“Brasil precisa de uma urgente correção de rumo”, diz Aécio Neves

Para o senador, o Brasil hoje discute problemas econômicos que já deveriam ter sido superados

Foto : George Gianni

Diante de uma plateia formada por 518 lideranças empresariais, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), defendeu, nesta segunda-feira (31/03), em São Paulo, uma correção urgente nos rumos da política econômica brasileira.

Para Aécio, o Brasil hoje discute problemas econômicos que já deveriam ter sido superados, como o controle da inflação, os gargalos de infraestrutura e explosão dos gastos públicos. “Os equívocos na condução da política econômica e na gestão do Estado podem nos levar a um cenário de imensas preocupações. O Brasil precisa de uma urgente correção de rumo. Estamos discutindo uma agenda que já deveria ter sido superada”, disse Aécio Neves.

Para Aécio, o governo do PT perdeu a oportunidade de fazer as reformas necessárias para o país ainda no governo Lula, quando o presidente contava com ambiente econômico favorável, ampla base no Congresso e popularidade em alta.

“Se tivesse havido ali vontade política para apresentar ao Congresso pra valer um conjunto de medidas estruturantes, certamente a situação do Brasil seria diferente da que estamos vivendo hoje”, analisou.

A palestra foi organizada pelo Lide, grupo de líderes empresariais com mais de 1,4 mil empresas filiadas, que, juntas, representam 51% do PIB brasileiro. O evento contou as presenças dos governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin, e de Minas Gerais, Antonio Anastasia. O senador Paulo Bauer (PSDB-SC) também prestigiou o encontro.

O presidente nacional do PSDB ressaltou que o país precisa simplificar a carga tributária e reduzir a burocracia. Aécio também defendeu a gestão eficiente do Estado como forma de melhorar a qualidade dos serviços prestados à população. “Sou um entusiasta da gestão eficiente no serviço público. A eficiência é inimiga da burocracia”, afirmou ao comentar os resultados positivos alcançados pelo PSDB no governo de Minas Gerais.

 

Quadro perverso

Na avaliação do presidente do PSDB, o uso de artifícios para equilibrar as contas federais, como a maquiagem no superávit primário, minou a credibilidade do país. Aécio também disse aos empresários que o atual governo passou anos demonizando as privatizações e, agora, as fazem de forma envergonhada na tentativa de recuperar o tempo perdido. “Isso causou um atraso enorme para nossa infraestrutura”, lamentou.

Outro ponto abordado pelo senador foi o inchaço da máquina pública federal, hoje com 39 ministérios e mais de 22 mil cargos comissionados. Aécio Neves defendeu a redução pela metade do atual número de pastas na Esplanada e a adoção de critérios técnicos para a indicação de gestores para cargos públicos.

Para o presidente nacional do PSDB, o governo federal falhou também no combate à inflação, prejudicando principalmente as famílias de baixa renda. “Temos um hoje um quadro extremamente perverso, com inflação alta e crescimento baixo”, disse.

Aécio Neves encerrou a palestra com otimismo, apesar do atual quadro de descrença na política econômica brasileira.

“Precisamos iniciar uma ousada agenda para o Brasil, com determinação e coragem. Respeito a contratos, sem intervencionismo e um governo que não se ache dono da verdade. É de um governo assim que o Brasil precisa”, ressaltou o presidente nacional do PSDB.

Share on FacebookTweet about this on TwitterShare on Google+