Convenção do PSDB-MG

“É preciso que todos os candidatos saibam que essa é uma eleição absolutamente diferente de todas as outras no que diz respeito a financiamento de campanha. Serão campanhas franciscanas, onde a sola de sapato e o conteúdo dos candidatos terão um valor, um peso muito mais relevante. Vamos aprender com essa campanha”, afirmou o senador Aécio Neves sobre as eleições de 2016, durante a convenção municipal do PSDB de Belo Horizonte, que oficializou a candidatura do deputado João Leite à prefeitura da capital mineira.

Renato Alves

Renato Alves

Aécio Neves, João Leite e Antonio Anastasia – Entrevistas durante a Convenção do PSDB-MG

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva, nesta quinta-feira (28/07), em Belo Horizonte (MG), onde participou da convenção municipal do PSDB de
Belo Horizonte, que oficializou a candidatura do deputado João Leite à prefeitura da capital mineira.

Leia a transcrição da entrevista dos senadores Aécio Neves, Antonio Anastasia e do deputado estadual João Leite, candidato à Prefeitura de Belo Horizonte.

Entrevista do senador Aécio Neves:

Sobre a candidatura do deputado estadual João Leite à prefeitura de Belo Horizonte.

Hoje é um dia extremamente importante para Belo Horizonte e para Minas Gerais. Estamos oficializando a candidatura do PSDB, a candidatura do PP, a candidatura do Democratas, e acreditamos, a candidatura do PTB e também a candidatura do PPS que vai decidir em convenção no próximo domingo. A candidatura do deputado João Leite. Poucos belo-horizontinos, poucos mineiros conhecem a cidade com a profundidade, com a sensibilidade de João Leite. É um nome consensual dentro do partido. Conseguiu com muita naturalidade agregar outras forças políticas neste projeto que, a partir deste momento, deixa de ser um projeto do PSDB para ser um projeto de avanços, de aproximação cada vez maior da cidade com as pessoas e com as suas expectativas. Eu, pessoalmente, como presidente nacional do PSDB, ao lado do governador Anastasia, do presidente estadual Domingos Sávio, estou extremamente feliz de podermos ter chegado até aqui com a mais sólida, com a mais consistente de todas as alianças até agora já apresentadas. E com aquele, que na minha avaliação, é o mais preparado e o mais qualificado candidato para administrar Belo Horizonte pelos próximos quatro anos.

Alguma expectativa de convencer o Marcio a caminhar juntos ainda no primeiro turno ou já está descartada esta possibilidade?

Estamos onde sempre estivemos ao lado de um grupo de companheiros políticos que acredita e aplica a boa gestão pública. Fizemos isso em Minas Gerais por três mandatos, dois conduzidos por mim, e um pelo governador Anastasia e, na sequência, pelo governador Alberto Pinto Coelho. Apoiamos por duas vezes consecutivas o atual prefeito da cidade que optou por um outro caminho que respeitamos. Não mudamos a nossa direção. O mesmo grupo político que iniciou esse trabalho em Minas Gerais continua unido e unido hoje em torno da candidatura do deputado João Leite à altura dos grandes desafios de Belo Horizonte. Não nos arrependemos de nada que fizemos até aqui. Estamos absolutamente confiantes que podemos vencer as eleições e dar a Belo Horizonte quatro anos de uma extraordinária gestão.

E se alguém tiver de ceder é o Márcio então?

Não. Aqui não tem questão de ceder. Conversamos muito durante todo este período. O que eu posso dizer é que estou muito feliz de estar hoje ao lado dos mesmos companheiros com os quais iniciamos esta caminhada. Que tem uma etapa importante em Belo Horizonte para a cidade de Belo Horizonte, mas acredito que terá desdobramentos também com o fortalecimento desse grupo político para 2018.

Quem tem cargo na prefeitura vai se retirar?

No que depender de mim já estão à disposição como sempre estiveram do prefeito. Cargos cuida o prefeito. Ele que deve saber o que fazer com eles.

É traição a separação do PSB?

Não. Não trato desta forma. Acho que política pressupõe o livre arbítrio. Cada um sabe qual é o melhor caminho. Eu sempre preservei os meus companheiros. Sempre busquei de alguma forma passar para os meus companheiros uma máxima da política que a política não é nem pode ser jamais uma ação solitária. Ela é uma ação sobretudo solidária. É a solidariedade, é o conjunto de forças que nos leva a resultados. O prefeito, me parece, optou por um outro caminho. Nós respeitamos esta sua decisão e vamos continuar no mesmo caminho que nos permitiu vencer por três vezes consecutivas o Governo do Estado e por duas vezes a prefeitura de Belo Horizonte.

