Aécio Neves – Entrevista coletiva sobre o encontro com Rodrigo Maia e Reforma Política

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva, nesta quinta-feira (14/07), em Brasília, sobre o encontro com o deputado federal Rodrigo Maia, eleito novo presidente da Câmara dos Deputados, e Reforma Política.

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre encontro com presidente da Câmara, deputado federal Rodrigo Maia e o líder do PSDB na câmara, deputado Antônio imbassahy.

Em primeiro lugar, quero agradecer a gentileza do presidente Rodrigo Maia de vir ao meu gabinete fazer a sua primeira visita enquanto presidente da Câmara dos Deputados. O que nós reconhecemos é uma homenagem, não a mim pessoalmente, não apenas ao PSDB, mas ao conjunto de forças políticas, que, no primeiro e no segundo turnos, compreenderam que a eleição de Rodrigo Maia ia muito além da eleição de um determinado partido político e de um conjunto de forças políticas. A eleição de Rodrigo Maia à Presidência da Câmara oxigena a política brasileira. Não há caminho para o Brasil que não passe por uma Câmara dos Deputados, que atue como deve: com respeito ao papel da oposição, com amplo espaço para o debate político. E, desde o início, o que me encantou na proposta de Rodrigo foi essa disposição de quebrar tabus, de estabelecer diálogos, inclusive com aqueles que pensam de forma diferente. Eu, modestamente, no meu tempo de presidente da Câmara busquei fazer isso, todos tinham direito à palavra, todos tinham direito a opinião e no momento das votações se decidia aquilo que a maioria achava mais adequado.

Se hoje vivemos uma crise extremamente aguda por uma conjuntura muito desfavorável e um conjunto de razões que nos levaram a ela, a eleição de Rodrigo acena para o Brasil com a possibilidade de rapidamente termos uma agenda econômica necessária à superação da crise em votação, o retorno da harmonia entre Câmara e Senado, que é essencial até para a conclusão do processo legislativo nas suas mais variadas questões.

Acho que a principal tarefa à qual ele já vem se dedicando desde o primeiro minuto após a eleição, pelas suas declarações, é a pacificação da política brasileira. Essa radicalização, a intolerância não serve a ninguém. E ela desserve, principalmente, àqueles que aguardam as decisões no Congresso Nacional. Foi uma construção política feita com extrema competência pelo deputado Rodrigo Maia. Ele gosta de dizer isso e vou repetir: foi uma vitória na política e da política. Me orgulho de ter participado desse processo. O líder Imbassahy teve um papel extremamente importante e estratégico, assim como outros líderes de outros partidos. Agora é a hora de arregaçarmos as mangas e trabalharmos.


Sobre a reforma política.

Eu não gostaria de perder a oportunidade da visita do presidente Rodrigo Maia e vou lembrar, Rodrigo, aos meus companheiros do seu primeiro gesto. Eu venho de uma escola política do meu avô Tancredo, que dizia que a política se faz muito mais de gestos do que de palavras e o seu gesto e reconhecimento é mais do que um gesto de gratidão é um gesto de compromisso com um nova agenda para o Brasil.

Quero hoje, já nessa sua primeira visita, entregar-lhe uma proposta de Emenda à Constituição que foi apresentada ontem, assinada pelo senador Ricardo Ferraço e por mim, e obviamente com o apoio de parte do Senado Federal que trata de dois pontos , ao meu ver essenciais, da Reforma Política para caminhar no sentido do resgate da governabilidade. Ela fala com alguma carência, que depois será detalhado aos senhores, do fim das coligações proporcionais, e do restabelecimento, gradualmente, de uma cláusula de barreira que permita um processo de transição dos menores partidos para partidos que tenham representação junto a sociedade.

Não é algo que se fará com simplicidade, com facilidade, mas é um caminho que, acredito, necessário e que terá que ser transcorrido esse caminho para que possamos ter um conjunto de partidos políticos no futuro que representem segmentos de pensamento na sociedade diferente desse excesso inexplicável hoje de siglas partidárias. É uma tarefa difícil mas eu tenho certeza que a liderança de Rodrigo Maia e a sua capacidade de diálogo com seus pares e conosco no Senado pode, quem sabe fazer dessa, uma das pautas prioritárias do Congresso Nacional. No mais é desejar muito sucesso a você Rodrigo. A sua história política, a sua história familiar, sua correção, sua disposição permanente ao diálogo vão ser seus maiores aliados para que voltemos aos bons tempos da Câmara dos Deputados e da política brasileira. É a contribuição primeira que o PSDB entrega neste momento.


