“O que queremos para a Venezuela é o mesmo que queremos para o Brasil: respeito à Constituição”, diz Aécio

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou que irá pedir uma audiência com o presidente interino, Michel Temer, para defender um posicionamento claro do Brasil contra o governante da Venezuela, Nicolás Maduro, na reunião da Organização dos Estados Americanos na semana que vem. A assembleia da OEA será para decidir sobre sanções ao governo chavista. Aécio recebeu nesta terça-feira o líder da oposição na Venezuela, Henrique Capriles, em seu gabinete. Na ocasião, conversaram sobre a atual crise do país latino. O líder da oposição venezuelana deixou claro que a situação em seu país faz jus a que deixe Caracas para pedir apoio aos países da região.

Sonora do senador Aécio Neves

“O que queremos para a Venezuela é o que queremos para o Brasil: respeito à Constituição. Digo sempre que, quando se fala em democracia, em respeito aos direitos humanos, não existe fronteira. As fronteiras não nos separam, ao contrário. E tenho absoluta convicção e vou tomar a iniciativa de solicitar ainda hoje um encontro com o presidente Michel Temer para este grupo de senadores, para que a posição do Brasil na reunião da próxima semana da OEA seja diametralmente oposta à omissão, a meu ver criminosa, com que o Brasil conduziu sua política externa – sobretudo em relação à Venezuela – durante os últimos anos.”

Capriles argumentou que um agravamento da crise na Venezuela terá repercussões regionais e, portanto, os países da Unasul e o Mercosul não podem fechar os olhos para o que tem acontecido. Aécio reforçou que o novo governo do Brasil deve mudar a postura em relação aos países vizinhos.

Sonora do senador Aécio Neves

“É claro que as razões pelo agravamento da crise da Venezuela em grande parte são internas. Mas a presença do Brasil, a força, a influência do Brasil, poderiam ter minimizado o agravamento da crise na Venezuela. Se mudou o governo do Brasil, é fundamental que mude também a nossa postura em relação a nossos vizinhos.”

Governador do Estado de Miranda, que abrange parte de Caracas, e duas vezes candidato à Presidência, Capriles busca apoio internacional ao seu projeto de convocar um referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro ainda neste ano. Maduro tem usado o controle sobre as instituições do país, incluindo o Conselho Nacional Eleitoral, para atrasar e dificultar a consulta. A chance do “sim” ganhar é alta, diante da grave crise econômica e social no país.

De Brasília, Shirley Loiola.

Boletim

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