As mudanças nas regras eleitorais mudam alguma coisa?

Olha, vai ser uma grande novidade no Brasil. Nós temos conversado muito sobre isso em Brasília, inclusive, com dirigentes de outros partidos. É preciso que todos os candidatos saibam que essa é uma eleição absolutamente diferente de todas as outras. No que diz respeito a financiamento de campanha, serão campanhas franciscanas, onde a sola de sapato e o conteúdo dos candidatos terão um valor, um peso muito mais relevante do que outros pesos que nós tínhamos em outras campanhas. Portanto, é uma inovação, nós vamos aprender com essa campanha. O Fundo partidário será um apoio aos candidatos, mas não será, acredito eu, em nenhuma cidade do país, suficiente para viabilizar as campanhas e os candidatos vão ter que buscar, como determina a lei, contribuições pessoais dentro dos limites estabelecidos pela Lei. Por isso, nós apostamos no conteúdo do candidato, no conhecimento profundo do candidato da realidade da cidade e da sua conexão com a vida real da cidade. Eu acho que os candidatos que, de alguma forma, tenham uma relação mais artificial com a realidade, com o dia-a-dia da cidade, esses candidatos terão maiores dificuldades nessa eleição.

Os partidos estão com o discurso de renovação, mas o tempo de campanha foi diminuído, tem teto também, não tem mais financiamento privado. O senhor não acha que vai ser mais do mesmo, ganharão as eleições aqueles que já são conhecidos?

O tempo é que vai dizer. Eu acho que do que nós temos que falar é de renovação de ideias, de evolução de práticas políticas, de projetos. Nós temos, olha, hoje, um entusiasmo enorme em torno da candidatura de João Leite, do que ele representa, da sua vida inquestionável, do seu amor à cidade, da sua conexão. João tem uma conexão natural com a cidade, João não se perderá em nenhum canto de Belo Horizonte durante a campanha eleitoral. E mais do que isso: será reconhecido não por ser já um parlamentar de vários mandatos, mas será reconhecido porque sempre trabalhou por Belo Horizonte, dedicou sua vida a isso. Se você me perguntar se isso tem um valor, acho que terá um valor inestimável nessa eleição, uma conexão real, uma conexão natural com a realidade da cidade. Por isso, nós estamos aqui entusiasmados com a candidatura de João.

Isso é uma referência ao candidato do Márcio Lacerda, que é Paulo Brant, que é uma pessoa que não está na cidade?

Não, eu não fiz referência especificamente a nenhum candidato, eu falo aqui em tese, isso serve para Belo Horizonte, isso serve para qualquer outra cidade. Aqueles candidatos que têm uma conexão natural com as cidades, obviamente terão maior facilidade nessa campanha eleitoral. Eu respeito todos os outros candidatos, não falo aqui nominalmente porque muitos deles, inclusive, já trabalharam comigo, muitos deles são nossos companheiros políticos e legitimamente buscaram uma candidatura, uma oportunidade de dirigir a cidade. O que nós vamos pregar sempre é uma campanha de alto nível, uma campanha onde o interesse das cidades se sobreponha acima dos interesses de partidos e muito mais acima dos interesses individuais ou de projetos pessoais de quem quer que seja. É o momento de debatermos os problemas da cidade. E eu tenho certeza que o João Leite está preparado para isso


Entrevista do deputado estadual João Leite:

Estou muito feliz com, mais do que uma escolha pessoal, do nosso campo político. O nosso campo político decidiu continuar junto e eu tenho alegria, agora, de ser o escolhido para levar esse projeto, que é um projeto histórico em Minas Gerais e em Belo Horizonte. Tudo o que o governador Aécio, o governador Anastasia, o governador Alberto Pinto Coelho, representando esse nosso campo político, realizou em Minas Gerais, em Belo Horizonte, credencia o nosso grupo e eu vou entusiasmado para as ruas de Belo Horizonte, subir os nossos morros, conversar com as pessoas e levar este sonho que o nosso campo político tem para Belo Horizonte, para Minas Gerais e para o Brasil.

Discussão para o nome um vice?