É uma PEC? Ela começa tramitar pela Câmara?

Não. Ela começa tramitar por aqui [Senado], mas já quero o apoio, porque uma das questões essenciais para que o processo legislativo destrave é que matérias relevantes, matérias estruturais como essa, e outras também em outro campo, quando se iniciam por uma casa já é importante que haja um diálogo com a outra casa, que o líderes conversem, até para que determinadas correções possam ser feitas já, ou sugestões incorporadas já na primeira Casa, o que facilitará a sua tramitação na segunda Casa. Então já estou dando ciência a ele desse projeto.

Foi um projeto construído a muitas mãos, inclusive com participação de vários deputados. É, na verdade, um extrato de uma própria reforma conduzida pelo deputado Rodrigo Maia, enquanto relator da Reforma Política, onde não avançamos o quanto gostaríamos. Talvez agora seja o resgate de dois temas que, me parecem, por si só permitirão uma reorganização do processo político brasileiro que vem se deteriorando, isso é um fato.

Hoje as negociações acabam sendo que quase que individuais, de pequeníssimos grupos. Queremos resgatar os partidos políticos, dar a eles força, representatividade. O mandato deve sim ser do partido político. Todos têm direito de disputar as eleições, mas a representação parlamentar deve ser dada àqueles que a sociedade escolheu para representá-la. Portanto, é essa a nossa contribuição. O fim das coligações proporcionais e o restabelecimento da cláusula de barreira, dando o hiato de uma eleição, passando a valer a partir de 2022.


Apresentar essa PEC é deixar a PEC que já está em discussão sobre o fim da reeleição de lado?

Esta está paralisada porque chegamos a uma conclusão muito clara. Se você quiser votar um conjunto de propostas no campo político, a maioria que você constrói para um determinado tema na verdade disputa com uma outra maioria que você constrói para outro determinado tema. Então acaba por final, um conjunto de propostas, se inviabilizando.

Elegemos esses dois temas, é a contribuição que o PSDB apresenta – o senador Ricardo Ferraço teve um papel vital nisso, o líder Imbassahy participou da sua elaboração. Fim de coligações proporcionais e o restabelecimento gradual da cláusula de barreira, respeitando a vontade da população, seriam dois temas que avaliamos, até pelas discussões já havidas, possíveis de serem aprovadas. Obviamente, dependerá de uma ampla negociação, também, na Câmara dos Deputados.


É também uma tentativa de voltar o financiamento privado de campanha?

Não estamos tratando disso. Até porque estamos às vésperas de uma experiência nova. Eu tive minha posição, diferente dessa. Temo muito pelo processo escolhido. Mas de qualquer maneira ele tem uma virtude. Uma pelo menos e que é o importante, vai baratear as campanhas eleitorais. Vamos ver de que forma é possível fiscalizar isso, se não vai ter um retorno de caixa dois. Agora temos que aguardar as eleições municipais, nos dedicarmos a ela, cumprirmos estritamente a legislação e vermos o extrato disso. Essa eleição municipal vai ser pedagógica. Ela vai nos ensinar, vai nos dizer se foi acertada, até onde foi acertada essa decisão e só a partir daí, rediscutir, eventualmente, algum aperfeiçoamento. Por isso nos detivemos nesses dois aspectos, a coligação proporcional e a cláusula de desempenho.

Encontro com o novo presidente da Câmara

“A eleição de Rodrigo Maia à presidência da Câmara oxigena a política brasileira. Não há caminho para o Brasil que não passe por uma Câmara dos Deputados que atue como deve: com respeito ao papel da oposição e com amplo espaço para o debate político. E desde o início o que me encantou na proposta de Rodrigo é essa sua sua disposição de quebrar tabus, estabelecer diálogos, inclusive com os que pensam de forma diferente”, afirmou o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, durante encontro, nesta quinta-feira (14/07), com o novo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), em sua primeira agenda no cargo. O encontro contou com a presença do líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy.

