Aécio Neves – Entrevista Coletiva em Aparecida (SP)

O presidente nacional do PSDB e pré-candidato à Presidência da República, senador Aécio Neves, concedeu entrevista, nesta quinta-feira (29/05), em Aparecida (SP), onde reuniu-se com o presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), Dom Raymundo Damasceno. Aécio Neves falou sobre o encontro com Dom Damasceno e sobre eleições 2014.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre o encontro com presidente da CNBB.

Vim fazer uma visita a Dom Damasceno, presidente da CNBB, mineiro, porque há hoje uma preocupação muito grande da CNBB também com a agenda política. E há uma convergência muito grande de sentimentos entre aquilo que se propõe a CNBB, que tem discutido inclusive a proposta de reforma política, com aquilo que nós achamos necessário. Recentemente, o Papa Francisco fez uma exortação, quase que uma convocação, aos cristãos que participem da vida política, que participem não apenas votando, mas, sempre que possível, até mesmo buscando ser votados. Ele falava da política como um instrumento de servir, como uma forma de atender às demandas da sociedade. Extremamente sublime, esse foi o termo usado pelo Papa Francisco.

E, em um momento em que estamos dialogando com o Brasil, queria, antes que a própria campanha efetivamente começasse, vir aqui dizer da nossa disposição de estarmos conversando, construindo uma agenda sobre temas que sejam convergentes, aquilo que pensa a Igreja Católica e aquilo que pretendemos construir no Brasil. Falamos um pouco da necessidade de engatarmos a ética na vida pública e ampliarmos a participação dos jovens.

Esses foram os temas centrais. Uma visita pessoal, um amigo de longa data, e, obviamente, em um futuro próximo, terei a oportunidade de institucionalmente também conversar com a CNBB, como provavelmente outros candidatos farão. Mas vi também pedir as bênçãos dele. Vou ao Santuário também daqui a pouco, antes de ir embora.

 

Sobre a possibilidade de temas religiosos se destacarem durante a campanha eleitoral de 2014.

Não acredito que essas serão as questões centrais. Eu sou católico e vim aqui para cumprimentar o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, mas não acho que essas serão nesse ano as questões centrais a serem tratadas, pelo menos entre os candidatos à Presidência da República. Mas a contribuição que a Igreja Católica possa dar, assim como outras igrejas, deve ser recebida com muita humildade por todos os candidatos. O que tenho a dizer é que estaremos prontos para essa discussão, para esse debate, e quero fazer esse debate com todos aqueles segmentos do pensamento da sociedade brasileira que tenham contribuições a oferecer.

 

Sobre debate do aborto na campanha presidencial e proposta CNBB para participação política .

Não é um assunto aqui para hoje. Teremos, obviamente, que falar sobre cada um desses temas, mas acho que a disposição da Igreja Católica, como de outras igrejas, e estou falando hoje especificamente da Igreja Católica, de participar do debate, de apresentar propostas em relação à participação popular e até estimulando a participação na política. Eu vejo isso como algo extremamente saudável.

Vim aqui fazer uma visita ao presidente da CNBB, dizendo que a participação da CNBB nessas eleições é importante, como a participação de outras igrejas,  e a proposta que eles apresentam, que é a reforma política e de estímulo a participação do cidadão, sobretudo dos mais jovens, na vida pública, é algo que vai absolutamente na direção daquilo que temos trabalhado.  As questões centrais de estimular a participação e fortalecer os partidos políticos estão próximas daquilo que pensamos. Como disse o próprio Dom Damasceno, não são propostas acabadas. Na verdade é quase que um estímulo a que esse debate ocorra. E é natural que essas propostas tomem forma ao longo da campanha. Mas o sentido fundamental de estimular a participação popular, garantir uma sintonia maior entre o representado e os seus representantes, pregar e exercitar o Ficha Limpa, são questões que nos são convergentes.

 

Sobre financiamento público de campanhas.

O financiamento público é uma das questões que nos vamos discutir, mas ele passa pela modificação do atual sistema de voto hoje proporcional. O financiamento público deve vir casado pelo menos com o voto distrital misto, que é a proposta que defendemos.

 

Esse anúncio de aposentadoria do ministro Joaquim Barbosa. O STF perde? 

