Quais as ações o governo federal terá para ampliar o alcance do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron) e intensificar o combate de organizações criminosas que atuam nos limites do Brasil com países vizinhos?
Os questionamentos foram feitos ao ministro da Defesa Social, general Fernando de Azevedo, pelo deputado federal Aécio Neves durante debate na Comissão de Relações Externas da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (10/04).
Aécio destacou a grande extensão das fronteiras do país (16.888 km) em contraposição ao baixo alcance do Sisfron como principal desafio a ser superado. O sistema que integra satélites, radares, sensores e outros instrumentos de monitoramento foi iniciado em 2012, mas cobre apenas 660 quilômetros das fronteiras nacionais.
“Temos hoje o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras, mas, pelas as informações que temos, atende hoje somente cerca de 4% dos 16.800 km de fronteiras. É preciso aperfeiçoa-lo porque na região Amazônica o sistema tem também problemas de acesso”, afirmou o deputado.
Ele acrescentou que a atuação de organizações internacionais, em especial do tráfico de armas e de drogas, tem sido a raiz principal do alto índice de homicídios e outros indicadores de violência no país.
“Sabemos que a raiz principal desses crimes está nas nossas fronteiras terrestres. É preciso aumentar a presença física e militar nas fronteiras e é preciso aprimorar o uso de tecnologia por meio do Sisfron. Por mais que medidas de repressão sejam tomadas, não temos conseguido reduzir os graves índices de violência em várias regiões do país, principalmente aquelas que recebem drogas e armas”, afirmou o deputado.
O ministro da Defesa esclareceu que o alcance do Sisfron vem ocorrendo de forma insuficiente.
“Fazemos fronteira com 10 países. Temos feito o dever de casa dentro das possibilidades nossas, mas não podemos ficar sozinhos. A gente precisa da participação de outros setores. Estabelecemos pontos fortes na Amazônia com pelotões de fronteira e o Sistema de Reconhecimento de Fronteira por 24 horas. Mas sentimos falta da tecnologia. A expansão do Sisfron já era para ser feita há muito tempo, ainda não é o suficiente. O projeto está prosseguindo, mas lento”, afirmou.
Em razão da complexidade do tema, o ministro e os integrantes da Comissão de Relações Externas acordaram uma futura audiência específica na Câmara dos Deputados para tratar das ações de controle das fronteiras brasileiras.
Forças Armadas
O deputado Aécio Neves destacou ainda a qualidade das Forças Armadas brasileiras e o alto índice de confiança que têm junto à sociedade.
“A qualidade das Forças Armadas é reconhecida pela população brasileira e os militares servirem ao governo é algo natural em qualquer democracia. Não devemos permitir é que as Forças Armadas se confundam com qualquer governo porque eles são efêmeros, passageiros. As Forças Armadas são e deverão continuar, pelo bem do Brasil, permanentes”, afirmou.