“Acredito que se Eduardo Leite ficar no PSDB, renunciando ao governo do Rio Grande do Sul, e tendo seu nome em condições legais de disputar a presidência da República, a ação dos partidos ao centro dará a ele a musculatura necessária para a unificação da terceira via na disputa nacional”.
A declaração é do deputado federal Aécio Neves após reunião, em Brasília, com o governador Eduardo Leite.
Em entrevista nesta quarta-feira (16/03), Aécio disse que fez um apelo a Leite para que ele permaneça no PSDB por considerar o governador gaúcho o nome com maior capacidade para atrair os partidos de centro.
“Leite recebeu um convite formal do PSD. Por isso, eu e outros nomes do PSDB, fizemos um apelo para que permaneça no partido. Se isso ocorrer, e por expressar um novo projeto, não tenho dúvida de que ele será o candidato abraçado pelas forças de centro”, afirmou o ex-governador.
PSDB é um partido essencial ao Brasil
Aécio acrescentou que a polarização da disputa entre o presidente Bolsonaro e o ex-presidente Lula representará uma perda para o país.
“Como o jogo está sendo jogado hoje, se não houver uma mudança radical, vamos consagrar a polarização entre Lula de um lado e Bolsonaro de outro. A escolha dos brasileiros vai se restringir a dois nomes. Eu defendo uma terceira via unificada”, disse.
E explicou que as convenções partidárias, e não as prévias, são o momento de definição do candidato do partido.
“Dória venceu as prévias? Venceu. Mas se passaram quatro meses e ele tem diminuído sua preferência nas pesquisas eleitorais. Não há necessidade de anular as prévias, que são instrumento interno do partido. Indicam um pré-candidato. Quem indica o candidato é a convenção partidária, em julho, que ocorre no mesmo prazo para todos os partidos. Se Doria chegar lá na frente com esses indicadores de pesquisa, é natural que a convenção do partido não homologue seu nome. Seria um suicídio e o PSDB é um partido essencial ao Brasil”, avaliou Aécio.
Farsa desmascarada
Na entrevista, o ex-governador de Minas Gerais tratou também da sua absolvição pela Justiça Federal da ação que investigou a acusação feita, em 2017, pelo empresário Joesley Batista.
A conclusão da 7ª Vara de Justiça de São Paulo foi de que as provas reunidas na investigação mostraram que Aécio não praticou qualquer ilegalidade.
“Foi um calvário de cinco anos até que a verdade fosse restabelecida. Não cometi qualquer ilegalidade e a Justiça comprovou isso. Com as investigações ficou clara a armação construída por um empresário que tinha negócios escusos com o governo do PT, do qual eu era opositor. A verdade pode demorar, mas ela sempre prevalece”, afirmou Aécio.