécio.

 

Alianças

Questionado por jornalistas sobre a aliança no Rio de Janeiro, Aécio Neves definiu como natural o espaço destinado ao PSDB no palanque de Luiz Fernando Pezão (PMDB), candidato ao governo do estado.

“É uma decisão dos partidos políticos e atende aos interesses do Rio de Janeiro. Se consolida uma chapa que, ao meu ver, é a mais adequada”, avaliou o tucano.

“A busca da construção de uma ampla aliança de sustentação a esse projeto, da nossa candidatura, se amplia, dá conforto às forças políticas que já haviam manifestado apoio à nossa candidatura, a começar pelo PMDB local, pelo PSD, pelo PP, pelo [Partido] Solidariedade, além dos partidos que estão no nosso campo político, agora também o PTB. Posso dizer, com muita alegria, que teremos o mais sólido e mais forte palanque no Rio de Janeiro”, disse o senador.

 

Apoio

O candidato à Presidência da República pelo PSDB também analisou o apoio recebido da direção nacional do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), em nota oficial divulgada no último sábado (21).

“As informações que tenho da direção do partido é que eles se frustraram. Frustrou-se essa relação com o governo federal ao longo desses últimos anos, e que gostariam de nos ajudar a construir um novo projeto para o Brasil. O PTB, na verdade, esteve ao nosso lado no momento das principais conquistas econômicas que o Brasil viveu no governo do presidente Fernando Henrique, e o início das conquistas sociais, portanto, há um resgate dessa relação”, completou Aécio.

O senador assistiu ao jogo do Brasil ao lado do presidente nacional do partido Solidariedade, deputado federal, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SP), do atual presidente da Força Sindical, Miguel Torres, do vice-presidente do PSDB Alberto Goldman, e de dezenas de trabalhadores do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.

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