“O Congresso tem oportunidade única de se sintonizar com a sociedade brasileira, investigando essas gravíssimas denúncias sobre Petrobras”, diz Aécio sobre CPI Mista

Senador propôs convocação imediata de ex-diretores da estatal e de doleiro, e defendeu quebra de sigilo dos principais envolvidos nas denúncias da PF

Foto : George Gianni

O senador Aécio Neves apresentou, nesta quarta-feira (28-05-14), na instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, um plano de trabalho para investigar as denúncias de desvios e irregularidades que envolvem a direção da estatal. O senador destacou que foram as investigações da Polícia Federal que apontaram a existência de uma organização criminosa atuando na direção da empresa no desvio de recursos e remessa de valores ao exterior. Aécio disse que tais fatos precisam ser tratados pelo Parlamento, por meio da CPMI, e que os esclarecimentos sobre as denúncias são uma cobrança da sociedade.

Aécio Neves defendeu a convocação de imediato pela CPMI dos dois ex-diretores da Petrobras apontados nas investigações da Polícia Federal e do doleiro Alberto Youssef,  preso em março deste ano, por lavagem de dinheiro. O senador pediu ainda a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico dos denunciados e também do ex-presidente da Petrobras à época, José Sérgio Gabrielli.

“O Congresso tem uma oportunidade única de se sintonizar com a sociedade brasileira, investigando essas gravíssimas denúncias que trazem indignação a todos os brasileiros. Apresentei, portanto, uma proposta de convocação e de quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico do sr. Paulo Roberto, ex-diretor da empresa, até poucos dias hóspede do sistema prisional do Paraná. Do sr. Cerveró, responsável pelo relatório que levou a então presidente da República a aprovar a compra de Pasadena com enormes prejuízos ao país e à Petrobras, em especial; e também do sr. Alberto Youssef, o tentáculo, a chamada lavanderia desses recursos para que possamos rapidamente ir ao fundo, ir à questão central que hoje como já disse avilta e traz indignação à sociedade brasileira”, disse Aécio Neves.

O senador propôs ainda que a CPMI solicite quebras dos sigilos das empresas apontadas pela PF como fantasmas: M.O, Labogen Petroquímica e Labogen Química e defendeu que sejam repassados à comissão os autos do processo da Operação Lava-Jato, que levou à prisão de Paulo Roberto e Youssef, e a criação, de sub-relatorias para investigar a compra da refinaria de Pasadena; a construção de refinarias; a  empresa holandesa SBM; e a situação plataformas petrolíferas incompletas compradas pela Petrobras.

 

Brasileiros querem explicações sobre desvios na Petrobras, diz Aécio

Na instalação da CPMI, após as oposições venceram a forte resistência organizada pelo PT e pela base do governo no Congresso para impedir as investigações por parte da Câmara dos Deputados e do Senado, Aécio Neves reafirmou que a apuração sobre os fatos ocorridos na Petrobras não são uma demanda das oposições, e sim de toda população.

“Esta CPMI não é uma demanda das oposições. É uma demanda da sociedade brasileira que as oposições encamparam. Queremos saber quem foram aqueles que se apossaram da maior empresa brasileira para fazer negócios, levando prejuízos à empresa, aos seus servidores, mas também a toda a sociedade brasileira”, disse Aécio Neves.

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