O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, defendeu, nesta sexta-feira (29), em São Paulo, uma nova agenda internacional para o Brasil, focada em novos acordos bilaterais.
“O Brasil está virando uma ilha. Somos a sétima economia do mundo, mas apenas a 25ª exportadora. Isso não é razoável nem equilibrado. Precisamos sair de uma amarra aduaneira para uma região de livre comércio, para que possamos fazer acordos bilaterais que não interessam ao Mercosul”, ressaltou Aécio durante palestra para empresários no Sindicato das Empresas do Setor Imobiliário de São Paulo.
Aécio Neves lembrou que nos últimos dez anos o Brasil fez apenas três acordos bilaterais, enquanto Estados Unidos, União Europeia e países como México e Chile vêm ampliando o leque de opções comerciais. “O mundo está andando, fazendo acordos e o Brasil está ficando para trás”, criticou.
O presidente do PSDB também propôs uma abertura maior da economia e a inclusão de empresas brasileiras em cadeias globais de produção, de acordo com alinhamentos pragmáticos e não ideológicos, ao contrário do que faz o PT.
“A prioridade deve ser o Mercosul, mas, quando não houver interesse, como restrição na Argentina ou Venezuela, esses países não podem amarrar o desenvolvimento do Brasil”.
Durante a palestra, Aécio Neves criticou ainda o governo petista por ter colocado em risco as conquistas do Plano Real e da estabilização da economia, citando o descontrole da inflação e o não cumprimento de metas fiscais. Para ele, a agenda que deveria estar em discussão hoje é a da inovação, da eficiência e da produtividade.
“Estamos numa encruzilhada. A agenda de 20 anos atrás voltou a ser a agenda de hoje. Em vez de estarmos falando em competitividade e inovação, estamos falando em risco de inflação e do controle de metas fiscais”, observou Aécio.
O senador concluiu a palestra afirmando que o grande desafio a ser superado hoje pelo Brasil é voltar a fazer com que o Estado seja eficiente.
“A marolinha de 2009 está virando uma ressaca para muita gente. O Brasil precisa iniciar um novo ciclo. Precisamos resgatar a credibilidade do país com uma forma transparente, que permita um ambiente favorável aos negócios”, afirmou Aécio Neves.