O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, anunciou no plenário do Senado, na noite desta terça-feira (14), que a oposição irá a Londres ouvir o ex-diretor da empresa SBM Offshore que acusa a Controladoria-Geral da União (CGU) de ter abafado uma denúncia de pagamento de US$ 139 milhões em propinas por meio de contratos da Petrobras para favorecer a candidatura da presidente Dilma Rousseff.
“Por iniciativa do vice-presidente da CPI, deputado Antonio Imbassahy, em colaboração com o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio, acabam de aprovar um requerimento que cria uma comissão especial de cinco membros, suprapartidária, como deve ser, para ir a Londres ouvir o senhor Jonathan David Taylor. Portanto, com poderes da Comissão Parlamentar de Inquérito, já que ele alega, por questões de segurança, impossibilidades de vir ao Brasil”, afirmou Aécio Neves no plenário do Senado.
De acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo, desta terça-feira, ex-diretor da SBM Offshore Jonathan David Taylor afirma ter entregue à CGU documentos com provas do pagamento das propinas em 27 de agosto de 2014, mas a controladoria só anunciou a abertura de processo de investigação em 12 de novembro, depois de passados 17 dias do segundo turno das eleições presidenciais.
Para Aécio, o fato é extramente grave e, caso comprovado, indica que a CGU, principal órgão de combate à corrupção do governo, cometeu crime de prevaricação por ter omitido da sociedade brasileira uma grave denúncia contra o governo em plena campanha eleitoral.
“O que estamos percebendo é que jamais antes na história deste país, nós assistimos ao Estado Nacional se colocar de joelhos a serviço de um projeto de poder que hoje é rejeitado por ampla maioria da sociedade brasileira. Somos minoria, mas exerceremos nossa função com coragem e altivez, e faremos que todas as denúncias que aqui cheguem sejam investigadas e os responsáveis exemplarmente punidos”, ressaltou Aécio Neves.