São grandes nomes que também participam da vida de Belo Horizonte, conhecem a nossa cidade e nós, no tempo correto, junto com todos esses partidos, decidiremos.

Entrevista do senador Antonio Anastasia:

Quero dizer que estou muito feliz também de estar aqui na convenção municipal do PSDB, meu partido, ao lado do deputado João Leite, nosso próximo prefeito, tenho certeza, sob a liderança do senador Aécio. É uma candidatura natural. O João Leite, como foi bem dito já aqui e vamos reafirmar isso, conhece a cidade. É um homem do povo, um homem simples, é uma pessoa muito querida na cidade, conhecido de todos e eu acho que é uma campanha talhada para a vitória dele. E eu tenho certeza que, se eleito – e o será – será um grande prefeito, porque ele tem um grande coração, é muito humano. E eu sou testemunha de que ele também é um grande administrador, foi um excelente secretário de Estado, ao tempo do governo Aécio Neves. Foi meu colega e tem todos os atributos, portanto vai ser um belo prefeito para nossa querida capital.

Em relação ao relatório, há alguma novidade, foi acrescentada alguma informação que não seja de domínio público? Tem alguma surpresa nesse texto, nessa recomendação?

As alegações finais prorrogamos por 24 horas, a pedido do advogado da senhora presidente, então está sendo entregue hoje. Temos, evidentemente, a estrutura do relatório já pronta, e vamos concluir no final de semana para a sua leitura na próxima terça-feira. Na terça-feira vamos lê-lo.

Aécio Neves – Leitura da Nota das Oposições

“Aos partidos de oposição não faltarão coragem, determinação, nem serenidade. Coragem para defender a democracia. Determinação para defender a Constituição. Serenidade para não aceitar provocações daqueles que, sem argumentos, insistem em confundir a sociedade enquanto tentam fugir das suas responsabilidades”, diz presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, ao realizar a leitura da Nota das Oposições, divulgada hoje (04/03) após reunião dos presidentes e líderes do PSDB, PPS, PTB e do PSB em Brasília.

Foto: George Gianni

Foto: George Gianni

Aécio Neves e bancada do PSDB protestam contra manobra que deixou partidos de oposição sem assento na Mesa do Senado

A bancada do PSDB no Senado Federal retirou-se nessa noite do plenário em protesto contra as articulações feitas para impedir que os partidos da oposição tivessem assento na Mesa Diretora da Casa, responsável pela formulação de políticas, pauta de votação, bem como supervisão e fiscalização dos atos administrativos do Senado.

O senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, e outros líderes tucanos e de outros partidos de oposição defendiam que fosse respeitado o critério da proporcionalidade, que garante aos partidos representação na Mesa Diretora proporcional ao tamanho de suas bancadas.

Ao deixar o plenário ao lado dos senadores do PSDB, após fazer dois discursos (leia abaixo), protestando contra a manobra comandada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, e a base do governo, o senador Aécio Neves concedeu entrevista à imprensa.

 

Leia a transcrição da entrevista:

Senador, como fica o clima depois dessa discussão que o senhor teve?

O senador Renan fez a opção por ser presidente de uma parte do parlamento.  Na verdade a degradação que tomou conta do governo federal infelizmente chega a essa Casa. Isso é absolutamente inaceitável.  Agora, nós do PSDB não precisamos de lugar na mesa, não precisamos de cargos nessa Casa para exercermos a oposição que temos que exercer a tudo isso que está aí.

A nossa responsabilidade é sermos intérpretes, sermos porta-vozes do sentimento de indignação da população brasileira com o descumprimento dos compromissos pela presidente da República que está dando aos brasileiros uma receita amarga de aumento de tributos por um lado e supressão de direitos trabalhistas por outro. Esse é o nosso papel.

Infelizmente, o presidente eleito do Congresso Nacional não compreendeu a dimensão do cargo que ocupa. Acha que o Senado Federal pode ser instrumento de uma aliança. Até quem sabe para protegê-lo. Hoje, dissemos de forma absolutamente clara que defenderemos a instituição sem qualquer cargo, por isso não participamos da votação. O senador Paulo Bauer retira o seu nome.

Vamos exercer, no limite das nossas forças, oposição àqueles que não respeitam a democracia. Um grupo de líderes partidários opta por subverter a vontade da população brasileira, que nos trouxe aqui nesse momento com 11 senadores da República. É lamentável, é triste, mas felizmente estamos mais unidos do que nunca para combater esse tipo arcaico, atrasado e inaceitável de prática política.