Acho que sim. É um homem que o Brasil aprendeu a respeitar. Pode-se gostar ou não dele, mas é um homem íntegro, honrado e que faz muito bem à justiça brasileira. Eu não tenho informação oficial dele. Ouvi essa notícia hoje, agora há pouco. Mas certamente é alguém que fez muito bem à justiça brasileira no período que lá esteve.  Espero que ainda possa fazer por algum tempo.

 

O sr. pretende conversar com igrejas evangélicas também?

Eu sou católico, mas, obviamente, sempre tive um diálogo com todas as denominações. Obviamente, se convidado, terei a oportunidade de ir lá debater o Brasil sem qualquer dificuldade.

 

O sr. foi convidado para vir falar com Dom Damasceno?

Eu fui convidado por inúmeros bispos amigos para estar com Dom Damasceno e por ele próprio. Liguei para ele para ver se tinha condições de vir aqui essa semana. Tenho uma relação com a Igreja Católica que vem das minhas origens mais remotas. Eu sou afilhado de Dom Lucas Moreira Neto, que foi um dos mais importantes cardeais da igreja católica brasileira.

Aécio Neves – Entrevista Encontro Regional do PSDB do Centro-Oeste

O senador Aécio Neves concedeu entrevista coletiva, hoje (22/11), em Goiânia (GO), onde participou do Encontro Regional do PSDB – Centro-Oeste. Aécio comentou sobre as expectativas para o evento, a preparação da nova agenda que o partido está preparando, as eleições do próximo ano e a prisão dos dirigentes do PT.

 

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre o Encontro Regional do PSDB

Em primeiro lugar, quero dizer da minha alegria em estar mais uma vez em Goiás, mais uma vez em Goiânia, ao lado do meu companheiro, amigo Marconi Perillo, extraordinário governador que é. Ao lado de algumas das principais lideranças do PSDB do país, que aqui hoje nos acompanham.

E o que estamos fazendo é aquilo que nos propusemos a fazer lá atrás, conversando com os brasileiros. Conversando para quê? Para construir uma proposta alternativa a essa que está aí. Tenho dito sempre, e falo isso como presidente nacional do PSDB, que ao PSDB não é uma opção, uma possibilidade ter um projeto alternativo a esse. É uma obrigação, é a nossa responsabilidade. Apresentar ao Brasil um projeto mais generoso com os municípios e com os estados brasileiros. Um projeto mais ético, um projeto mais eficiente do ponto de vista da gestão pública e, sobretudo, um projeto onde a gestão da economia seja feita com eficiência, com tolerância zero com a inflação, com transparência nos dados fiscais. O Brasil precisa iniciar um novo ciclo, onde eficiência e ética possam caminhar juntas.

E venho a Goiás, um estado irmão do meu, Minas Gerais. Costumo dizer que não existe fronteira a separar Goiás e Minas Gerais. Seja na questão cultural, na questão econômica e, até mesmo, no sentimento de nacionalidade. Minas e Goiás estão no coração do Brasil. Têm uma expectativa do ponto de vista do seu desenvolvimento muito parecida, mas têm um sonho. O sonho de ver esse Brasil realmente um Brasil de todos os brasileiros. Não apenas na propaganda oficial, mas nas ações cotidianas do governo.

 

O senhor já fala como pré-candidato do partido ou vai ter prévias?

Você sabe que venho de Minas Gerais. Em Minas, assim como em Goiás também, a gente nunca coloca o carro na frente dos bois. Estou aqui como presidente nacional do partido, mas com responsabilidade, sim, de dizer o que pensamos.

Absolutamente injusto e inaceitável que o governo do PT, que há dez anos, quando assumiu o governo, via o governo federal participar com 56% de tudo que se gastava com saúde pública, hoje participar apenas com 45%. Acho inaceitável que na questão da criminalidade, que é hoje uma chega a corroer todas as regiões do Brasil, o governo federal, que é responsável pelo controle das nossas fronteiras, pelo tráfico de armas e drogas, participar apenas com 13% do conjunto de investimentos. 87% de tudo que se gasta em segurança pública vêm dos cofres estaduais e municipais.

Precisamos de um governo generoso, que cuide das pessoas, que se preocupe menos com a propaganda partidária, menos com as eleições, e mais em governar. Infelizmente, não temos hoje, me permitam dizer, uma presidente da República full time, temos uma candidata a presidente da República, trabalhando única e exclusivamente pela sua eleição, enquanto o Brasil perde credibilidade, os indicadores econômicos são terríveis, temos um crescimento extremamente baixo, vamos crescer apenas mais que a Venezuela esse ano, e inflação alta.

