“Volto no tempo e me lembro de muitos parlamentares da base do governo, e do próprio partido que governa o Brasil, virem a esta tribuna nos acusar de vendilhões da Petrobras. Eles diziam que queríamos privatizar a Petrobras. Pois bem, apenas o que a Petrobras coloca hoje à venda (US$ 60 bi) supera todo o volume de privatização do setor de telecomunicações do governo Fernando Henrique”, afirmou o senador Aécio Neves, em pronunciamento, hoje (22/03), no plenário do Senado Federal, ao lamentar o pior resultado financeiro da Petrobras em toda a história da estatal.
Aécio Neves disse que a empresa sofre os prejuízos gerados pelo encontro da leniência com a corrupção com a ineficiência do governo do PT. O balanço da empresa divulgado ontem (21/03) mostrou um prejuízo de R$ 34,8 bilhões em 2015.
Assista e leia a seguir o pronunciamento do senador Aécio Neves:
“A Petrobras transformou-se não apenas na empresa não financeira mais endividada do mundo, mas também ela apresenta hoje ao mundo um portfólio de desinvestimento, portanto de venda de ativos, de mais de US$ 60 bilhões!
Eu volto no tempo e me lembro de muitos parlamentares da base do governo, do próprio partido que governa o Brasil, virem a esta tribuna nos acusar de vendilhões da Petrobras. Aqui eles diziam que queríamos privatizar a Petrobras, entregá-la aos agentes externos.
Pois bem, apenas o que a Petrobras coloca hoje à venda supera todo o volume de privatização do setor de telecomunicações do governo Fernando Henrique. Lembram-se das acusações duras que eram feitas a nós naquele momento em que fizemos corretamente a privatização do setor de telecomunicações? Que passou a ter investimentos, inclusive, estrangeiros extremamente importantes para a sua modernização?
Acho que desta crise nós devíamos tirar alguns aspectos positivos, entre eles é que alguns paradigmas estão caindo. A busca da eficiência é o que deve nos unir hoje. Por isso, a aprovação na última semana do projeto relatado pelo senador Tasso Jereissati e a aprovação na próxima, espero, do projeto que permite uma nova governança dos fundos de pensão. É algo que se tivesse ocorrido há alguns anos no Brasil, não estaríamos aí amargando prejuízos dessa monta, que não são apenas econômicos e financeiros, são sociais, pelo desemprego, pelo desaquecimento da economia que tomou conta de inúmeras regiões do país.”