 

Como vai ficar a relação da oposição com o Renan e no andamento dos trabalhos?

Quem rompeu as relações foi o presidente Renan ao expelir da mesa partidos que, legitimamente, tinham o direito de dela participar para democraticamente conduzir a Casa, estabelecer a pauta. Este rolo compressor será rejeitado não apenas por nós da oposição, mas pela opinião pública brasileira. Eles esquecem que estamos sintonizados com o sentimento dos brasileiros que não aceitam mais esta velha e carcomida prática política da imposição, da violência, do conchavo, da falta da verdade, da ausência de transparência que conduziu todo este processo. O PSDB sai mais fortalecido e mais unido do que nunca deste episódio.

 

Os senhores não participam das reuniões de líderes, por exemplo?

Esta é uma outra questão. Mas certamente, as dificuldades para construir consensos na Casa serão muito maiores no momento em que o presidente, talvez para cumprir compromissos assumidos na sua campanha, subverte a ordem natural das coisas nesta Casa e violenta a posição, a vontade dos brasileiros que trouxe o PSDB como uma bancada muito sólida. Ao não respeitar a proporcionalidade, na verdade, ele desrespeita o conjunto da instituição.

 

Primeiro discurso do senador Aécio Neves no plenário do Senado Federal:

Algo de muito grave está acontecendo aqui hoje e é fundamental que os Srs. Parlamentares e que a sociedade brasileira saibam aquilo que está sendo construído e busquem compreender as suas razões.

Somos, senador Renan Calheiros, homens públicos experientes. Recebi, com muito prazer, V. Exª no meu gabinete, poucas horas antes da votação que o consagrou mais uma vez Presidente desta Casa. Disse-lhe, com todas as letras, inclusive na condição de Presidente Nacional do PSDB, e é nessa condição que também me dirijo a V. Exª, que votaríamos com o Senador Luiz Henrique; e V. Exª compreendeu. Disse ainda a V. Exª, na presença do Senador Jucá, que o acompanhava, que V. Exª tinha uma oportunidade única de iniciar essa nova Legislatura buscando respeitar a democracia interna, olhando para o sentimento da sociedade brasileira, percebendo que aquilo que esperam de nós é muito mais do que essa funesta disputa por espaços administrativos na Casa.

Senador Renan Calheiros, lamentavelmente, tenho que dizer que V. Exª me surpreendeu e surpreendeu negativamente. Falo com todo o respeito. O que está aqui sendo construído é uma articulação e que certamente não ocorreria sem o beneplácito, sem a concordância pelo menos de V. Exª, de excluir da Mesa Diretora do Senado Federal os partidos que não sufragaram o seu nome na eleição para a Presidência.

Sabemos todos, Senador Renan Calheiros, que a eleição para a Presidência é uma disputa política, e V. Exª compreendeu lá, de forma muito clara, a nossa posição, como compreendeu dois anos atrás, quando apoiamos a candidatura do Senador Pedro Taques, e da mesma forma apoiamos a candidatura do Senador Randolfe dois anos antes. Fizemos isso para manifestar a nossa discordância em relação à condução da Casa, em relação à independência que ela não alcançava. Essa é a grande verdade. Isso acontece corriqueiramente no Parlamento e obviamente essa questão não pode ser transferida para os cargos administrativos desta Casa.

Eu corrijo, com enorme respeito, uma informação equivocada do Líder do PT, Humberto Costa, que disse que quando disputei a Presidência da Câmara dos Deputados não tinha a maior bancada e tive o apoio do PT. Duas informações desencontradas. Era, sim, o representante do maior bloco partidário, já que a aliança nossa era com o PTB naquela época, o que me fez o candidato da proporcionalidade.

Mas nem por isso, Senador Humberto Costa, o seu companheiro de partido, hoje Ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, deixou de disputar. Disputou comigo, teve 90 votos. Foram nove candidatos. Ganhei no 1º turno. O meu primeiro gesto foi garantir a composição da Mesa da Câmara dos Deputados, respeitando a proporcionalidade.

Se houve lá algo que incomoda V. Exª – o PT ter ficado em uma suplência –, se houve algum equívoco – não conheço em profundidade essa distribuição dos cargos na Câmara –, não podemos trazer esse equívoco para o Senado Federal.

