O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou, nesta quarta-feira (02/09), que os partidos de oposição trabalharão contra qualquer tentativa do governo federal de aumentar impostos para cobrir o rombo de R$ 30 bilhões no Orçamento de 2016 enviado pela presidente Dilma Rousseff ao Congresso. A proposta foi encaminhada pelo Executivo ao Legislativo com déficit nas contas, mas sem a identificação pelo governo de novas receitas que precisa arrecadar para pagar as despesas.
“A presidente da República, talvez não compreendendo a gravidade de suas ações ou das suas omissões, diz que é possível – foi isso que entendemos – que ainda possam vir sugestões de novas fontes de receita. Isso significa, de forma clara, novos impostos. Quero dizer, como presidente nacional do PSDB, que não há qualquer possibilidade desse Congresso apoiar aumento de carga tributária”, afirmou Aécio Neves em entrevista no Senado.
O presidente nacional do PSDB explicou que a proposta orçamentária da presidente Dilma Rousseff equivale a um cheque sem fundos. Aécio defendeu que, diante da não indicação de receitas e, sobretudo, dos cortes que o governo precisa fazer, o Congresso devolva a proposta ao Executivo.
“O sentimento nosso da oposição e de grande parte do Congresso é como se tivéssemos recebido um cheque sem fundos. O que você faz quando recebe um cheque sem fundos? Você devolve esse cheque. A presidente mandou o cheque sem fundos para o Congresso Nacional, receitas sem as correspondentes despesas que possam honrá-las, e sugerimos ao presidente do Congresso Nacional que devolva ao governo, para que ele possa definir de forma muito clara onde vão ser feitos os cortes, que vão possibilitar o equilíbrio desse orçamento. E também, obviamente, que receitas o governo pretende aumentar”, defendeu o senador.
O senador também avalia que o envio do Orçamento com déficit piora ainda mais a credibilidade do país perante os investidores e agências internacionais.
“Depois de 13 anos, o que o governo do PT tem realmente a oferecer aos brasileiros é isso: orçamento onde as despesas não terão receitas para serem atendidas, onde os juros continuam na estratosfera, onde 50 milhões de brasileiros estão endividados, onde a inflação está também já nos dois dígitos, o desemprego também crescendo por toda parte. O sentimento que temos hoje é que não há mais governo no Brasil. Quero dizer, em nome das oposições, que não teremos novos impostos no Brasil. Está na hora de o governo fazer aquilo que não fez ao longo de todos esses 13 anos: cortar despesas, qualificar os gastos públicos e, portanto, racionalizar o exercício do governo”, criticou o senador Aécio Neves.