O Brasil perde credibilidade junto ao conjunto de nações que buscam investimentos. Do ponto de vista da gestão, a grande mãe do PAC deixou de existir. Aliás, filho feio não tem pai nem mãe. Ninguém ouve mais falar na mãe do PAC. Por quê? Porque o Brasil é um cemitério de obras inacabadas. Aqui na região, vocês sabem disso. Sabem como anda a Norte-Sul, prometida com seus trechos todos prontos. As hidrovias.

Você anda pelo Brasil, vai encontrar a transposição do rio São Francisco, que ia ser inaugurada em 2010, ia gastar R$ 3,5 bilhões, já gastou mais de R$ 4 bilhões e não sabe quando vai ficar pronta. O Brasil tem uma refinaria sendo construída hoje, em Pernambuco, a Abreu e Lima, orçada em R$ 4 bilhões. Já gastaram R$ 17 bilhões, não fica pronta por menos de R$ 30 bilhões. Posso ficar dias falando para vocês. A Transnordestina, a mesma coisa. O dobro do orçado já foi gasto, não se sabe quando vai ficar pronta. Isso não é normal.

O governo do PT quer fazer parecer que isso é do dia a dia da administração pública. Não é. O Brasil precisa iniciar rapidamente um novo ciclo, com as pessoas ocupando cargos públicos pela qualificação, não pela filiação partidária. Portanto, esta é a responsabilidade do PSDB. E estou absolutamente convencido de que vamos para o segundo turno, e quem for para o segundo turno vai vencer as eleições.

 

O presidente do PSDB-GO, Paulo de Jesus, disse que houve consenso já das 27 federações. E que seu nome foi escolhido. Está certo?

Tenho recebido manifestações de muito entusiasmo por onde ando. O próprio governador Marconi talvez tenha sido a primeira das mais expressivas lideranças do PSDB a, de forma muito clara, sinalizar nessa direção. Mas temos ainda conversas a fazer dentro do partido e o essencial é que o PSDB apresente ao Brasil as suas ideias, pelo menos as suas ideias-força, não um programa ainda acabado, isso será construído ao longo do processo eleitoral, para que no momento em que surgir, for oficializada a candidatura, as pessoas olhem para esse candidato e percebam que ali vai haver alguém ético, alguém que compreenda, como disse, a necessidade de fortalecermos municípios e estados.

Alguém que vai cuidar da segurança pública para fazer, com planejamento – aliás, essa palavra inexiste no governo do PT.  Enfim, o que precisamos agora é detalhar essas que são as nossas primeiras grandes prioridades do PSDB. Anuncio aqui hoje em Goiânia que no próximo dia 10 de dezembro – anunciando pela primeira vez essa como a data oficial – ao lado do governador Marconi Perillo, que espero possa estar conosco, das principais lideranças nossas de Goiás e do Centro-Oeste, o PSDB vai lançar o seu decálogo.

O PSDB vai lançar a nova agenda, a agenda que precisamos enfrentar com urgência para que as conquistas que tivemos nos últimos anos, desde o governo do presidente Fernando Henrique, não se percam, porque muitas delas estão em risco. A grande verdade é que a agenda que superamos lá atrás, a agenda da inflação alta, da retomada da credibilidade do país, da modernização da economia voltou a ser a agenda de hoje.  Infelizmente, o longo aprendizado do PT no governo tem custado muito caro ao Brasil.

Temos hoje no país um governo que demonizou, por exemplo, as concessões, as privatizações durante 10 anos, agora as faz de forma atabalhoada, improvisada. Na verdade o que a gente tem hoje, falando algo que as pessoas vão entender sobretudos os mais jovens vão entender, tem um software pirata em execução no Brasil.

Queremos recuperar o software original. Queremos eficiência na gestão pública, parceria com o setor privado e, sobretudo, um governo mais generoso com as pessoas, que cuide da saúde, que cuide da segurança, que melhore a educação. E ninguém tem melhores condições de fazer isso que o PSDB com suas experiências. Inclusive a experiência de Goiás que é pioneiro em inúmeras ações que hoje existem no governo federal e existem em outros governos estaduais.

 

Sobre importância do agronegócio no país

Estive recentemente no Mato Grosso, estive recentemente em Sorriso (MT) e você sai encantado ao ver a força do  produtor rural. Temos de dar é muito apoio e um agradecimento público a quem trabalha no campo. A quem tem ajudado o Brasil a superar indicadores terríveis. Se não fosse o agronegócio, a agropecuária, estaríamos talvez com um crescimento negativo.