Permita-me, Senador Renan Calheiros, não se trata – como disse V. Exª agora há pouco – de candidaturas avulsas que a Mesa da Câmara e V. Exª não podem inibir. Não é isso que aqui está em jogo. Tanto que as candidaturas avulsas buscam exatamente retirar da Mesa Diretora o PSDB e o PSB, violentando uma proporcionalidade, que nós não alcançamos aqui pela benevolência de V. Exª ou de quem quer que seja. Alcançamos, a partir dos votos que os Parlamentares do PSDB obtiveram nas urnas nas duas últimas eleições.

O que se trata, Presidente Renan Calheiros, é de que V. Exª opta por constituir uma Mesa Diretora com aqueles que o apoiaram na última eleição. Lamentavelmente – e digo isso ao Brasil que esperava de nós aqui um tratamento de questões relevantes –, se engendrada essa grande articulação, lamentavelmente, Presidente Renan Calheiros, V. Exª deixará de ser o Presidente de toda esta Casa e será o presidente daqueles que o apoiaram.

É um gesto de violência inusitado nesta Casa, sem precedentes. E que fique aqui muito claro, neste instante. Em nome dos companheiros do PSDB, da brava companheira Lúcia Vânia, desprendida, que aceitou uma ponderação da Bancada, que nunca duvidou do seu voto e retirou o seu nome, quero dizer que não haverá disputa, Senador Renan Calheiros. Não haverá disputa, porque o PSDB, se apresentado um outro nome que desrespeite a proporcionalidade para a 1ª Secretaria, o PSDB se retirará dessa disputa e deixará claro que V. Exª governará com aqueles que o apoiaram – dignos Parlamentares, honrados Parlamentares –, mas perde a oportunidade histórica de reconciliar o Senado Federal com a sociedade brasileira.

Deus lhe deu, Senador Renan, inúmeras oportunidades na vida e agora mais uma que, lamentavelmente, V. Exª joga fora. Não espere das oposições a compreensão que nós tivemos ao longo destes últimos anos, quando solicitados por V. Exª. O que nós aqui buscamos é o respeito à proporcionalidade, é a representação que nós alcançamos pelo voto dos brasileiros.

Não nos interessa ter cargos na Mesa, mas essa proporcionalidade é fundamental para o bom andamento das relações entre Parlamentares. Estamos numa Casa que dialoga, onde as pessoas se comunicam, e V. Exª, lamentavelmente, neste momento, não se coloca à altura da Casa de Rui Barbosa, ao optar por ser Presidente dos 62% que lideram o seu voto.

Portanto, Senador Renan Calheiros, ao final, peço uma reflexão, porque não se trata – e fique aqui muito claro – de candidaturas avulsas, isoladas, mas de uma chapa construída sob os auspícios da Mesa Diretora e de V. Exª, que pune a proporcionalidade, alija aqueles que tiveram uma posição contrária à de V. Exª, não respeita a democracia interna.

Hoje, Presidente Renan Calheiros, se engendrada essa articulação, infelizmente viveremos mais uma triste tarde nesta Casa e, em nome do PSDB, com a licença do Líder Cássio Cunha Lima, em nome do bravo Senador Paulo Bauer, nome indicado com todos os méritos para participar da Mesa Diretora, e da Senadora Lúcia Vânia, assim como de nossos demais Pares, nós não disputaremos esse cargo e que V. Exª governe, se achar que isso é melhor para o País, com aqueles que o elegeram.

 

Segundo discurso do senador Aécio Neves

Serei bastante breve, presidente Renan, mas é preciso que fique aqui explicitada, de forma absolutamente clara para a população brasileira a manobra que acaba de ser conduzida no Senado Federal, com beneplácito de V. Exª, Presidente Renan Calheiros.

Um grupo de Líderes representativo, como diz o ex-presidente Collor – 15, 10, 12; não importa quantos –, está subvertendo a vontade da população brasileira ao construir aqui um acordo de aliados políticos que fere a essência do funcionamento do Parlamento, que é o respeito à proporcionalidade. As portas estão, Presidente Renan, escancaradas para que V. Exª conduza isso também, por exemplo, na indicação das comissões. Olha, veja bem o que está acontecendo.

Por que o Regimento do Senado, da Câmara e dos parlamentos espalhados pelo mundo inteiro prega a proporcionalidade? Porque é um parlamento, uma casa onde se deve parlamentar, discutir, divergir e, às vezes, fazer entendimentos.