George Gianni

George Gianni

Aécio participa de ato da Força Sindical pelo impeachment de Dilma ao lado de trabalhadores

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, participou, nesta sexta-feira (08/04), em São Paulo, de ato político com trabalhadores a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Organizado pela Força Sindical e pelo Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil (Sintracon), o encontro reuniu centenas de operários e lideranças de partidos favoráveis ao afastamento da presidente da República. Pela manhã, o senador reuniu-se com governadores do PSDB.

“Estou entre amigos e entre pessoas que têm responsabilidade para com o Brasil. Fiz questão de vir a São Paulo hoje para este evento e fizemos também uma reunião com as lideranças do PSDB, para que a palavra do PSDB seja uma palavra uníssona, uma palavra dura, clara, em favor da virada dessa página triste da história do Brasil”, afirmou o senador Aécio Neves.

O ato pelo impeachment de Dilma no sindicato dos trabalhadores da construção em São Paulo contou com a presença de diversas lideranças, entre elas o presidente do sindicato e deputado estadual, Ramalho da Construção; o presidente do Solidariedade, Paulo Pereira da Silva; o vice-presidente do PSDB, Alberto Goldman; o presidente do PPS, Roberto Freire; o líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Antonio Imbassahy; e o deputado federal José Carlos Aleluia (DEM-BA).

Em seu discurso, Aécio Neves lamentou a onda de demissões que vem desempregando milhões de trabalhadores em todo o Brasil e criticou a presidente Dilma por ignorar os alertas feitos pelo PSDB na campanha de 2014 sobre a possibilidade de o Brasil viver uma grave recessão, agravada hoje pelo escândalo de corrupção na Petrobras.

“Lá em 2014, denunciávamos exatamente aquilo que já estava acontecendo no Brasil, mas as pessoas ainda não percebiam com muita clareza. Eu dizia: o Brasil vai entrar em uma rota de crescimento negativo, o Brasil vai começar a desempregar em massa, a inflação está saindo de controle. E o que a candidata oficial dizia? “O que é isso? Esses são os pessimistas. O Brasil vai muito bem, pleno emprego, somos respeitados no mundo”. Eu dizia e tantos de vocês assistiram: “estão assaltando a Petrobras. E a resposta: “O que é isso? Não tem nada disso, isso é discurso da oposição”, disse Aécio Neves.

Mobilização nacional

O presidente do PSDB afirmou aos trabalhadores que o partido vai mobilizar suas principais lideranças e de partidos aliados para convencer deputados de outras legendas que ainda estão indecisos a votar favoravelmente pelo impeachment de Dilma.

“Vamos, agora, buscar outros parlamentares desses estados que governamos, de outros partidos, e dizer a eles: ‘vamos dar uma chance ao Brasil’. A coisa não é mais governo e oposição, é quem é brasileiro e quem não é. É quem quer salvar o Brasil do desemprego, da corrupção e da irresponsabilidade e, do outro lado, aqueles que querem continuar distribuindo e recebendo cargos e benesses do governo”, afirmou o senador.

Aécio Neves contestou o discurso de lideranças petistas de que o Brasil está dividido em torno do afastamento de Dilma. “Hoje, o Brasil não está, como eles gostam de dizer, dividido ao meio. Balela. 70%, 80% do Brasil, pelo menos, estão do lado da mudança, do resgate da ética, da eficiência, de um Brasil que, com confiança, tenha novos investimentos e, a partir daí, a volta da geração de empregos”, destacou.

O presidente do PSDB disse ainda que os parlamentares que votarem contra o impeachment de Dilma serão cobrados por seus eleitores e ficarão marcados na história por não darem uma nova chance ao país. “A história é implacável, a história vai escrever e vai escrever de forma definitiva o nome de cada parlamentar a partir do voto que dará na segunda-feira na comissão especial e, no outro domingo, provavelmente, no plenário da Câmara dos Deputados”, ressaltou Aécio Neves.

Coletiva sobre a união dos governadores a favor do impeachment

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, anunciou, hoje (08/04), em São Paulo, que o partido trabalha para construção de uma agenda emergencial para superação da crise política, econômica e social no país.

