Aécio Neves – Segunda parte da Entrevista em São José do Rio Preto

O senador Aécio Neves concedeu entrevista, nesta sexta-feira (25/10), em São José do Rio Preto, onde participou de encontro com lideranças do PSDB. Ele falou sobre as condições da saúde no Brasil, sobre a necessidade de refundação da Federação e sobre os últimos dados das pesquisas eleitorais.

 

Leia, abaixo, mais alguns trechos da entrevista do senador Aécio Neves:
Sobre Mais Médicos

Não é um programa apenas que vai resolver o problema da saúde no Brasil. Pode até resolver o problema de marketing do governo. Até me assustei, ontem na propaganda eleitoral do PT, os médicos sendo usados para fazer campanha para o PT, recém-chegados aqui. Acho que inclusive é uma ilegalidade. Há no mínimo um abuso, uma falta de limites. O PT tem uma enorme dificuldade em separar aquilo que é público, daquilo que é privado, que é partidário.

A saúde pública no Brasil precisa de mais solidariedade do governo federal. Há 10 anos, o governo federal participava com 56% de todo financiamento de saúde no Brasil, do total do que se gastava com saúde pública no Brasil. Hoje gasta apenas 45%. Nós precisamos é de gerenciamento na saúde, de generosidade do governo para aprovar aquilo que ele não deixou sua base aprovar que era 10% das receitas brutas serem investidas na saúde. Foi a base do governo, orientada pela presidente da República, que impediu que nós tivéssemos mais recursos para a saúde pública. O Mais Médicos é um programa, mas tratar o Mais Médicos como uma solução para os problemas no país é desrespeitar os brasileiros. Estamos vendo as situações das Santas Casas, a precariedade dos municípios para ampliar o atendimento básico de saúde.

Sobre perda de autonomia dos municípios e da Federação

Federação é hoje é uma palavra solta em uma folha de papel. O governo do PT está transformando o Brasil num estado unitário, colocando estados e municípios cada vez mais dependentes, com pires na mão. Isso não é justo com o Brasil. Precisamos tomar medidas claras e termos uma agenda de medidas necessárias para restabelecer a capacidade de municípios e estados, eles próprios, enfrentarem suas dificuldades.

Minha história política é feita ao lado dos municípios. Governei por oito anos o estado que tem o maior número de municípios brasileiros. E os prefeitos de Minas querem sair pelo Brasil dizendo o que nós fizemos, as parcerias que construímos que nos permitiram ter hoje a melhor educação básica do Brasil, segundo o MEC, a melhor saúde pública do Sudeste, segundo o Ministério da Saúde.

O governo federal não atende, não acata nenhuma das propostas em discussão no Congresso Nacional que os fortaleça os municípios, seja a PEC da senadora Ana Amélia que aumenta em 2% os recursos do IPI e do IR que compõem o Fundo de Participação, seja uma PEC de minha autoria que impede a continuidade das desonerações nas parcelas de recursos dos estados e municípios. Nada disso anda no Congresso Nacional. Porque a presidente prefere ter ela o comando dos recursos e atender politicamente aqueles que obviamente estão ao seu lado. Isto não é correto com o Brasil.

Sobre pesquisa Ibope

Esses dados vistos agora são vistos de forma extemporânea até porque o nível de conhecimento dos candidatos é muito distante. Mas todas as pesquisas trazem algo incomum, que a meu ver é o mais relevante e que deve ser observado com muita atenção: 60% ou mais da população brasileira não querem votar na atual presidente da República, não querem dar à presidente Dilma mais um mandato. É isso que as pesquisas mostram. Tendo ela 100% de conhecimento, uma exposição midiática quase que diária, uma campanha bilionária dos órgãos do governo. Mesmo assim 60% da população ou mais não quer dar à ela o segundo mandato. Para estar segura e tranquila, ela precisaria estar tendo uma avaliação muito melhor que a avaliação que está tendo. Agora, campanha é no ano que vem.

Sobre candidatura do PSDB

No ano que vem, fevereiro ou março, é um bom momento para essa decisão ser tomada. Não tem uma data certa. E a partir da nossa unidade, apresentarmos ao Brasil a melhor alternativa.

O PSDB é a melhor alternativa para nós retomarmos o crescimento econômico com qualidade, de forma sustentável, avançando no fortalecimento da Federação, estados e municípios.

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