Lamento, Presidente Renan Calheiros. V. Exª sabe do apreço pessoal que lhe tenho, mas – sei lá por quais razões, talvez pelos compromissos que assumiu durante a sua campanha eleitoral e que têm, agora, necessariamente, que ser honrados –, Presidente Renan, nenhum compromisso de apoio que, eventualmente, V. Exª tenha recebido justifica fazer com que V. Exª se diminua e diminua o Senado da República.

Pois, a partir deste instante, o PSDB, neste instante, que indicaria para auxiliar a Mesa Diretora do Senado Federal o nome do digno e honrado Senador Paulo Bauer, não só retira o nome do Senador Paulo Bauer como se retira deste plenário, porque V. Exª, para atender a conveniências que nem consigo imaginar quais sejam, opta, neste instante, por ser Presidente apenas daqueles que o elegeram. Lamentavelmente, o Senado sai menor. E V. Exª, com a liderança que tem, não a colocou a serviço desta Instituição.

Eu disse, Presidente Renan Calheiros, e falo isso de forma absolutamente clara, como sabe V. Exa que é uma característica que tenho: V. Exa teve nas mãos uma oportunidade extraordinária de ser o Presidente da instituição, de ser o Presidente de um Poder, e V. Exa apequena esse Poder ao colocar a proporcionalidade abaixo, única e exclusivamente para atender aos entendimentos que eventualmente foram feitos na sua campanha eleitoral.

V. Exa será o Presidente dos ilustres Senadores que o apoiaram, mas V. Exa perde a legitimidade para ser Presidente dos partidos de oposição nesta Casa, Senador Renan Calheiros.

Aécio Neves e Aloysio Nunes se reúnem com coordenação da campanha, em São Paulo

O candidato da coligação Muda Brasil à Presidência da República, Aécio Neves, e o candidato à vice-presidente, senador Aloysio Nunes, se reuniram nesta segunda-feira (7), em São Paulo, com a equipe de coordenação da campanha. Este foi o primeiro encontro realizado na sede do comitê, no bairro Jardim América, após o resgistro da candidatura da chapa de Aécio e Aloysio, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no último sábado (5).

Entre os presentes, estavam o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman, o deputado federal José Aníbal (PSDB-SP), o vereador Andrea Matarazzo (PSDB-SP) e o presidente nacional do Democratas e coordenador da campanha, o senador Agripino Maia (RN), além de outras lideranças.

“É uma primeira reunião de organização efetiva da campanha, definindo funções e coordenações. A campanha nacional funcionará aqui nessa casa, e funcionará aqui também a coordenação regional de São Paulo, para que haja também uma proximidade grande entre ambas as campanhas, para que elas possam caminhar juntas”, explicou Aécio, em entrevista coletiva à imprensa.

 

Conjunto de forças

O candidato à Presidência da República manifestou sua alegria em trabalhar com pessoas “experientes, qualificadas e honradas”, e destacou que esse primeiro encontro serviu para delinear ações futuras, agenda, coordenadorias setoriais e regionais, que seriam definidas com o coordenador-geral, Agripino Maia.

“Em cada estado teremos um coordenador político, operacional da campanha. Não será do PSDB, será do conjunto da coligação. A presença do senador Agripino como coordenador-geral é na verdade uma sinalização de que nós, partidos aliados, a partir de agora somos um só conjunto de forças”, ressaltou.

 

Representantes

Segundo Aécio, cada partido membro da coligação Muda Brasil – DEM, Solidariedade, PTC, PMN, PTdoB, PTB e PEN – terá um representante na coordenadoria-geral da campanha, como forma de aproximar o PSDB dos candidatos dessas legendas em cada estado brasileiro.

“A nossa largada é muito adequada, do ponto de vista estrutural, pelos palanques que estão sendo viabilizados em apoio à nossa candidatura, seja pela questão para mim mais relevante, que é a questão programática, do conteúdo, das propostas que estamos apresentando a partir das nossas diretrizes, e que serão detalhadas e discutidas com a sociedade ao longo da campanha”, afirmou.

O tucano completou dizendo que visa realizar uma campanha propositiva.

