Artigo da jornalista Míriam Leitão – Jornal O Globo – 03/07/2013
Aumentou o pessimismo em relação à economia brasileira. A queda da produção industrial de 2% em maio — período anterior ao início dos protestos de rua — mostra uma vez mais o resultado dos equívocos da política econômica. A resposta do governo diante dos novos desafios não faz sentido algum. As projeções para o PIB do ano estão sendo revistas para baixo.
Além disso, ronda a economia o medo da crise do grupo de Eike Batista e a dúvida sobre que empresas ou bancos podem ser afetadas pelos problemas do empresário. Para piorar, o mundo passa por novo período de mudanças e deslocamento do ativos.
O economista José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados, acha que a produção industrial tende a encolher mais no segundo semestre:
— Vai murchar porque a venda de veículos em comparação com o ano passado estará em queda. Da ótica da demanda, o que deu errado foi o consumo das famílias, que diminuiu por causa da alta da inflação. As pessoas tiraram os outros bens do orçamento e deixaram apenas o essencial, e por isso o consumo das famílias foi de apenas 0,1% no primeiro trimestre.
A queda de 2% da produção industrial de maio vem após dois meses de alta — março e abril —, uma queda forte em fevereiro, que ocorreu depois de alta forte em janeiro. Enfim, apesar da montanha-russa, o economista Luiz Roberto Cunha, da PUC-Rio, acha que a tendência é de queda.
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