Aécio Neves defende manifestações pacíficas e contenção de Black Blocs

O senador ressaltou ser favorável aos protestos pacíficos em defesa de causas sociais e da ética

Foto : Christian Celeste

O presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves, cobrou nesta sexta-feira (14) a aprovação de uma proposta, em tramitação no Congresso, que determina a proibição de pessoas que escondam, em manifestações, suas identidades e utilizem instrumentos que possam levar à violência e à destruição. Porém, ele ressaltou ser favorável aos protestos pacíficos em defesa de causas sociais e da ética.

“Tenho absoluta simpatia por uma proposta que proíbe que, nas manifestações, as pessoas não se identifiquem e que portem qualquer instrumento que possa atentar contra a vida ou contra o patrimônio seja público ou privado”, afirmou o senador.

Em seguida, Aécio acrescentou que: “Também em relação ao Código Penal eu defendo que haja um agravamento dos crimes que advenham dessas manifestações, portanto, crimes cometidos em meio a manifestações utilizando-se as multidões devem ter sua pena agravadas”.

 

Black Blocs

Aécio criticou a ação dos Black Blocs, manifestantes que costumam esconder os rostos nas manifestações, afirmando que eles inibem os protestos com fins pacíficos. Para ele, é fundamental coibir a ação desse grupo.

“Minha posição pessoal e que devemos coibir com absoluta firmeza as ações desses Black Blocs. E de alguma forma respeitar e preparar nossas forças de segurança nossa polícias para conviver pacificamente com as manifestações que sejam pacíficas”, ressaltou o senador.

Em seguida, Aécio acrescentou que: “Nada mais perverso nessa ação dos chamados Black Blocs, além das depredações e agora da morte de um jornalista, do que a inibição das manifestações pacíficas porque eles afugentam das ruas aqueles que querem lutar por um transporte de melhor qualidade, por mais ética na vida pública. Esse é o efeito colateral da ação dos Black Blocs”.

 

Violência

O senador criticou a falta de ação do governo federal no combate à violência. “A questão da segurança hoje é o que há de mais urgente a ser enfrentado, e não foi, nesses 11 anos de governo do PT. É preciso que a gente lembre que apenas 13% de tudo o que se investe em segurança vem do governo federal, e 87% dos estados e municípios. Não é justo – o governo federal tem mais de 60% do que se arrecada, e vem virando as costas”, ressaltou.

Para Aécio, cercear o orçamento destinado à segurança é uma ameaça ao país. “Contingenciamento significa o governo não liberar; represa, segura esses recursos. Eu defendo que tudo o que é aprovado para a segurança seja distribuído para os 27 estados a partir de um parâmetro que se crie – população e indicadores de criminalidade, por exemplo”, disse ele.

 

Punição

O senador ressaltou também que é essencial acabar com a “sensação de impunidade” existente no país e que acaba por contaminar também aos jovens. “Por exemplo, estamos assistindo menores, adolescentes cometerem cada vez mais crimes e não há punição para eles”, disse o parlamentar referindo-se ao falto de eles ficarem em internações.

Aécio disse que o ideal é aumentar o rigor para quem comete crimes hediondos, por exemplo. “Temos que tirar do jovem essa sensação de impunidade, de que pode fazer e fica por isso mesmo”, destacou ele, lembrando que tem um projeto que tramita no Congresso propondo triplicar a pena em caso de crimes cometidos por grupos.

 

Copa

Para o tucano, não interessa a ninguém no país o agravamento da violência durante a Copa do Mundo, mas ele alertou sobre o risco causado pela ação dos Black Blocs. Segundo ele, é dever das forças policiais conter aqueles que ameaçam a paz. “Se alguém está mascarado portando, por exemplo, um pau e uma pedra em uma determinada manifestação, pode ser apreendido para averiguação. O policial tem o dever de fazer isso”, disse.

Aécio lembrou que as imagens divulgadas no exterior dos protestos e da violência no Brasil devem refletir na reação dos turistas que vierem para a Copa. “Acho que há uma certa perplexidade em relação às imagens do Brasil que estão sendo transmitidas lá fora, mas espero que eles possam vir e espero que até lá, minimamente, a segurança deles possa ser garantida”, afirmou ele.

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