Aécio Neves defende redução da carga tributária no Brasil e critica intervencionismo do governo federal

Para o senador, a falta de capacidade gerencial do PT tem feito com que o Brasil esteja discutindo em 2014 problemas que pareciam ter sido resolvidos no passado

Foto : George Gianni

Diante de um público de cerca de 400 pessoas, entre políticos, empresários e artistas, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves, defendeu, nesta sexta-feira (02/05), a redução da carga tributária paga pelos brasileiros e condenou o excesso de intervencionismo da presidente Dilma Rousseff na economia.

Segundo Aécio, o PSDB deverá propor a criação de uma secretaria extraordinária que terá como meta apresentar ao Congresso Nacional, em seis meses, uma proposta de simplificação da cobrança de tributos. Esse seria o primeiro passo para um processo de redução da carga tributária, uma demanda antiga de empresários e trabalhadores brasileiros.

“Vivemos uma crescente e escorchante carga tributária que tem sido inibidora da competitividade daqueles que se aventuram a vir para o Brasil. Somos vítimas de um excesso de intervencionismo e, infelizmente, a conta perversa que será legada ao próximo governante passa por inflação alta, e já, nos próximos meses, acima do teto da meta, crescimento baixo e uma perda crescente da nossa credibilidade”, declarou o senador.

 

Fórum

O assunto foi abordado por Aécio durante palestra proferida no Fórum de Comandatuba. O evento, promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (LIDE), é realizado anualmente e, em 2014, tem como tema “Uma agenda para o desenvolvimento do Brasil”.

Para Aécio, a falta de capacidade gerencial do PT tem feito com que o Brasil esteja discutindo em 2014 problemas que pareciam ter sido resolvidos no passado.

“No momento em que deveríamos estar aqui falando de produtividade,  falando de competitividade, falando de uma nova relação com o mundo, estamos voltando a uma antiga agenda exatamente essa, a agenda da estabilidade, entre tantas outras”, afirmou.

De acordo com Aécio, o retrocesso também se verifica na questão da infraestrutura. “Infelizmente perdemos uma década de preconização das privatizações, das parcerias com o setor privado e estamos aí com a mesma agenda de dez anos atrás no que diz respeito à infraestrutura. Sabemos o estado das nossas rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos”, declarou.

Aécio fez questão de ressaltar que os avanços conquistados pelo Brasil não podem ser encarados como obra de um só governo ou partido. “Não acho que o Brasil foi descoberto a partir de 2003. O Brasil é uma construção de muitas gerações. Se nós hoje somos um país mais desenvolvido, somos um país com maiores oportunidades, uma país mais respeitado no mundo, é porque desde o processo de redemocratização nós viemos construindo etapa, etapa, esse grande edifício que hoje habitamos”, afirmou.

 

Modelos de administração

Aécio ressaltou ainda as diferenças entre o modelo de gestão pública defendido pelo PSDB e o atual governo. “Nada mais perverso para um país que quer se desenvolver do que essa visão paternalista do Estado que resolve os seus problemas. Quem melhora a vida de cada um é ele próprio, que rala, que estuda, que trabalha, que se esforça. O Estado tem que ser o parceiro. É preciso restabelecer nas pessoas a confiança do empreendedorismo, receber das pessoas a esperança de que se dedicarem, se estudarem, vão ter uma inserção social”, apontou.

O senador voltou a destacar o compromisso do PSDB na aprovação de uma reforma política, que incluiria o fim da reeleição, o estabelecimento de um mandato presidencial de cinco anos e a adoção do voto distrital misto.

Ao falar sobre educação, Aécio destacou as conquistas de sua gestão como governador de Minas Gerais, entre 2003 e 2010, que garantiu ao estado o melhor desempenho em educação básica em todo o país. Isso foi garantido a partir de um programa estadual através do qual todos os servidores do estado são submetidos a avaliações periódicas e são recompensados com um salário extra quando atingem as metas estabelecidas, o Prêmio por Produtividade.

O senador terminou sua apresentação ressaltando que não acredita em uma política pautada por divisões acirradas, como faz o PT: “Não posso permitir que continuem dividindo o Brasil entre ‘nós’ e ‘eles’. Quem apoia o governo, quem bajula o governo, são os patriotas? Quem critica, quem aponta equívocos, são os pessimistas? Não. Nós somos todos brasileiros”.

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