“Os governadores estarão trabalhando em seus estados juntos aos parlamentares que lhes dão apoio na demonstração que de que o Brasil precisa virar essa pagina e tentar construir através de um grande entendimento, uma agenda de emergência para que o Brasil retome o crescimento, o emprego e a renda”, afirmou em coletiva à imprensa.

Coletiva sobre reunião com lideranças do PSDB e aliados

“O PSDB reafirma seu compromisso absoluto com a interrupção do mandato da presidente Dilma Rousseff, pela via constitucional do impeachment. Não como por uma vontade daqueles que com ela disputaram a eleição, mas por uma constatação que nos une a todos de que ela, infelizmente, perdeu as condições mínimas de governar e de retirar o Brasil dessa crise extremamente aguda na qual o seu partido e seu governo nos mergulhou”, declarou o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, ao anunciar, em São Paulo, ampla mobilização dos governadores tucanos junto a aliados em favor do processo de impeachment da presidente da República, que tem votação marcada para dia 17, na Câmara dos Deputados.

PSDB mobiliza governadores e aliados em defesa do impeachment

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, reuniu-se, nesta sexta-feira (08/04), em São Paulo, com governadores e líderes do partido no Congresso Nacional para reforçar a mobilização das bancadas aliadas em defesa do impeachment da presidente Dilma Rousseff, que tem votação prevista para dia 17, na Câmara dos Deputados.

O encontro contou com a participação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e dos governadores Geraldo Alckmin (SP); Pedro Taques (MT), Beto Richa (PR), e representantes de Reinaldo Azambuja (MS), Marconi Perillo (GO) e Simão Jatene (PA); do líder na Câmara, deputado federal Antonio Imbassahy; do secretário-geral do partido, deputado federal Silvio Torres; dos senadores José Serra e Aloysio Nunes, e dos deputados federais Miguel Haddad e José Carlos Aleluia.

“Os governadores estão trabalhando nos seus estados junto aos parlamentares que lhes dão apoio na demonstração de que o Brasil precisa virar esta página e tentar construir, através de um grande entendimento, uma agenda de emergência para que o Brasil sinalize com a retomada do crescimento e, a partir dele, do emprego e da renda. Hoje, estamos aqui reiterando a posição que já é conhecida: 100% do PSDB apoia o afastamento da presidente da República, mas, além disso, as nossas lideranças estão conversando com lideranças ainda indecisas de outras forças políticas para dizer que o que está em jogo não é o projeto do partido A ou B, é o país”, afirmou Aécio Neves, em entrevista coletiva após a reunião.

O presidente nacional do PSDB reforçou que o partido votará integralmente a favor do afastamento da presidente por compreender que a sociedade brasileira cobra das lideranças políticas uma solução rápida para a grave crise que o país atravessa.

“O PSDB reafirma seu compromisso absoluto com a interrupção do mandato da presidente Dilma Rousseff, pela via constitucional do impeachment. Não por uma vontade daqueles que com ela disputaram a eleição, mas por uma constatação que nos une, a todos, de que ela, infelizmente, perdeu as condições mínimas de governar e de retirar o Brasil dessa crise extremamente aguda na qual o seu partido e seu governo nos mergulhou”, declarou Aécio.


Nova chance ao Brasil

O senador lembrou que a defesa inicial do PSDB foi em favor de novas eleições no país, a partir da confirmação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) da ocorrência de abuso de poder econômico e de ilegalidades na disputa eleitoral de 2014, em favor do PT. Aécio Neves destacou que o PSDB não será beneficiário direto do impeachment da presidente Dilma por crimes cometidos na gestão das contas do país.

“O fato concreto é que o PSDB não é beneficiário, enquanto partido político, desta solução. Mas todos convergimos para ela pela necessidade, pela urgência da solução desse impasse, e estamos otimistas que, na próxima semana, na Comissão do Impeachment, e, na semana seguinte, no Plenário, a maioria dos congressistas, interpretando o sentimento hoje amplamente majoritário da sociedade brasileira, vai dar, com o afastamento da presidente da República, uma nova chance ao Brasil”, ressaltou Aécio Neves.