“Nós vamos debater ideias, um novo modelo de gestão, uma nova visão de mundo, uma nova concepção em relação à questão econômica. Vamos construir uma agenda que permita ao Brasil voltar a crescer, controlada a inflação, resgatando a credibilidade para que os investimentos voltem a vir para o Brasil, e aumentando a qualidade dos nossos investimentos na área social. É um enorme desafio que temos pela frente, mas eu não poderia estar iniciando essa caminhada em melhor companhia”.

Escolha de Aloysio Nunes para vice foi tomada com base nos interesses do Brasil, diz Aécio Neves em Brasília

Com o respaldo e apoio dos sete partidos que se coligaram formalmente com o PSDB em nível nacional – Democratas, Solidariedade, PTB, PTC, PTN, PMN e PTdoB –, o candidato à Presidência da República, senador Aécio Neves, anunciou nesta segunda-feira (30/06), na sede da Executiva Nacional do PSDB, em Brasília, o senador Aloysio Nunes Ferreira, líder do partido no Senado, como vice na chapa que se lança ao Palácio do Planalto.

Ao lado de lideranças do PSDB, Aécio afirmou que a escolha foi tomada com base nos interesses do Brasil, sem levar em conta “as conveniências da campanha”.

“A indicação do senador Aloysio como meu companheiro de chapa é uma homenagem à coerência, matéria-prima essencial à vida pública e, lamentavelmente hoje, em falta no Brasil. A trajetória exemplar de Aloysio durante toda sua vida, sempre na defesa da democracia, da liberdade, da ética na vida pública, faz com que a partir de agora a nossa caminhada se fortaleça enormemente”, disse.

Aécio definiu Aloysio Nunes como um homem público “íntegro, honrado e competente”, que honra a boa política brasileira e que está preparado para assumir o cargo de presidente sempre que necessário.

“A verdade é que o nosso destino é o futuro, e nosso desafio é fazermos uma bela travessia com coragem e com responsabilidade para chegarmos a esse futuro, que almejam todos os brasileiros”, ressaltou. “Aloysio Nunes, bem vindo a essa belíssima travessia que vamos fazer em busca de um Brasil que seja de todos. Não na propaganda, mas na vida cotidiana de cada brasileiro”, destacou Aécio Neves.

 

Emoção

Emocionado, o senador Aloysio Nunes agradeceu o apoio unânime do partido à indicação de seu nome como vice na chapa presidencial. Ele relembrou sua história política e reafirmou suas convicções em torno da “democracia, da liberdade e do pluralismo”.

Após o anúncio do nome de Aloysio Nunes, Aécio Neves disse que o coordenador-geral da campanha será o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN).

Aécio confirmou também que Tasso Jereissati vai ser candidato ao Senado pelo PSDB do Ceará. Tasso governou o Ceará em três gestões: de 1987 a 1990; 1995 a 1998 e 1999 a 2002. Foi senador pelo estado de2003 a 2011.

 

Vida e História – Senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP)

Aloysio Nunes Ferreira Filho nasceu em São José do Rio Preto, em 5 de abril de 1945. É casado com a jornalista Gisele Sayeg Nunes Ferreira. Tem três filhas.

É formado em Direito pela Universidade de São Paulo (USP).

Na França, onde esteve exilado por onze anos, bacharelou-se em Economia e obteve o diploma de Estudos Superiores em Ciência Política pela Universidade de Paris.

Militou ativamente contra a ditadura no movimento estudantil. Foi presidente do Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Participou da resistência ao golpe de 1964, foi processado e condenado a três anos de reclusão com suspensão dos direitos políticos por dez anos. Buscou, então, asilo na França, onde permaneceu trabalhando e estudando de 1968 a 1979, na condição de refugiado.

Mesmo no exílio continuou sua militância, denunciando junto a organismos internacionais as violações aos direitos humanos praticados contra os opositores da ditadura brasileira.

Com a anistia, voltou ao Brasil e participou da fundação do PMDB, sob cuja legenda exerceu vários mandatos: dois de deputado estadual, vice-governador e deputado federal. Transferiu-se para o PSDB em 1997, partido pelo qual se elegeu duas vezes deputado federal.

É hoje senador por São Paulo e líder da bancada do PSDB. Nas eleições de 2010 obteve para o Senado a maior votação da história do seu estado: 11.189.158 votos.

Foi secretário estadual de Transportes Metropolitanos, secretário de governo do município de São Paulo, secretário-chefe da Casa Civil do governo do estado de São Paulo, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República e ministro da Justiça.