Portanto, temos de tratar o produtor rural com decência e com muito respeito. E é isso o que o PSDB sempre fez e vai continuar fazendo. O Brasil, sobretudo esta região, o Centro-Oeste, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, da porteira para dentro somos os mais produtivos do mundo. Inovamos, temos hoje uma preocupação já cultural do produtor rural, em relação à necessidade da preservação ambiental, mas o problema é da porteira para fora. Da porteira para fora falta tudo.

Não tem estrada, não tem ferrovia, não tem portos. Por quê? Porque o governo federal não planejou. O governo federal improvisou. Por isso, tenho sentimento, por onde tenho andado, nos últimos meses andei por praticamente todo o Brasil, falando e ouvindo, portanto, conversando, na verdade eu venho hoje conversar com os companheiros do Centro-Oeste, porque eu percebo que este ciclo de governo do PT está no fim, em benefício do Brasil.

 

Sobre a prisão de dirigentes do PT

Havia uma expectativa da sociedade brasileira para o desfecho deste processo. Esta é a grande realidade. Nunca apontei este deveria ser condenado, aquele não. O que eu sempre disse, como presidente do PSDB, repito aqui, aqueles que, na visão do Supremo Tribunal Federal, eram culpados, sobre quem as provas eram contundentes, deveriam ser punidos. E aqueles que sobre quem as provas não eram claras, deveriam ser absolvidos. Mas precisava haver um desfecho. E este desfecho ocorreu. Isso reduz um pouco o sentimento dos brasileiros. A sensação de impunidade à qual quase que nos acostumávamos, mesmo que indignados a conviver ultimamente. Portanto, foi o desfecho. É preciso que se respeite a decisão do Supremo. Não há nada de política nessa decisão. Falamos da Suprema Corte brasileira composta em três quartos nos governos do PT e esta decisão ser respeitada. E, ao mesmo tempo, eu disse ontem e quero repetir aqui, respeito a decisão do ministro Joaquim Barbosa que achou correto, a partir de uma avaliação dos médicos, sobre a necessidade do deputado José Genuíno cumprir a prisão domiciliar ou hospitalar. Se houver a confirmação desta necessidade, essa facilidade, essa benevolência deve ser dada até porque ela respeita aquilo que a lei prevê hoje no Brasil. Mas objetivamente, o Supremo fez a sua parte e acho que esta era a expectativa da população.

 

Aécio Neves comparece à posse de Joaquim Barbosa na Presidência do STF

O senador Aécio Neves (PSDB/MG) participou, nesta quinta-feira (22/11), em Brasília, da solenidade de posse do ministro Joaquim Barbosa na Presidência do Supremo Tribunal Federal (STF).

Após a posse, o senador falou com jornalistas.

“A posse do ministro Joaquim Barbosa é um símbolo do Brasil novo que estamos construindo. Um Brasil onde as instituições não se subordinam aos interesses dos donos de plantão do poder. Joaquim Barbosa é hoje o símbolo maior da independência, da altivez e da coragem do Poder Judiciário para fazer Justiça em um Brasil tão carente dela. Portanto, todos os brasileiros hoje, eu tenho certeza, estão irmanados no sentimento de fazer com que a administração de Joaquim Barbosa seja também, mais do que o dia de hoje, uma administração histórica para o Brasil”, afirmou o senador Aécio.

Aécio Neves – Entrevista – Posse de Joaquim Barbosa

Local: Brasília – DF

Assunto: posse do ministro Joaquim Barbosa na Presidência do Supremo Tribunal Federal

A posse do ministro Joaquim Barbosa é um símbolo do Brasil novo que estamos construindo. Um Brasil onde as instituições não se subordinam aos interesses dos donos de plantão do poder. Joaquim Barbosa é hoje o símbolo maior da independência, da altivez e da coragem do Poder Judiciário para fazer Justiça em um Brasil tão carente dela. Portanto, todos os brasileiros hoje, eu tenho certeza, estão irmanados no sentimento de fazer com que a administração de Joaquim Barbosa seja também, mais do que o dia de hoje, uma administração histórica para o Brasil.

Aécio Neves comenta a posse de Joaquim Barbosa no STF

O senador participou da posse do primeiro presidente negro da história do Supremo Tribunal Federal e, após a solenidade, falou com jornalistas.